DGS recomenda 2ª dose da Pfizer ou da Moderna a menores de 60 anos que tomaram antes vacina da AstraZeneca

Norma de vacinação foi atualizada e indica que "as pessoas que adiaram a segunda dose do esquema" do fármaco da AstraZeneca, designada por Vaxzevria, "aguardando por nova recomendação da DGS, devem completar a vacinação com uma dose de vacina de mRNA".
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A Direção-Geral da Saúde (DGS) recomenda aos menores de 60 anos que já tomaram a primeira dose da vacina da AstraZeneca que tomem uma segunda dose da Pfizer ou da Moderna, de modo a completar a vacinação contra a covid-19.

A decisão que já era aguardada surgiu esta sexta-feira com a atualização da norma 003/2021 no que diz respeito ao fármaco desenvolvido pela AstraZeneca, designado por Vaxzevria.

Diz a autoridade de saúde que as pessoas com menos de 60 anos a quem foi administrada a primeira dose da vacina da AstraZeneca "devem completar o esquema de vacinação com uma dose de vacina de mRNA". Quer isto dizer, com uma dose do imunizante da Pfizer ou da Moderna, uma vez que utilizam a mesma tecnologia de RNA mensageiro e não um adenovírus alterado.

A DGS refere ainda que "neste esquema misto podem surgir alguns sintomas, como febre, cansaço, inchaço ou dor no local a administração, nos primeiros dias após a vacinação", como acontece com todas as vacinas contra a covid-19.

"As pessoas devem estar atentas a estes sintomas e seguir as indicações do folheto da norma e dos profissionais de saúde", refere a autoridade de saúde nacional.

Na norma agora atualizada é recordado que em Portugal a vacina desenvolvida pela AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, é recomendada a pessoas a partir dos 60 anos, "até novos dados serem conhecidos". Uma decisão que surgiu na sequência de casos muito raros de coágulos sanguíneos após a administração deste fármaco.

A DGS diz, no entanto, que "as pessoas com menos de 60 anos, que assim o desejem" podem, "numa base de ponderação de risco-benefício individualizada" ser imunizadas novamente com a AstraZeneca na segunda dose, "desde que se obtenha o seu consentimento livre e esclarecido".

O organismo, cuja diretora-geral é Graça Freitas, diz que "dada a possibilidade de uma maior reatogenicidade, com um esquema vacinal constituído por duas vacinas diferentes, poderá ser administrado paracetamol, após a administração da segunda dose".

Em relação ao esquema de vacinação, é recomendado no documento "duas doses com intervalo de 12 semanas". "Se foi administrada a 1ª dose a uma pessoa que tenha estado infetada por SARS-CoV-2, não deve ser administrada a 2ª dose", indica a norma.

Caso haja um " atraso em relação à data marcada para a 2.ª dose, ou, por qualquer intercorrência, não puder ser administrada a 2ª dose, a mesma será administrada logo que possível", lê-se no documento. "Todas as oportunidades de vacinação devem ser aproveitadas para completar o esquema vacinal, respeitando as recomendações desta norma", nota a DGS.

Na norma, a DGS lembra que "foram observados, em alguns países europeus, eventos muito raros, de trombose", sendo que "alguns com desfecho fatal". "Estes eventos foram observados, com maior frequência, nas primeiras três semanas após administração da 1ª dose da vacina Vaxzevria, principalmente em mulheres com menos de 60 anos de idade".

É referido que "à data, é considerado que estes eventos poderão estar associados" à vacina, estando, no entanto, "ainda a ser realizados estudos sobre este tipo" de ocorrências, "nomeadamente após a primeira e a segunda doses".

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