Estónia recolhe dados de ADN de 100 mil habitantes para estudo

Está em curso desde 20 de março e tem como o objetivo, através da análise de colheitas de sangue, perceber quais os riscos de saúde que a população corre
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A Estónia lançou um programa de saúde que está a levantar polémica. O governo de Tallinn irá rastrear quase um décimo do ADN da população numa ação que pretende avaliar o risco de doença para os estónios.

Cerca de 100 mil dos 1,3 milhões de habitantes deste país Báltico irão dar amostras de sangue a um programa financiado pelo Estado, que visa estudar as informações genéticas dos participantes e, posteriormente, identificar a que doenças estão eles mais sujeitos.

Cada colheita de ADN será analisada em mais de 600.000 marcadores ligados a doenças comuns, como as cardíacas, cancro e colesterol alto.

Mais de 100.000 variantes adicionais serão rastreadas para doenças raras ou reações a 28 drogas.

O objetivo do projeto é fornecer conselhos de estilo de vida ou medidas preventivas para reduzir as chances das pessoas adoecerem.

O intuito do estudo avançado pela New Scientist pode ser bom, mas há vozes criticas que se levantam.

No Reino Unido e na Irlanda, os bancos biológicos armazenam amostras de ADN doadas, que geralmente são coletadas para pesquisa médica. Nestes casos, as pessoas envolvidas estão legalmente proibidas de receber informações sobre o mesmo.

Saber que se tem maior predisposição para uma qualquer doença "pode trazer níveis aumentados de ansiedade", afirma Hugh Whittall, do Nuffield Council on Bioethics da Inglaterra.

Jevgeni Ossinovski, ministro da Saúde e do Trabalho da Estónia, que foi um dos primeiros a participar no projeto, disse à New Scientist:

O governante acrescenta ainda que as informações recolhidas serão altamente seguras, anónimas e codificadas, assim como que os planos do país passam por um dia ter um biobanco nacional e um Sistema de Informação de Saúde com a informação genética de cada habitante.

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