“Design de almofada” no novo topo de gama revela que a Samsung não dorme

A renovada linha de wearables da Samsung, lançada na semana passada em simultâneo com os dois novos modelos dobráveis Fold e Flip 6 que aqui noticiámos, traz ao público um novo Galaxy Watch Ultra que inaugura, para o fabricante sul-coreano, um design que a própria designa como “almofada” e rompe com o tradicionalismo das caixas redondas que têm sido a “imagem de marca” dos seus smartwatches.

Tivemos oportunidade de experimentar o Ultra brevemente no pulso, na apresentação à imprensa nacional e apesar de se tratar de um relógio grande -tem 47mm de “diâmetro”- o design de cantos arredondados, de facto, suavizam (e muito) o que, de outra forma, seria uma caixa “bajola”. Até porque os 12,1mm de espessura não são particularmente reduzidos...

 Mas o resultado, possivelmente parecendo que não, pela descrição acima, é um relógio que tanto pode ser elegante como desportivo, consoante a bracelete (e o mostrador) que se escolha. A qualidade de fabrico, com caixa em titânio, é evidente, podendo este ser um acessório perfeitamente utilizável tanto com fato completo, como para levar para o ginásio. Dadas as dimensões, parece-nos, no entanto, que a Samsung aqui deixa a grande maioria do público feminino de fora.

Isto, a não ser que as senhoras em causa pratiquem atividades como mergulho ou alpinismo: este é o primeiro relógio da Samsung estar certificado para resistir a pressões até 10 atmosferas ou funcionar sem problemas a 9 mil metros de altitude.

O ecrã, AMOLED, com always on, naturalmente, promete um brilho até 3000 nits, que em princípio é mais do que suficiente para ser visível mesmo sob sol intenso. A autonomia prometida é de 48 horas “em poupança de energia para exercício”, segundo o comunicado da Samsung...

O Ultra é disponibilizado na versão LTE (ligação a rede celular, pelo que tem sempre internet e poderá fazer chamadas telefónicas) e tem um preço-base de cerca de 700 euros.

Inclui ainda, naturalmente, aquele tipo de serviços que são já obrigatórios neste tipo de aparelhos, hoje em dia, bem como as novidades que a Samsung introduziu no outro novo membro da família de wearables, o Galaxy Watch7.

O tradicional mais avançado

No Watch7 a marca sul-coreana manteve-se fiel ao seu design redondo tradicional e lança-o em dois tamanhos, de 40 e 44mm. Ambos surgem no mercado também em variantes com e sem LTE, com preços entre os 320 e os 400 euros.

Como não podia deixar de ser, para toda esta nova linha de wearables (Ultra incluído, lembramos), a maior novidade em termos de serviços é a utilização da Inteligência Artificial na monitorização dos dados captados pelos aparelhos. Esta permite personalizar os resultados apresentados tanto nas atividades físicas, como nos elementos relativos à saúde, desde períodos de sono a frequência cardíaca.

Quanto à primeira questão, criou-se a Workout Routine, capaz de “rastrear com precisão mais de 100 atividades físicas e construir rotinas ao combinar vários exercícios para alcançar os objetivos propostos”, como pode ler-se no comunicado da Samsung,

Já na área da saúde, o Body Composition é um sistema de IA que cria “um retrato completo do corpo e fitness, para uma compreensão mais abrangente do corpo”.

Ainda no que toca à monitorização do sono, estes novos relógios incluem um novo algoritmo de controlo da apneia, que segundo a Samsung foi já homologada pela autoridade do medicamento norte-americana, FDA, que alerta para situações de alterações graves na respiração da pessoa enquanto esta está a dormir.

A deteção de ritmos cardíacos irregulares sugestivos de fibrilação auricular e a monitorização cardíaca mais profunda com recurso a eletrocardiograma (ECG) e medição da pressão arterial estão também disponíveis.

Monitorização da glicação

Outra novidade é a estreia da monitorização de “glicação avançada” (AGEs), através de um AGE Index. 

A glicação é o processo de união entre uma proteína e um carboidrato ou açúcares sem o intermédio de uma enzima, que pode provocar sinais de envelhecimento da pele, cataratas, bem como doenças vasculares em diabéticos.

Tendo este processo muito a ver com aquilo que comemos, a sua monitorização pode ajudar a perceber se estamos (ou não) no bom caminho. É o que promete este AGE Index.

E, claro, o facto de a sigla significar “idade” em inglês é mera coincidência...