Engenharia aeroespacial ganha cada vez mais destaque nas escolhas dos melhores alunos
A nova licenciatura em Engenharia Aeroespacial lançada pela Universidade do Porto (UP) para o próximo ano letivo é o curso com a mais alta média de entrada no Ensino Superior em 2024-2025. Segundo a lista de colocações na primeira fase de acesso (veja aqui), divulgada este domingo pela Direção-Geral do Ensino Superior (DGES), o último dos 30 alunos admitidos na nova licenciatura da UP entrou com uma média de 194,5 valores. Engenharia Aeroespacial ganha, de resto, cada vez mais destaque entre as escolhas dos alunos com melhor média de candidatura: entre os dez cursos com maior média de entrada, quatro são dessa área.
No total, foram colocados 49.963 novos estudantes na 1.a fase do Concurso Nacional de Acesso (CNAES) para o ano letivo 2024-2025 no ensino superior público, num aumento de 1,1% face ao ano leito anterior. O número de estudantes colocados, salienta a DGES, “representa uma taxa de colocação de candidatos de 85,7%, crescendo dois pontos percentuais face ao ano anterior”, devido também à diminuição do número de candidatos neste ano. Das 54666 vagas colocadas a concurso, sobram assim menos de cinco mil vagas (4996) para a segunda fase de candidatura, o número mais baixo desde 1999.
Nesta primeira fase do CNAES, mais de metade (56,1%) dos estudantes foram colocados na sua primeira opção de candidatura e 87,8% numa das três primeiras opções.
Universidade do Porto com seis cursos no top-10
No top-10 dos cursos com nota mais elevada de entrada para o último colocado, Engenharia Aeroespacial reforça então a sua posição entre as preferências demonstradas pelos melhores alunos do Secundário, ocupando quatro desses dez primeiros lugares: além da nova licenciatura lançada pela Universidade do Porto (194,5 valores), que encabeça a lista, estão também as licenciaturas de Engenharia Aeroespacial na Universidade do Minho, que no ano passado apresentava a média mais elevada e este ano surge no segundo lugar (191,4 valores), na Universidade de Lisboa (5.º lugar, com 187,3) e na Universidade de Aveiro (10.º lugar, com 183,8). Entre os dez cursos com média mais alta encontram-se também outro de Engenharia na Universidade do Porto: Engenharia e Gestão Industrial, em 6.º lugar, com média de 186,3.
De resto, a Universidade do Porto é predominante nesta lista, com seis cursos em dez. Além das Engenharias, a UP tem ainda no top-10 dois cursos de Medicina - os mestrados integrados do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (8.º lugar, com 185,5) e da Faculdade de Medicina (9.º lugar, com 184,8) - , e os cursos de Inteligência Artificial e Ciência de Dados (4.º lugar, com 187,5), e de Arquitetura (7.º lugar, com 186,0). Só a Universidade de Lisboa consegue também repetir o seu nome neste top, acrescentando-lhe a licenciatura em Matemática Aplicada à Economia e à Gestão (3.ª média mais alta, com 189,0).
A Universidade de Lisboa é a que absorve mais candidatos nesta primeira fase, com 7369 alunos admitidos, seguindo-se a Universidade do Porto, com 4718, e a Universidade de Coimbra, com 3352.
Mais aspirantes a médicos e professores
A DGES salienta o aumento no número de estudantes colocados tanto em cursos de Educação Básica como de Medicina, duas áreas de atividade onde o setor público se debate atualmente com dificuldades para atrair profissionais.
Assim, as licenciaturas em Educação Básica viram aumentar em 8% os alunos admitidos face ao ano anterior, “com 997 estudantes colocados nesta fase, e ocupando 100% das vagas disponibilizadas”. Nos últimos três anos, acrescenta a DGES, “o número de colocados em licenciaturas em Educação Básica aumentou 56,3%, o que demonstra o crescente interesse dos estudantes por estas formações”.
Já em cursos de medicina “foram colocados 1.661 estudantes, o que representa o maior número de sempre”, registando-se “mais 66 colocados face ao ano passado em resultado do acréscimo de vagas sobrantes dos concursos especiais de ingresso em medicina para licenciados”.
30 cursos sem interessados
Na cauda da lista, os cursos com piores médias de entrada do último colocado nesta primeira fase foram as licenciaturas em Gestão de Empresas (regime pós-laboral) no Instituto Politécnico de Beja, em Educação Social no Instituto Politécnico de Bragança, em Administração Pública no Instituto Politécnico de Castelo Branco e em Farmácia no Instituto Politécnico da Guarda, todos com 95 valores.
Sem qualquer candidato ficaram 30 dos cursos disponibilizados na primeira fase do CNAES, a grande maioria nos Politécnicos e em zonas do Interior do País. A instituição com mais cursos sem alunos colocados é o Instituto Politécnico de Bragança, com nove.
A DGES assinala que “o número de colocados em instituições localizadas em regiões com menor procura e menor pressão demográfica diminuiu 2% (12.868 estudantes colocados)”, apesar de diversas instituições do interior até terem “aumentado o número de colocados face ao ano anterior, casos das Universidades dos Açores, do Algarve, da Beira Interior e da Madeira, e dos Politécnicos de Beja, Portalegre, Viana do Castelo, e Viseu.
Vagas para a segunda fase
O Instituto Politécnico de Bragança é a instituição que apresenta uma maior quebra de colocados face à primeira fase de candidatura do ano letivo anterior, com menos 14,3%, e é também neste Politécnico do nordeste transmontano que sobram mais vagas disponíveis para a segunda fase de acesso: 975. No Politécnico de Viseu há 416, no da Guarda 338 e no de Castelo Branco sobram 318.
Mas também ainda há algumas vagas disponíveis nas Universidades mais procuradas, como Lisboa (117), Coimbra (112), Porto (72), Minho (36) e Aveiro (34).
As matrículas dos estudantes agora colocados realizam-se entre 26 e 29 de agosto. De 26 de agosto a 4 de setembro decorrerá a apresentação da candidatura à 2.a fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior público de 2024.
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