Cirurgia robótica ajuda cirurgiões a combater o cancro do pulmão
A cirurgia robótica com o sistema da Vinci tem-se tornado numa opção crescente no tratamento do cancro do pulmão, revela a Excelência Robótica, num comunicado enviado às redações neste dia 1 de agosto, em que se assinala o Dia Mundial do Cancro do Pulmão.
Em 2023, foram realizadas mais de 20 mil cirurgias robóticas com o sistema da Vinci em patologias oncológicas, na Península Ibérica. Destas intervenções, mais de 9,4% foram efetuadas em casos de cancro do pulmão.
O cancro do pulmão é a quarta doença oncológica mais frequente em Portugal, com aproximadamente 6 mil novos casos diagnosticados anualmente. “Nos homens, o cancro do pulmão é a principal causa de morte relacionada com neoplasia, enquanto que nas mulheres representa a terceira causa de morte. Nos últimos anos, tem-se vindo a verificar uma tendência crescente da doença, com cada vez mais casos de cancro do pulmão a surgirem anualmente, no nosso País”, indica a nota.
A cirurgia robótica é uma das formas de tratamento da doença e tem como principais procedimentos a cirurgia de resseção anatómica pulmonar, nomeadamente lobectomias e segmentectomias pulmonares, assim como cirurgia de ressecção de tumores do mediastino e timectomias.
João Maciel, especialista em cirurgia torácica do Hospital de Santa Marta - ULS São José, diz que a sua equipa “conta com quase 600 cirurgias torácicas realizadas anualmente e regista uma tendência inequívoca de crescimento” e aponta como vantagens da cirurgia robótica o “esvaziamento mediastínico invasivo, que é, decididamente, facilitado pelo sistema robótico da Vinci”. “O fácil acesso ao mediastino permite uma dissecção mais exaustiva das estações ganglionares o que leva inevitavelmente a um esvaziamento ganglionar mais extenso”, acrescenta.
Ana Rita Costa, cirurgiã torácica robótica do Hospital de Santa Marta, da USL São José, acrescenta ainda que “no cancro do pulmão, cirurgias mais complexas como segmentectomias são possíveis e facilitadas com o sistema robótico, permitindo a dissecção e isolamento de estruturas vasculares mais distais, que seriam menos acessíveis por outras técnicas minimamente invasivas”.