Farmácias podem vir a tratar infeções ligeiras
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Farmácias podem vir a tratar infeções ligeiras

Está em fase final um despacho que permitirá avaliação da medida defendida por farmacêuticos, adiantou secretária de Estado.
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No esforço para aliviar a pressão sobre os cuidados primários e as urgências hospitalares pode vir a caber um papel mais ativo das farmácias. A secretária de Estado da Saúde, Ana Povo, manifestou esta terça-feira a abertura do Governo para avaliar a possibilidade de tratamento de infeções ligeiras diretamente nas farmácias comunitárias, num anúncio feito durante a tomada de posse dos novos órgãos sociais da Ordem dos Farmacêuticos.

Segundo a agência Lusa, a governante adiantou que está em fase final um despacho que permitirá a avaliação da medida, envolvendo entidades como a Direção-Geral da Saúde (DGS), o Infarmed e as ordens profissionais. A ideia é criar protocolos que estabeleçam critérios seguros para que farmacêuticos possam intervir em situações clínicas de baixa gravidade, dando o exemplo de algumas infeções urinárias.

O bastonário da Ordem dos Farmacêuticos voltou a defender a iniciativa, destacando que esse modelo "já é uma realidade em diversos países". Para Helder Mota Filipe é essencial garantir um sistema de informação eficiente que permita o acesso a dados clínicos e a partilha de informações entre farmacêuticos e médicos de família, garantindo segurança e qualidade no atendimento.

Outro ponto levantado pelo bastonário foi a necessidade de acelerar a dispensa de medicamentos hospitalares em proximidade, um projeto que, segundo referiu, “ainda se encontra em fase piloto”, apesar de ser uma prioridade nacional. Em resposta, Ana Povo garantiu que a iniciativa já está na “fase de conciliação de sistemas informáticos” e que está a ser gradualmente implementada.

A secretária de Estado também destacou outras iniciativas para fortalecer o papel das farmácias no Sistema Nacional de Saúde (SNS), como a ampliação do protocolo para a substituição de medicamentos indisponíveis e a maior participação das farmácias em rastreios de doenças como HIV e hepatites.

Helder Mota Filipe pediu um maior reconhecimento para a profissão e reforçou a importância dos farmacêuticos no acesso ao medicamento e na sustentabilidade do SNS: “Os farmacêuticos são uma parte fundamental da solução, e não um problema”. O bastonário pediu ainda da parte dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) um esforço maior na melhoria dos sistemas de informação: “Não é justificável que impedimentos técnicos coloquem em causa a segurança dos cuidados prestados, porque os farmacêuticos não têm acesso à informação necessária para a prestação adequada dos serviços farmacêuticos”.

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