Empresa empregadora do trabalhador atropelado diz que "cumpria toda a sinalização" de segurança

A Arquijardim, que tem mantido o silêncio desde o acidente que matou Nuno Santos a 18 de junho, vem agora esclarecer que "cumpria toda a sinalização de acordo com as regras estabelecidas no contrato celebrado com a Brisa". Adianta também que vai pagar "uma prestação monetária por solidariedade à família".

"A Arquijardim SA tem contrato com a Brisa para a manutenção da vegetação e remoção de resíduos da A6. No dia do acidente, desenvolvia os trabalhos de acordo com o contrato estabelecido com aquela sociedade, os quais constavam de corte de vegetação e remoção de resíduos da autoestrada. (...) Cumpria toda a sinalização de acordo com as regras estabelecidas no contrato celebrado e que, no caso concreto, constavam de sinalização de trabalhos móveis, compostos por uma viatura devidamente sinalizada, à semelhança do que sucede em trabalhos desta natureza".

Pela primeira vez desde a morte do seu trabalhador a 18 e junho, na A6, atropelado pela viatura oficial do ministério da Administração Interna, a empresa Arquijardim fala publicamente sobre o caso, em comunicado enviado depois das 17 horas para o DN, e assinado "administração".

Este comunicado surge depois de o DN ter contactado a empresa por duas vezes a tentar obter esclarecimentos. O texto não revela que regras estão estabelecidas, em termos de segurança, no contrato com a Brisa, nem se os trabalhos desenvolvidos pela equipa de quatro homens chefiada por Nuno Santos incluíam o separador central, junto do qual este foi atingido pelo automóvel onde seguia o ministro da Administração Interna.

Recorde-se que um dos trabalhadores da equipa, ouvido pelo Observador, disse "não saber" o que o colega estava a fazer naquele local. Aliás, a empresa garante desconhecer "as circunstâncias do acidente", assim como "a velocidade de circulação do veículo interveniente no atropelamento do nosso trabalhador."

Adiantando ter acionado "de imediato o seguro de acidentes de trabalho", a Arquijardim assume ter "tratado do funeral" e pagado "as despesas inerentes", assim como "o pagamento dos valores relativos ao termo do contrato de trabalho". Ou seja, depreende-se, terá liquidado os valores respeitantes a salários não pagos, assim como subsídios de férias e Natal. Vai também, assume, "fazer o pagamento de uma prestação monetária" em julho, "por motivos de solidariedade".

De acordo com o advogado da família - Nuno Santos deixa viúva e duas filhas adolescentes -, José Joaquim Barros, irá de seguida ser efetuado um requerimento à seguradora Caravela, com a qual a Arquijardim contratou o seguro de acidentes de trabalho, para que esta pague uma pensão provisória, até à resolução do caso.

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