Das 7 às 19: entre a família, o trânsito e o trabalho

Fomos ver como algumas famílias fazem essa gestão, que é diária. Três vivem na Grande Lisboa e duas no Grande Porto e, acompanhá-las, resultou em duas grandes conclusões: afortunados os que têm familiares a quem podem recorrer; as mulheres têm a maior parte do trabalho.
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O trabalho, o trânsito, os filhos, as lides domésticas, os transportes, as filas, os jantares, os relatórios, os banhos, os almoços, os ofícios, os trabalhos de casa, os lanches. Nada disto é novidade para a população portuguesa, sobretudo as que percorrem grandes distâncias entre a habitação e o emprego.

Família Ribeiro: Bem-dispostos, nada esquisitos

"Costumo dizer que os meus filhos abrem e fecham o ATL", comenta Dalila Garrido. O que significa que os deixa minutos depois das 7 e os vai buscar minutos antes das 19. São o Miguel, de 10 anos, e os gémeos André e David, de 5. "Sempre bem-dispostos, acordam bem, não são esquisitos no comer". E já com responsabilidades extraescolares, como tomar banho enquanto a mãe acaba o jantar e fazer a cama. A sopa é feita ao sábado e à quarta. São os Ribeiro e vivem em Alverca, o emprego da mãe faz com que percorra grandes distâncias; o do pai é em Lisboa.

Dalila tem 38 anos, é arqueóloga e trabalha em estudos de impacto ambiental. A empresa é na Batalha, Leiria, mas na maioria das vezes percorre o país a inspecionar as obras ou trabalha em casa. Além disso, chefia uma equipa de venda de produtos cosméticos, um complemento ao salário que lhe ocupa alguns fins de semana. O marido é o Pedro Ribeiro, 41 anos, chefe do Grupo de Intervenção de Segurança Prisional, trabalha por turnos. Entrou para o 1.º ano de Direito, estuda à noite.

Toda a família se levanta cedo, mas é para Dalila que toca primeiro o despertador, pelas 05:45. O marido acorda 15 minutos depois e os filhos, passada meia hora. Os rapazes vestem-se enquanto ela prepara os lanches e o seu almoço com o resto do jantar. Faz pratos que rendem e que dão para guardar, como frango com esparguete ou bacalhau desfiado, com cenoura que vai ao forno e que ficou da refeição com grão.

Mete os três na carrinha, deixa o mais velho na escola e os mais novos no Centro de Apoio do Bom Sucesso e Arcena , onde se juntam os irmãos à tarde. Têm pré-escolar e Atividades dos Tempos Livres (ATL), como a natação e inglês para os gémeos. O Miguel joga basquete na equipa da escola e faz natação. É meio da semana, mais mães do que pais entram apressados no ATL, prestes a fechar. Os manos Ribeiro contam o como foi o dia, mostram os recados, exigem atenção. Mesmo nos dias em que Dalila trabalha em casa ou achega mais cedo da obra, aproveita para adiantar o jantar, fazer uma máquina de roupa, aspirar, etc.

"Sabem o que têm a fazer. Tirem os sapatos, lavem as mãos, Miguel vai tomar banho". Ordena Dalila mal mete as chaves à porta de casa. Logo de seguida: "André e David têm trabalhos para fazer? Sim, venham para a mesa da cozinha que eu ajudo". Mexe depois um tacho de carne, mete água a ferver para o esparguete. O Miguel faz tudo sozinho, já os gémeos querem ajuda no vestir . Isto depois do André dar por terminado um trabalho manual. "Mãe, já não quero fazer mais!". E ouve: "Tens que fazer, é para entregar amanhã." O David tem outra batalha: "Vou comer pintarolas". Responde Dalila: "Não comes antes do jantar." Acabados os banhos, vão para a mesa. "Eles chegam esfomeados e mete-os a comer a sopa enquanto acabo o jantar".

