Uma faia polaca ganhou na quarta-feira o concurso da Árvore Europeia do Ano, tendo Portugal ficado em segundo lugar com a chamada "Figueira dos Amores", uma figueira da austrália plantada nos jardins da Quinta das Lágrimas, em Coimbra.As árvores mais votadas, com 15 países a concurso, foram anunciadas numa cerimónia no Parlamento Europeu, tendo ficado em terceiro lugar um pinheiro apresentado por Espanha, que recebeu quase 37 mil votos.A figueira portuguesa recebeu mais de 43 mil votos e a vencedora destacou-se com mais de 147 mil votos. Ao todo foram registados mais de 400 mil votos.Num comunicado, a União para a Floresta Mediterrânica (UNAC) que organiza o concurso em Portugal, recordou que a Polónia venceu pela quarta vez consecutiva, desta vez com uma faia que está nas colinas de Dalkowskie.Ao receberem a distinção os representantes polacos destacaram a história da faia e disseram ser uma árvore que une, porque lá se juntam pessoas, se fazem concertos e clubes de leitura e mesmo missas. Mais de 5.000 pessoas participaram ali em workshops ligados a horticultura e silvoterapia.O empresário Miguel Júdice recebeu na cerimónia a distinção alusiva ao segundo lugar e referiu o mérito de alguém plantar árvores que não vai ver desenvolvidas e recordou a relação com a árvore da Quinta das Lágrimas, que é propriedade da família.A Figueira dos Amores faz parte do património vivo dos Jardins da Quinta das Lágrimas, em Santa Clara, Coimbra. No mês passado, quando foi anunciada como a representante de Portugal, Miguel Júdice, presidente do Hotel Quinta das Lágrimas, afirmou: "Esta é talvez a árvore mais icónica do Jardim da Quinta das Lágrimas. Achei que tinha potencial para ser a árvore portuguesa do ano, candidatámos e, na sequência da vitória no concurso português, passámos ao concurso europeu".A figueira, com cerca de 150 anos, é uma árvore australiana, com 35 metros de altura, 15 de perímetro de tronco e aproximadamente 40 de diâmetro de copa.A árvore pode ser encontrada no Jardim, junto à Fonte dos Amores, espaço da história de amor de Pedro e Inês.Plantada no jardim, no século XIX, por um aristocrata colecionador de árvores, na sequência de trocas de sementes com o Jardim Botânico de Sydney, a peça chama a atenção pela dimensão dos seus ramos, tronco e raízes.Na cerimónia de hoje, Florika Fink-Hooijer, da direção-geral do Ambiente, da Comissão Europeia, destacou a celebração das árvores mas também a ligação das pessoas com a natureza, e o poder das árvores, que são um símbolo de vida e de força. E salientou também a importância das árvores na restauração da natureza.O concurso da Árvore Europeia do Ano surgiu em 2011, inspirado num concurso da República Checa, e busca não apenas a árvore mais bonita esteticamente, mas sim uma árvore com uma história de ligação às pessoas da comunidade onde se encontra.O Concurso Árvore Europeia do ano é promovido pela "Environmental Partnership Association" (EPA) e pela "Partnership Environmental Foundation", com o apoio da "European Landowners' Organisation" (ELO).A UNAC aderiu pela primeira vez à iniciativa como organizador nacional em 2018, no mesmo ano em que uma árvore portuguesa ganhou o concurso internacional.