Casos de Hepatite A sobem para 43
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Casos de Hepatite A sobem para 43

De 1 janeiro a 18 de março, foram registados em Portugal 43 casos de infeção pelo vírus da Hepatite A (VHA). A maioria dos casos envolvem doentes do sexo masculino.
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Na semana passada, a Direção-Geral da Saúde (DGS) veio alertar para o facto de o país estar a viver um novo surto de Hepatite A. Na altura, até à altura tinham sido referenciados 23 casos, uma semana depois, e até ao dia 18 de março, há mais 20 casos. 

De acordo com a informação disponibilizadas  a maioria dos casos reportam a doentes do sexo masculino (37 casos), com idade entre 20-49 anos, sendo que em 37% destes a transmissão ocorreu em contexto de transmissão sexual (16 casos). Até agora, a situação tem vindo a evoluir sem casos graves ou óbitos reportados.

A DGS informa ainda que do total de casos confirmados, 26 (60%) são de infeção adquirida em Portugal, a maioria na região de Lisboa e Vale do Tejo (31 casos) e 16 são de estrangeiros residentes em Portugal.

Em nota divulgada ao fim da tarde, a DGS explica que os dados recolhidos pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) identificou, entre os casos confirmados, 12 casos da estirpe do vírus da Hepatite A anteriormente identificada no surto que ocorreu entre 2016 e 2018, que afetou igualmente outros países europeus.

O mesmo está acontecer com este surto, já que, desde dezembro de 2023, há países, como a Holanda, a reportarem casos de hepatite A com este perfil. O Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC, sigla inglesa) também já confirmou que a estirpe que circula atualmente é semelhante às que circularam na UE/EEE em 2016 e 2018, afetando principalmente Homens que fazem Sexo com Homens (HSH).

O ECDC alerta ainda para o facto de a "probabilidade de ocorrência de novos casos na UE/EEE ser avaliada como elevada na população HSH", sublinhando que a "vacina contra a hepatite A é segura e altamente eficaz, e é a principal opção de prevenção e resposta no contexto atual".

Perante a situação, a DGS recomenda o reforço das medidas de saúde pública, como a prevenção da transmissão fecal-oral da hepatite A; reforçar a mensagem da higiene e segurança alimentar, incluindo a lavagem das mãos antes e depois das refeições e a higienização dos espaços de confeção de alimentos; reforçar a lavagem frequente das mãos e higiene pessoal, antes e após o uso de instalações sanitárias. E no contexto de prevenção da transmissão em contexto sexual, reforçar a mensagem sobre a higiene pessoal da região genital e perianal antes e após as relações sexuais, e para o uso de preservativos para sexo anal, que têm o benefício adicional de oferecer proteção contra infeções sexualmente transmissíveis.

No contexto de pré-exposição, a mensagem a passar é vacinar, vacinar os grupos de risco, como homens que fazem sexo com homens; os viajantes com destino a países endémicos para hepatite A (África, Ásia e América do Sul); pessoas que vivem com VIH. Explicando mesmo que a gratuitidade da vacina está prevista para os seguintes grupos: candidatos a transplante hepático; crianças sob terapêutica com fatores de coagulação derivados do plasma.

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