A Federação Nacional dos Médicos (Fnam) queixou-se à Direção- Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) contra o Ministério da Saúde tutelado por Ana Paula Martins, que acusa de recusar negociar com a estrutura. A DGERT aceitou a queixa e “obrigou” a tutela a sentar-se à mesa das negociações com o sindicato médico para discutir questões da classe a 28 de janeiro - numa primeira reunião, a qual, segundo a presidente da Fnam teve um feedback positivo. A segunda reunião era para ter ocorrido a 18 de fevereiro, mas acabou adiada para esta quinta-feira, sendo esperado que voltem à delegação da DGERT, no Porto, os representantes deste organismo, do Ministério da Saúde, das Unidades Locais de Saúde (ULS) e da Fnam. Se o e encontro tiver também “um desfecho positivo, provavelmente, a terceira reunião já será em Lisboa, no Ministério da Saúde, para se iniciar o processo negocial de revisão do acordo coletivo de trabalho para os médicos”, disse ao DN a presidente da Fnam, Joana Bordalo e Sá. Mas, à partida, deixa um recado: “Não estamos disponíveis para negociar perdas de direitos”, frisou, aludindo às declarações feitas pela ministra Ana Paula Martins, na semana passada, à Antena 1, sobre a reavaliação da idade limite dos médicos para deixarem de fazer urgências noturnas (50 anos) e deixarem de fazer urgências de todo (55). “Isto não é negociável. Até porque é a segurança dos utentes que pode estar em causa”, reforçou. Joana Bordalo e Sá explicou ao DN que em cima da mesa vão estar, de novo, as grelhas salariais e as condições de trabalho, já que a Fnam considera que, “independentemente de tudo o que aconteceu em 2024 em termos de negociação”, tendo o Governo chegado a acordo com o Sindicato Independente dos Médicos (SIM), “continuamos seriamente a lutar por soluções que resultem em mais médicos no SNS”. A estrutura considera que Ana Paula Martins “só tem arranjado estratégias para colmatar a falha de recursos humanos, como a criação de linhas telefónicas para atender os utentes, que já estão sobrecarregadas, e não verdadeiras soluções que levem a atrair mais médicos para o SNS”. A dirigente sindical dá ainda outro exemplo, que considera absolutamente inaceitável, que é a possibilidade de alguns tipos de medicamentos serem prescritos e vendidos pelas farmácias sem avaliação e diagnóstico de um médico. “Estamos muito preocupados com esta situação. É a segurança dos utentes que também está em causa. A avaliação e tratamento das infeções ligeiras é da competência dos cuidados primários, que também não têm médicos, mas o ministério em vez de aumentar os salários base mantém-se disponível para gastar milhões e milhões ao erário público para o pagamento de horas extraordinárias e em prestação de serviços”. .Federação Nacional dos Médicos defende manutenção da gestão pública dos hospitais.FNAM fez as contas e diz que aumento médio de salário dos médicos, afinal, é de 3,6%