Estónia recolhe dados de ADN de 100 mil habitantes para estudo
A Estónia lançou um programa de saúde que está a levantar polémica. O governo de Tallinn irá rastrear quase um décimo do ADN da população numa ação que pretende avaliar o risco de doença para os estónios.
Cerca de 100 mil dos 1,3 milhões de habitantes deste país Báltico irão dar amostras de sangue a um programa financiado pelo Estado, que visa estudar as informações genéticas dos participantes e, posteriormente, identificar a que doenças estão eles mais sujeitos.
Cada colheita de ADN será analisada em mais de 600.000 marcadores ligados a doenças comuns, como as cardíacas, cancro e colesterol alto.
Mais de 100.000 variantes adicionais serão rastreadas para doenças raras ou reações a 28 drogas.
O objetivo do projeto é fornecer conselhos de estilo de vida ou medidas preventivas para reduzir as chances das pessoas adoecerem.
O intuito do estudo avançado pela New Scientist pode ser bom, mas há vozes criticas que se levantam.
No Reino Unido e na Irlanda, os bancos biológicos armazenam amostras de ADN doadas, que geralmente são coletadas para pesquisa médica. Nestes casos, as pessoas envolvidas estão legalmente proibidas de receber informações sobre o mesmo.
Saber que se tem maior predisposição para uma qualquer doença "pode trazer níveis aumentados de ansiedade", afirma Hugh Whittall, do Nuffield Council on Bioethics da Inglaterra.
O governante acrescenta ainda que as informações recolhidas serão altamente seguras, anónimas e codificadas, assim como que os planos do país passam por um dia ter um biobanco nacional e um Sistema de Informação de Saúde com a informação genética de cada habitante.