Diversidade de religiões aumenta em Portugal
A comunidade ortodoxa tem crescido bastante em Portugal nos últimos 40 anos. Foto: Leonardo Negrão/Global Imagens

Diversidade de religiões aumenta em Portugal

As comunidades ortodoxa e muçulmana foram as que mais cresceram desde os anos 80. Budistas e hindus têm forte presença.
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A comunidade ortodoxa foi das que mais cresceu em Portugal nas últimas décadas, passando de 2564 pessoas em 1981 para 60 381 em 2021 enquanto a muçulmana cresceu de 4335 residentes no país para 36 480, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). Cerca de 1,2 milhões não tem religião, contra 253 786 no início dos anos 80.


De acordo com os dados disponíveis para 1981, a religião protestante incluía 39 122 pessoas, havendo 59 985 respostas na categoria “outra cristã”. Em 2021, o INE contabilizou 186 832 fieis da igreja protestante/evangélica, 63 609 testemunhas de Jeová e 90 948 cidadãos pertencentes a outra religião cristã. A comunidade judaica passou de 5493 elementos, em 1981, para 2910, em 2021, tendo em conta a população residente no país.


Em 2021, havia já registo de 19 471 hindus e 16 757 budistas (sem comparação com 1981), enquanto as pessoas que se identificaram com outra religião não cristã correspondiam a um total de 24 366. As grandes religiões do mundo sempre estiveram presentes em Portugal, embora sem direitos e por vezes sujeitas a perseguição, como foi o caso dos judeus e mais tarde daquelas que se opuseram à guerra colonial e se recusaram a cumprir o serviço militar obrigatório, de que são exemplo as Testemunhas de Jeová. 


Embora permitidas, as igrejas minoritárias não tinham “um estatuto legal mínimo”, com direitos e deveres: “Havia várias religiões. Aliás, há religiões que estão em Portugal há 200 anos e mais”, diz  o presidente da Comissão da Liberdade Religiosa, Vera Jardim. “Os batistas, os luteranos, os judeus, desde logo. Tivemos a expulsão dos judeus, mas depois tiveram inteira liberdade de culto. Essas religiões todas tinham o seu papel em Portugal e até estavam bem estabelecidas nalgumas colónias portuguesas. Tinham missões. Havia as missões católicas, que aliás eram encarregadas pelo Estado do ensino- O ensino praticamente, salvo alguns liceus existentes nas capitais de Angola, de Moçambique, etc, estava nas mãos de organizações religiosas da igreja católica e algumas missões não católicas. Essas missões não católicas, de um modo geral, foram acusadas pelo regime e algumas expulsas”, exemplificou o ex-ministro da Justiça, que se empenhou pela regulamentação da liberdade religiosa.

Portugal viveu sempre com a herança cultural das grandes religiões mundiais, cristãs e não cristãs, com forte presença islâmica sobretudo em Moçambique e na Guiné. 

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