Todos as semanas é preciso comprar pão e os frescos - fruta, legume, carne ou peixe -, uma vez por mês fazem as compras maiores e aproveitam as promoções para fazer stocks. Quando o marido esteve em missão na Guiné, estava ela grávida dos gémeos, comprava online. Têm um frigorífico e uma arca vertical, onde por exemplo congelam às 50/60 carcaças, que os rapazes tiram para fazer as próprias sandes.

Não têm empregada e Dalila faz os trabalhos domésticos durante a semana para ficar mais livre ao fim de semana. "Não aspiro porque sou eu a aspirar e eles a sujar, aproveito as sestas para passar a ferro [às vezes a avó materna ajuda], e tento sempre sair de casa com eles mesmo quando o Pedro não está". Menos nos fins de semana em que vende cosméticos e que o Miguel acompanha. "Gosto de o levar e ele quer ir, para ver o que é o trabalho. Os meus pais também me passaram isso."

Moram num T2 que está pago, o casal não vê razão para se endividarem por uma casa maior, apesar de estarem apertados. "Nunca gostei de ser filha única, sempre quis ter mais do que um filho, não sabia que o segundo vinha com brinde", brinca Dalila. Que pede: "Não digam coitadinha a uma mãe de gémeos". É fundadora de uma associação de apoio a estas famílias.

Os avós maternos vivem em Alenquer e os paternos na Graça, onde Miguel chegou a frequentar o jardim de Infância durante cinco meses, mas era mais difícil gerir as deslocações. Quando acontece um percalço, Dalila acaba por recorrer mais facilmente aos amigos e vizinhos, como aconteceu há um ano quando torceu um pé. Ou quando teve um acidente de carro ao regressar a casa, o que a impediu de os apanhar antes das 19:00.

É uma correria, para se deitar depois da meia noite."Eles deitam-se por volta das 21:30/21:40, aproveito o restante tempo para arrumar alguma coisa ou estender uma máquina de roupa. E ligo o computador para ver se há algum email para responder". Cinco horas depois volta tudo ao mesmo. Parece impossível. Não para Dalila Garrido.

Família Moreira: Viver na aldeia dentro da cidade

"Julgo que somos um pouco privilegiados", diz Paulo Moreira, ao sintetizar ao quotidiano da sua família. O casal Moreira e os dois filhos vivem em Grijó, no extremo sul do concelho de Vila Nova de Gaia, a cerca de 15 km do centro do Porto. Mas nem Paulo, 49 anos, nem a mulher Ivone, 43, rumam a norte quando se deslocam para o trabalho, ele segue para Estarreja e ela para Santa Maria de Lamas. "Privilegiados no sentido em que dispomos de condições que nos permitem ter cada um o seu automóvel, temos os avós a viver na mesma rua", justifica Paulo, que trabalha em marketing num organismo público.

Os Moreira residem mesmo ao lado da A1. Instalaram-se ali há 16 anos. Por ser a terra onde os pais de Ivone sempre viveram. "Era um local que conhecia bem e sabíamos que teríamos boas condições de vida, além do apoio familiar dos meus pais", relata a engenheira informática. Os dois filhos vieram mais tarde mas a escolha uma local onde coexistem moradias, uma considerável mancha verde, bons serviços públicos e autoestradas mesmo ao lado foram uma aposta de futuro.

O dia o dia é rotineiro. Paulo é o primeiro a sair de casa. "Agora tenho passado no ginásio antes ir para o trabalho." A distância para Estarreja é superior a 30 km mas Paulo prefere medir em tempo. "Faço parte do percurso em autoestrada e outra em estrada nacional. Demoro cerca de 40 minutos. Tenho a vantagem de andar contra o trânsito, a essa hora o movimento é em direção ao Porto, eu faço o inverso."

