Comunidade do Médio Tejo vai ter bicicletas partilhadas em 11 municípios
Chama-se Meio B e foi apresentada publicamente esta quinta-feira, em Vila Nova da Barquinha, a nova aposta da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo. Depois de terem ensaiado um sistema de transportes públicos coletivo, os 11 municípios avançam agora para o que consideram “uma nova aposta na mobilidade suave e um marco importante na oferta de transportes sustentáveis da região do Médio Tejo”, tal como disse ao DN Miguel Pombeiro, secretário executivo da CIM. Um total 250 bicicletas elétricas vão estar à disposição dos cidadãos no 11 municípios, numa área de mais de 2500 km². A ideia é facilitar deslocações quotidianas, “eficientes e sustentáveis, por motivos de trabalho, estudo ou acesso ao comércio e serviços”.
A rede abrange os municípios de Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sertã, Tomar, Torres Novas, Vila de Rei e Vila Nova da Barquinha, com cerca de 60 estações. As bicicletas têm autonomia para 50 quilómetros, podendo aí ser recarregadas. “Este é um sistema que se distingue de outros congéneres, não só pela pela sua abrangência como também pela intermunicipalidade”, sublinha Miguel Pombeiro.
Ao contrário de outras iniciativas que se circunscrevem a uma única cidade, o meioB permite viajar entre concelhos, facilitando a interligação e o acesso a pontos estratégicos como serviços públicos, escolas, comércio, equipamentos de saúde e locais de interesse turístico. A localização das estações foi, de resto, criteriosamente planeada para responder às necessidades de deslocação casa-trabalho e lazer, encontrando-se, por isso, próximas a áreas de transporte intermodal, como estações de caminhos de ferro e terminais rodoviários.
Utilização “fácil, intuitiva e económica”
O meioB vai funcionar em três modalidades e preços. Para usufruir deste sistema de bicicletas elétricas partilhadas, os utilizadores devem dirigir-se a uma estação, desbloquear uma bicicleta e seguir até outra estação próxima do destino desejado. A interação dos utilizadores com o serviço faz-se através de uma aplicação (que é preciso instalar no telemóvel) desenvolvida para o efeito, disponível gratuitamente para Android e Apple. Basta abrir a aplicação, digitalizar o código QR correspondente e a bicicleta será desbloqueada automaticamente. Para lém disso, a CIM Médio Tejo recomenda o uso de capacete para garantir maior segurança na utilização dos velocípedes. Os planos tarifários oscilam entre o ocasional (até 72 horas), mensal e anual -, adaptados às necessidades dos utilizadores. Nos primeiros 60 minutos de cada viagem, a utilização das bicicletas é gratuita, sendo que, após esse período, aplica-se uma tarifa de 0,01 euros por cada minuto adicional. O tempo de carregamento estima-se em quatro horas.
“Acreditamos que será de utilização fácil, intuitiva e económica”, afirma Miguel Pombeiro. O projeto é financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional através do Programa Operacional Regional Centro 2020, e representa um investimento de cerca de 1,5 milhões de euros. De acordo com a CIM do Médio Tejo, pode mesmo servir de exemplo para outras regiões do país. “Uma vez resolvida a questão do transporte público de passageiros, equacionou-se a possibilidade de fazermos uma candidatura aos fundos comunitários para as bicicletas partilhadas, e que pudesse ser utilizada em toda a região”, acrescenta Miguel Pombeiro, ao mesmo tempo que destaca os benefícios ambientais e de desenvolvimento local desta iniciativa: promover a substituição de veículos motorizados por bicicletas elétricas, contribuindo assim para a redução das emissões de gases poluentes e alinhando-se com os objetivos de sustentabilidade ambiental.
A CIM Médio Tejo acredita que a comunidade local é essencial para o sucesso do meioB. E por isso estão previstas ações com escolas e associações locais para promover o uso das bicicletas elétricas e estimular mudanças nos hábitos de deslocação, incentivando viagens casa-escola e casa-trabalho de bicicleta.