INE revela que esperança de vida à nascença é estimada em 81,49 anos em Portugal
A esperança de vida à nascença da população portuguesa foi estimada em 81,49 anos, em 2022- 2024, aumentando 3,8 meses face ao triénio anterior, revelou esta sexta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Estes números ultrapassam pela primeira vez, desde a pandemia de covid-19, o valor de 2018-2020 (81,22 anos), segundo a mesma fonte.
O aumento foi de 4,3 meses para os homens e de 3,5 meses para as mulheres.
A esperança de vida à nascença foi, assim, calculada em 78,73 anos para os homens e 83,96 anos para as mulheres.
“No espaço de uma década, verificou-se um aumento de 1,17 anos na esperança de vida à nascença para o total da população, sendo de 1,49 anos para os homens e de 0,84 anos para as mulheres”, destacou o INE.
O aumento, segundo a mesma fonte, resultou sobretudo da redução na mortalidade em idades iguais ou superiores a 60 anos.
“A contribuição das idades mais idosas foi mais significativa para as mulheres do que para os homens”, de acordo com a análise apresentada.
A esperança de vida aos 65 anos, no período 2022-2024, foi estimada em 20,02 anos para o total da população.
Aos 65 anos, os homens podiam esperar viver 18,30 anos e as mulheres 21,35 anos, o que corresponde a um aumento de 0,30 anos para os homens e de 0,24 anos para as mulheres relativamente a 2021-2023.
Nos últimos dez anos, a esperança de vida aos 65 anos aumentou 11,5 meses para os homens e 8,5 meses para as mulheres.
População até aos 17 anos representa 15,7% do total
Portugal tinha, em 2023, 1.675.610 crianças e adolescentes, que representavam 15,7% da população, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística divulgados esta sexta-feira, em antecipação do Dia Mundial da Criança, que se celebra a 01 de junho.
Os dados, divulgados em conjunto com o Comité Português para a UNICEF indicam que entre 1990 e 2023, a proporção de crianças (até aos 17 anos) na população total passou de 25,2% para 15,7%.
No mesmo período, o número de nados-vivos por mil mulheres em idade fértil passou de 46,5 para 38,8 e a idade média das mulheres ao nascimento do primeiro filho passou de 24,9 para 30,2 anos, segundo a mesma fonte.
A taxa de risco de pobreza das crianças até aos 17 anos manteve-se superior à observada para a população em geral, tendo atingido, em 2023, 17,8%.
O risco de pobreza afetava quase um terço da população que vivia em agregados familiares monoparentais e cerca de 28% no caso das famílias numerosas.
A cobertura de vacinas contra infeções provocadas por Vírus do Papiloma Humano (HPV) era, em 2023, superior para as crianças do sexo feminino com 11 e 12 anos.
No ano passado, 3,6% das crianças não teve acesso a consultas ou tratamentos dentários de que precisava e 4,5% tinha alguma limitação na realização de atividades consideradas habituais para a idade, devido a problemas de saúde prolongados.
Em 2024, um quinto das crianças vivia em agregados sem capacidade para lhes pagar pelo menos uma semana de férias por ano, fora de casa, e um décimo das crianças não tinha possibilidade de participar regularmente numa atividade extracurricular ou de lazer.
Em 2024, foram registados 3.237 crimes contra menores, correspondendo ao maior número de participações registadas pelas autoridades policiais desde 2014.
Em 2022, 18,6% das pessoas com idades entre os 18 e os 74 anos referiram ter sofrido algum tipo de violência na infância (até aos 15 anos). 3,5% das mulheres sofreu abusos sexuais na infância, contra 1,1% dos homens.
Relativamente ao número de alunos matriculados no ensino não superior no ano letivo 2022/2023, diminuiu 19,9% em relação a 1990/1991, tendo a taxa bruta de pré-escolarização passado de 50,7% para 99,4%.
Em 2022, quase 77% dos alunos com 15 anos tinha um nível mínimo de proficiência na leitura e 70,2% em matemática, refletindo, em ambos os casos, “uma redução em relação a 2012”.