Climáximo organiza protesto no aeroporto de Lisboa neste domingo
Está marcada para este domingo, 1 de Junho, uma ação de protesto convocada pelo coletivo Climáximo junto ao aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa. A iniciativa, descrita como uma “assentada popular”, terá início às 15h, com ponto de encontro na Rotunda do Relógio, no lado da Avenida do Brasil.
Segundo os organizadores, a ação visa interromper simbolicamente a hora de maior movimento de voos, denunciando o que consideram ser o impacto ambiental da aviação comercial e a aposta na expansão do setor. Em comunicado, o Climáximo classifica o aeroporto de Lisboa como "a infraestrutura mais poluente do país" e critica o "consenso parlamentar" em torno da construção de um novo aeroporto.
"O aeroporto de Lisboa e a indústria da aviação são um dos principais culpados em Portugal pela crise climática e pelos desastres a que temos assistido com horror, como Valência. No entanto, existe um consenso parlamentar acerca da construção de um novo aeroporto e a expansão desta indústria mortífera para todos. Não pode ser: cada nova infraestrutura emissora é uma bomba de carbono que cairá sobre nós", lê-se no comunicado.
Maria Lourenço, porta-voz do Climáximo, defende cortes drásticos nas emissões de gases com efeito de estufa até 2030 e considera que a transformação necessária só poderá ser liderada “pelo poder popular”. A ativista propõe o cancelamento imediato de novos projetos aeroportuários, a proibição de jatos privados e o fim dos voos de curta distância, como a ligação Lisboa-Porto.
"Não podemos deixar que desastres como o de Valência se multipliquem. Nós, as pessoas comuns, não escolhemos viver em crise climática. Mas temos a responsabilidade de nos unir e construir o poder popular para travá-la e aos seus culpados", sublinha Maria.
O movimento apela também a um investimento significativo numa rede nacional de transportes públicos gratuitos e eléctricos, com boas ligações internacionais. Para o Climáximo, estas medidas são essenciais para manter o aquecimento global dentro dos limites definidos pela comunidade científica.
No texto divulgado à imprensa, o coletivo argumenta ainda que o sistema político e económico atual “não vai travar o colapso climático” e defende que cabe às “pessoas comuns” puxar “o travão de emergência”.
As autoridades ainda não se pronunciaram sobre eventuais impactos operacionais da ação prevista para este domingo.
nuno.tibirica@dn.pt