A ministra do Ambiente e da Energia revelou esta sexta-feira, em Faro, que as restrições ao consumo de água no Algarve vão ser aliviadas equiparando todos os setores, com a imposição de reduções de 5% à agricultura, setor urbano e turismo.Maria da Graça Carvalho anunciou o levantamento das restrições ainda em vigor, que eram de 13% para a agricultura e turismo e 10% para o setor urbano, numa conferência de imprensa após a reunião da Subcomissão Regional da Zona Sul da Comissão de Gestão de Albufeiras.As restrições tinham sido impostas pelo Governo de António Costa em fevereiro do ano passado, quando decretou a situação de alerta por seca no Algarve. Três meses depois, o sucessor Luís Montenegro anunciou um alívio das restrições e um reforço de investimentos para aumentar as disponibilidades hídricas na região.O alívio das restrições impostas ao consumo de água no Algarve foi aprovado em 14 de junho, em Conselho de Ministros, tendo o Governo assegurado que se tratava de um ajustamento proporcional e sujeito a avaliação permanente.As restrições ao consumo de água no Algarve passaram assim de 25% para 13% na agricultura e turismo e de 15% para 10% no setor urbano, valores que vão agora descer para 5% em todos os casos.“Neste ano, a nossa proposta, que foi aqui amplamente discutida na reunião anterior, é de ser de 5% igual para todos os setores e para a região do Algarve, sempre em relação ao ano de 2019, que é o nosso ano de referência”, afirmou a ministra.Maria da Graça Carvalho reconheceu que a decisão tomada em maio do ano passado foi “um risco”, mas que as chuvas dos últimos tempos repuseram as reservas e demonstraram que foi uma boa opção..Quantidade de água subiu em fevereiro em seis bacias hidrográficas. “Havia evidência de que o poderíamos fazer, mas era de qualquer maneira arriscado, e fizemo-lo no pressuposto de que íamos assegurar uma monitorização constante cada dois meses, para termos sempre a certeza de que tínhamos um ano, pelo menos, de consumo humano e urbano para o Algarve”, frisou.No entender da governante, o Algarve deu uma “lição” ao país “de como é possível toda uma sociedade, nos vários setores, e durante meses em que receberam um número muito grande de visitantes de fora do Algarve, conseguir fazer uma poupança de água”.Graça Carvalho sublinhou que as últimas chuvas deixaram a região “como há muito tempo” não estava relativamente aos níveis das reservas de água: “Há um volume total armazenado de 297 hectómetros cúbicos, há barragens que estão a 92%”, quantificou Maria da Graça Carvalho, ressalvando que “estes 297 hectómetros cúbicos é pouco mais do que o consumo total para os vários setores - urbano, agrícola e turismo - para um ano”.“Isto significa que temos de continuar a combater o desperdício, continuar a poupar, mas podemos fazer algum alívio em relação ao ano passado, que já tínhamos feito para 10% no urbano e 13% no turismo e na agricultura”, acrescentou.Além das restrições de 5%, a ministra indica os diversos setores da região devem “continuar com a cultura de poupar água” e “ser muito rápidos a executar os investimentos” previstos para aumentar as disponibilidades de água no Algarve, para os quais estão disponíveis 466 milhões de euros, a maior fatia destinada à dessalinizadora e à tomada de água no Guadiana, a partir do Pomarão (concelho de Mértola, distrito de Beja).