Ivone acorda Laura, 8 anos, e Henrique, 7, às 08.00. "Preparo-os e saímos de casa às 08.40. Deixou-os na escola aqui em Grijó. Almoçam na escola também", conta a mãe que precisa então de 15 minutos de automóvel, por estradas secundárias, até chegar à empresa em Lamas. Tanto Ivone como Paulo almoçam perto dos locais de trabalho, em restaurantes. Mas chegam um pouco tarde a casa. "Os avós é que os vão sempre apanhar à escola. Depois combinamos entre nós qual é que vai buscá-los, até podemos ir os dois, mas o normal é falarmos e combinar", explica Paulo. O jantar é por regra em casa e preparado por Ivone. "Tivemos sempre este apoio familiar. E é claro uma das razões para viver aqui. Os meus pais estão ambos reformados mas estão ativos. Mesmo quando há algum problema na escola, por doença ou assim, há sempre aqui alguém disponível para ir logo", conta Ivone, enquanto se prepara para sair e levar Laura à escola de música. "Fica nos Carvalhos, a cinco minutos de carro", diz a mãe. "Para os miúdos isto tem tudo, desde as escolas públicas a colégios, Até temos uma Dragon Force, uma escolinha do FC Porto, onde o Henrique já treina", reforça o pai, benfiquista. "O avô vai sempre com ele."

Andam sempre de carro. "Há transportes públicos, mas os horários não são tão bons." A família não sente necessidade de grandes viagens. "Há tudo, supermercado, farmácia, restaurantes, comércio, o hospital de Gaia fica a cinco minutos. A nossa oferta rivaliza com a existente em muitas cidades. Não temos desvantagem nenhuma aqui, e quando precisarmos de ir à cidade, vamos." Se os dias de semana são rotineiros, aos sábados e domingo a vida. "É outro lado bom de morar aqui. Apesar de estar ao lado da autoestrada, vivemos numa zona tranquila, sem torres ao lado nem grande trânsito. É bom estar neste sossego", aponta Ivone. É nestes dias que a Migas, a cadela Labrador com 9 anos, recebe mais atenção do quarteto familiar. Recomendariam a uma amigo ir viver para Grijó? Ivone responde: "Sim, sem dúvida. Isto é uma aldeia dentro da cidade."

Família Pedro: Despediu-se para estar com o filho

A qualidade de vida da família Pedro, de Setúbal, melhorou substancialmente nos últimos três anos, quando a mãe, Ana, 41 anos, enfermeira, se despediu numa clínica em Lisboa para acompanhar o filho, o Rui de 5 anos. A doença da mãe foi a gota de água para decidir deixar o emprego. "Não tinha vida própria, não ia às reuniões, era a minha Rita [a filha mais velha, agora com 20 anos]. Entregava-o a dormir à minha mãe e, muitas vezes, já dormia quando o trazia. Se alguma vez ia buscar o menino ao infantário, ele olhava para mim como se fosse uma pessoa qualquer. Eu ficava tão triste. Desempreguei-me, sem direito a subsídio, mas o dinheiro não é o mais importante. O mais importante é estar com a família, ir buscar e levar o menino ao infantário".

Só recentemente a filha mais velha, a Rita de 20 anos, contou à Ana o que sentia quando a mãe vinha para Lisboa, entre 2004 e 2008 no curso de enfermagem e mais cinco a exercer. "A Rita é uma pessoa muito especial, só agora me disse a falta que eu lhe fazia."

Ana Pedro sempre quis ser enfermeira, mas uma gravidez aos 20 anos fez com que interrompesse o sonho. Casou e fez muitas coisas até voltar à faculdade, nos exames adoque, há 12 anos. Esteve em restaurantes, em supermercados, tirou o curso de esteticista aos 23, trabalhou num cabeleireiro. "Até que consegui cumprir o meu sonho, tirar enfermagem". Foi numa altura em que fechou a oficina onde o Paulo Pedro, o marido, trabalhava. Agora ele tem muita coisa para fazer e, quando "não tem inventa", o que faz com que a gestão doméstica esteja a cargo da Ana. Nada que a apoquente. "A minha vida está muito mais tranquila . Ir buscar e levar o meu filho, fazer compras, o jantar, é ótimo para mim, quando estava em Lisboa não fazia nada disso."

O pior foi quando começou a trabalhar na clínica , em 2009. "Tinha de me levantar por volta das 05:30 e regressava perto das 21:00. O Rui nasceu em 2009 e só aguentei mais dois anos".

