Bombeiros feridos e aldeias em perigo devido aos fogos

Secretário de Estado não pode provar mas acha que incêndios têm "origem criminosa". Vento forte dificulta combate
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"Já chega. Estamos muito massacrados, mas estamos aqui para continuar a lutar pelo concelho". Foi este o desabafo do presidente da Câmara Municipal da Pampilhosa da Serra, ao final do dia, ao DN, depois de longas horas de combate ao incêndio que continuava com cinco frentes ativas no concelho, mobilizando 544 bombeiros e 177 viaturas. "Arderam oito hectares no incêndio de junho, tivemos um pequeno incêndio em agosto e agora temos novamente um incêndio de alguma dimensão", lembrou o autarca José Brito Dias.

Ao final da tarde, Pedro Araújo, o comandante de serviço na Autoridade Nacional de Proteção Civil, dava conta de vários incêndios por dominar: um em Águeda (Aveiro), três em Terras do Bouro (Braga), um em Oleiros (Castelo Branco), Alvaiázere (Leiria), sete no distrito do Porto - o que registou mais ocorrências -, em Ribeira de Pena e Vila Real e três em Viseu.

Segundo a mesma fonte, registaram-se alguns feridos, entre eles um bombeiro, em Castelo Branco, que sofreu queimaduras de primeiro e segundo grau e uma bombeira que foi transportada para o hospital por inalação de fumo. Também o fogo que deflagrou em Pombal provocou cinco feridos ligeiros, dois bombeiros, estes na sequência do despiste da viatura em que seguiam. Registou-se, ainda, um acidente com uma máquina de rasto, mas ao final do dia ainda não havia informações sobre o estado de saúde do condutor.

Por precaução, foram retiradas as populações de duas localidades no concelho de Arganil e de três aldeias no concelho da Pampilhosa da Serra. Segundo José Brito Dias, o fogo propagou-se rapidamente "porque o vento era muito forte, pelo que em pouco tempo ardeu uma área muito forte". O presidente da câmara da Pampilhosa lembrou que "o fim de setembro fez com que fossem desmobilizados muitos meios, mas o verão continuou, o que complicou o combate às chamas". Já em Gondomar, o fogo ameaçou casas e a zona industrial da Mimosa.

Jorge Gomes, o secretário de Estado da Administração Interna, não tem "forma de provar", mas considera que vários dos incêndios florestais que deflagraram este sábado no País têm "origem criminosa". "É a vontade de fazer arder que continua a imperar e a criar esta instabilidade no País e nas pessoas", afirmou o governante, destacando que, "de forma nenhuma, isto é perdoável". Na Pampilhosa, exemplificou, o incêndio "começou às 11 [horas] da noite [de sexta-feira] e houve três tentativas para o criar", tendo a primeira sido apagada pelos bombeiros. Com Lusa

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