Campanhas rodoviárias voltam às estradas. Motociclos são novidade
Elementos da ANSR irão juntar-se ás autoridades para sensibilizar os automobilistas. Gerardo Santos/Global Imagens

Campanhas rodoviárias voltam às estradas. Motociclos são novidade

Calendário anual de ações da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária está definido. Pela primeira vez, motociclistas serão visados em campanha própria. Velocidade, álcool, uso de telemóvel, cintos e outros dispositivos de segurança são outros temas a abordar.
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Arranca hoje a campanha de prevenção e segurança rodoviária “Viajar sem Pressa”. Esta é uma das cinco campanhas temáticas, que irão repetir-se ao longo do ano, com equipas da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) na estrada.  “Vão estar dois elementos da ANSR amanhã, em Sesimbra, com a GNR. A GNR faz a fiscalização e depois nós vamos falar um bocadinho com o condutor. Damos informação sobre o tema da campanha, mostramos um pequeno vídeo - no caso amanhã será sobre a velocidade – e deixamos um flyer para o condutor levar, com  informação adicional”, explica Raquel Viana, da ANSR. 

A primeira campanha do ano terá lugar entre hoje e o próximo dia 22. Todos os dias, em determinado ponto de Portugal Continental, haverá uma equipa da ANSR a fazer este trabalho. “Há outros elementos que se juntam a nós mas a maior parte das pessoas que vão estar junto dos condutores pertencem ao departamento de comunicação. Haverá uma ação por dia”. 

Esta é a primeira de doze campanhas que terão cinco temas. Em fevereiro será lançada a campanha “Taxa Zero ao Volante”, que incide na condução sob o efeito do álcool. Em março a ANSR arranca com   uma campanha dedicada à condução de veículos de duas rodas “que ainda não tem nome”, assume Raquel Viana. Uma campanha que nunca tinha acontecido antes. “Não existia nenhuma campanha  dedicada exclusivamente aos motociclistas e a incidência de acidentes é grande, apesar de o número de vítimas mortais não ter vindo a aumentar. Mas é um público alvo pelo qual temos toda a consideração e fazia todo o sentido termos uma campanha dedicada a eles”, justifica Raquel Viana.

O uso de cintos de segurança, cadeirinhas e assentos para crianças será o mote da campanha “Cinto-me Vivo”, que chegará às estradas em abril. “Pode parecer estranho mas escreve-se mesmo assim, com ‘C’, porque é uma imagem gráfica, apesar de ortograficamente não estar correto. Queremos chamar a atenção para o uso dos dispositivos de segurança, como os cintos de segurança, que devem ser usados também nos bancos de trás e, também, dentro das localidades, que é algo que as pessoas muitas vezes ainda se esquecem. Além, claro, das cadeirinhas para crianças”.

Maio é o mês de alertar os condutores para os perigos de usar o telemóvel enquanto se conduz, com a campanha “Ao Volante o Telemóvel pode esperar”. Depois, ao longo dos restantes meses, estas campanhas vão-se repetindo, seguindo uma estratégia. Raquel Viana explica: “Por exemplo, a campanha dedicada aos motociclos volta a repetir-se em julho porque é verão e acaba por haver uma maior circulação deste tipo de veículos. Depois, em setembro, por exemplo, repetimos a “Cinto-me Vivo”, precisamente porque este mês coincide com o regresso às aulas e queremos sensibilizar os condutores para o uso das cadeirinhas homologadas e outros dispositivos de segurança. Mais para o fim do ano temos, em novembro, a “Taxa Zero ao Volante”, sobre a condução sob o efeito do álcool, e em dezembro voltamos a fazer a campanha “Viajar sem Pressa”, relacionada com a velocidade”, revela Raquel Viana. “Abordamos o álcool e a velocidade mais para o final do ano porque há maior número de deslocações nessa altura. Há a proximidade dos feriados de dezembro mas também a época de Natal e Ano Novo. Nessas alturas do ano há um reforço das campanhas de sensibilização e da fiscalização. Faz sentido termos estas duas campanhas, em novembro e dezembro, que mexem nos temas do álcool e do excesso de velocidade, porque são os maiores motivadores de sinistralidade rodoviária”.

Raquel Viana garante que os condutores recebem bem a presença dos elementos da ANSR, nestas ações de prevenção e sensibilização, nas estradas.  “Os condutores aderem bem à nossa presença e, normalmente, até nos agradecem. A grande maioria tem um bocadinho de pressa mas tentamos não lhes tirar muito tempo. Tentamos passar a mensagem-chave logo de início e depois levam o flyer com informação complementar. A maioria das pessoas até fica contente por nos ver ali”. Quanto à estratégia da periodicidade das campanhas, esta responsável da ANSR afiança que os automobilistas estão recetivos o ano todo. “A minha perspectiva, da experiência que temos tido, é de que as pessoas aderem sempre às ações de prevenção e sensibilização. Nós é que, de acordo com a época do ano, vamos tentando adaptar as campanhas. Quem nos recebe nas ruas fica contente porque acha fundamental marcarmos presença e darmos informação para que tenham mais cuidado”.

A ANSR tem metas ambiciosas em termos de sinistralidade rodoviária. “O nosso objetivo é sempre tentar reduzir ao máximo essa sinistralidade. O que nós temos, agora, é uma nova política de segurança rodoviária, que é a “Visão Zero 2030” e que se traduz em reduzir até 50% a sinistralidade nas estradas até 2030”, observa Raquel Viana.

A finalizar, esta responsável da ANSR insiste que “a condução sob o efeito do álcool e o excesso de velocidade ainda são as principais causas de sinistralidade e com consequências graves. É bom que todos pensem nisso”. 

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