Esteve um ano desempregada, mas não ficou parada. Voltou a fazer trabalhos de estética, fez uma formação em farmácia até, em maio, conseguiu emprego no Hospital de São Bernardo, em Setúbal. Os turnos não a transtornam, consegue quase sempre levar e trazer o filho. Nem se chateia com as compras diárias, pelo menos o pão, muitas vezes fruta e legumes. Hoje vai comprar bifinhos para o jantar. Peixe é o irmão que lhe traz. São de uma família de pescadores e o irmão ainda vai ao mar, como ela também foi. As compras grandes são ao fim de semana. Nada disto acha pesado. "Nem quando o Rui, como hoje com tantas voltas, já dorme, rabuja e tem de ser levado ao colo. Vivem no Bairro dos Pescadores e o sonho da família, agora, é concluir a recuperação da vivenda dos avós do Paulo, que compraram conseguiram comprar.

Família Dias: Um ATL que tem "take away"

Entre as Amoreiras, em Lisboa, e o Casal da Serra, na Póvoa de Santa Iria, em Vila Franca de Xira, vai a distância de 22 Km e o tempo que o trânsito e os transportes públicos quiserem. Hora e meia para Odete Gonçalves, 42 anos, do trabalho, em recursos humanos, à habitação. Apanha o metro no Marquês de Pombal, para Entre Campos ou Santa Apolónia, depende da hora, numa viagem que é cronometrada ao minuto.

São 17:20 e vai para Santa Apolónia, para o comboio das 17:50. Chega à estação da Póvoa às 18:15, onde tem o carro para levar os filhos aos treinos de futebol. O marido, Luís Dias, 41 anos, carpinteiro, tem agora menos trabalho, o que é bom para a família. Participa mais nas viagens e nas tarefas domésticas. Têm outro beneficio: a Associação Popular de Apoio à Criança (APAC), o ATL do Tiago, o filho mais novo, de 11 anos, faz refeições para casa, 2,80 cada uma, que inclui o prato principal, pão, sopa e fruta". Os Dias são clientes habituais, o que depende da ementa. Hoje Odete leva cinco doses de bifinhos, dá para o jantar e almoço do dia seguinte para ela e para o filho mais velho, o Rodrigo de 15 anos. Uma novidade introduzida este ano pela APAC "na procura de novas formas de sustentabilidade e na melhoria de respostas à família".

"Já deixo o almoço feito, tudo preparado com um papel no micro-ondas para O Rodrigo aquecer. Uma ou outra vez faz pizzas. Também levo almoço para mim, o Tiago come no ATL. E faço os lanches", conta Odete Gonçalves. O dia que começa para ela às 06:50 e acaba por volta da meia-noite. Começa por levarem o mais novo à escola, o mais velho vai de transportes públicos.

Ao domingo a mãe faz a sopa. o resto das refeições gere no dia a dia, muitas vezes peixe assado e bacalhau à Braz. Compram tudo nos hipermercados, normalmente quando os filhos estão no treino. As limpezas grandes são ao sábado à tarde, porque de manhã há jogos de futebol, os três homens jogam no União Atlético Povoense. Odete passa a ferro o mínimo de coisas. "Apanho a roupa e não dobro logo, não tenho tempo. Depois faço a escolha do que é ou não para passar, toalhas, pijamas, sweats, roupa interior, etc. vai diretamente para a gaveta. Passo as calças de ganga, camisolas mais fininhas."

Odete e Luís nasceram em Marvila, onde ainda vivem os avós paternos, a avó materna faleceu e o avó vive entre a Póvoa e Cinfães do Douro, de onde são naturais e regressam nas férias e festas. Luís trabalha perto de casa mas já trabalhou em Lisboa, mesmo assim optaram por comprar casa na Póvoa de Santa Iria, há 17 anos. "Começámos a ver casas e, realmente, aqui era mais em conta, podíamos ter uma casa melhor por um preço mais baixo, ninguém me puxou, só tínhamos aqui amigos. Depois a minha irmã também acabou por comprar aqui". E à irmã a quem recorre numa urgência, para ficar com os filhos, menos agora que o Rodrigo é autónomo e já toma conta do irmão.

Família Martins: Sair do Porto para ter ar puro

Foi a" ideia de fugir da confusão" que motivou Pedro Martins e Cristiana Ramos, a mudarem-se do Porto para uma freguesia de Vila de Conde. Passaram onze anos a morar junto ao Hospital de São João até decidirem mudar de vida, mantendo os empregos, ele em pleno centro do Porto, ela numa outra freguesia do interior do concelho vilacondense. Quando se mudaram para Vila Chã, a Sofia, hoje com dois anos e meio, ainda não alegrava a casa. "Mas já estava nos nossos planos ter filhos e pesou na mudança", conta Cristiana, 34 anos, dois anos mais nova que Pedro.

"Estávamos rodeados de confusão. Além do hospital, aquela zona tornou-se o polo universitário do Porto e passaram a haver festas constantemente, muito trânsito, barulho. Para uma família não é uma boa ideia", recorda Pedro Martins, funcionário da FNAC, sem esquecer os custos de combustível que Cristiana, engenheira química, tinha todos os meses comas viagens do Porto para a empresa em Vila do Conde, a indústria de canoas Nelo, na freguesia de Canidelo. Cristiana recorda que tinha de sair de casa às 06.15.

Estava decidido sair do Porto e a "ideia sempre foi Vila do Conde concelho, não a cidade", aponta Pedro. E o acaso aconteceu, como recorda Cristiana. "Tropeçamos neste empreendimento em Vila Chã e quando vi disse logo ao Pedro "acho que encontrei uma boa oportunidade". E foi." O jovem casal instalou-se e sente-se quase no lugar ideal para viver. "Tem tudo. Está perto da estação de metro, da autoestrada, das praias, há escolas perto, há o outlet, os pais da Cristiana moram na zona. Para mais a crise estalava e foi um bom negócio", conta Pedro.

Até os hábitos familiares mudaram. "O fim de e semana é de melhor qualidade. No Porto não tinha bicicleta. Agora tenho", diz Pedro, para Cristiana acrescentar: "Correr é um sacrifício no Porto, raramente o fazia, aqui é muito fácil e agradável." As rotinas em casa são simples e partilhadas. Fora, são mais divididas, conta Cristiana."Sou eu que levo a Sofia à minha mãe, deixo-o de manhã, ela leva-a ao infantário. Sigo para Canidelo para o trabalho. Só dá para ir de carro, não há transportes públicos."

Pedro utiliza o metro do Porto para o trabalho na cidade onde nasceu e cresceu. "Dois minutos de carro até à estação. Podia ir a pé mas faço-o por comodidade e segurança. Depois são 40 minutos de viagem. Recuperei hábitos, como ouvir música, vou relaxado e o serviço satisfaz. O horário serve e é económico, pago 47 euros para andar todo o mês." Cristiana almoça junto ao local de trabalho - "A empresa paga a refeição -", já Pedro prefere levar comida de casa: "Preparo o que como. Sobretudo porque assim sei o que estou a comer."

A presença dos avós é positiva, "a todos os níveis". "A Sofia acordaria mais cedo sem os avós. Depois eu não estaria tão tranquila sabendo que está bem entregue. O papel dos avós ajuda em tudo, acompanham bem, e ela tem contacto com pessoas mais velhas", resume Cristiana. Viver na aldeia é agora para Pedro uma satisfação. E para Cristiana: "Fui estudar e fiquei a morar no Porto. Gostei de viver lá, sempre o quis. Mas depois tudo me cansou e mudei de ideias." Pedro concorda, em Vila Chã "o ar é mais puro e sente-se o cheiro a mar. É uma grande diferença." Hoje, com horário flexível, trabalha na FNAC de Santa Catarina, depois de passar pelos centros comerciais Norte e Mar Shopping. "Quando surgiu a oportunidade de voltar a Santa Catarina, aproveitei. É uma loja de rua e como tal encerra às 20.00. Para quem tem uma filha pequena, é importante."

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