Bolsa D. Manuel de Mello dá 100 mil euros a investigações no Lúpus e Alzheimer
O maior prémio nacional de incentivo à investigação é hoje entregue a dois jovens médicos por trabalhos de investigação que prometem trazer nova luz a doenças como o Lúpus e o Alzheimer. A investigadora na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa Patrícia Costa Reis e o investigador na Escola de Medicina da Universidade do Minho Tiago Gil Oliveira foram os escolhidos para receber as Bolsas D. Manuel de Mello relativas aos anos de 2021 e 2022. Cada um dos investigadores vai ter agora 50 mil euros para aplicar nos seus projetos de investigação.
Atribuída pela Fundação Amélia de Mello, em parceria com a CUF, a Bolsa D. Manuel de Mello distingue hoje Patrícia Costa Reis pelo projeto de investigação "Dieta, microbiota e permeabilidade intestinal no Lúpus", que tem como objetivo avaliar a dieta, a atividade física, a composição corporal, a microbiota e a permeabilidade intestinal de doentes com Lúpus e comparar os resultados obtidos com os de pessoas saudáveis de forma a aprofundar o conhecimento existente da doença e assim contribuir para o desenvolvimento de novas formas de a tratar. Quanto ao projeto de Tiago Gil Oliveira, "Determinantes da neuropatologia da doença de Alzheimer em ressonância magnética cerebral", tem por objetivo identificar novos métodos ao nível da ressonância magnética para um diagnóstico mais preciso da doença, comparativamente com outras doenças neurodegenerativas.
A cerimónia de entrega da Bolsa D. Manuel de Mello decorre hoje, pelas 11 horas, no Auditório do Hospital CUF Tejo, e conta com a presença da secretária de Estado da Promoção da Saúde, Margarida Tavares.
"Acreditamos, na Fundação e na nossa Família, ser um papel essencial da nossa matriz de atuação, enquanto responsabilidade social, intervir ao nível da educação e da saúde, seja na perspetiva corporativa, seja na perspetiva mais individual, que cabe a cada cidadão, enquanto tal. Esses desígnios são essenciais ao pleno desenvolvimento do nosso país e permitem reforçar e aumentar o seu potencial humano e técnico, ao serviço da medicina para todos e para o bem comum", defende Vasco de Mello, presidente da Fundação Amélia de Mello.
Instituída em 2007 pela Fundação Amélia de Mello, em parceria com a CUF, a Bolsa D. Manuel de Mello é uma bolsa de investigação anual que se destina a premiar jovens médicos que desenvolvam projetos de investigação clínica, no âmbito das unidades de investigação e desenvolvimento das Faculdades de Medicina portuguesas. Trata-se do maior prémio nacional de incentivo à investigação para jovens médicos, que ambicionam encontrar as melhores práticas clínicas ao serviço dos doentes e, deste modo, possam contribuir para a melhoria contínua dos cuidados de saúde.
A Bolsa D. Manuel de Mello "é um incentivo à investigação e ao desenvolvimento de melhores práticas clínicas ao serviço dos doentes e é igualmente deste modo que a CUF cumpre o seu compromisso de promoção da investigação científica e de cooperação com as instituições universitárias, de forma a valorizar o mérito dos investigadores portugueses, que através dos seus projetos de investigação podem contribuir ativamente para a melhoria dos cuidados de saúde", explica ainda Rui Diniz, presidente da Comissão Executiva da CUF.
De acordo com a organização, os prémios chegam em áreas de atuação sobre doenças que têm incidência com efeitos particularmente negativos para os pacientes. "O Lúpus é uma doença autoimune que causa grande disrupção na vida dos doentes. É uma das dez principais causas de morte não-traumática em mulheres jovens e associa-se a dor crónica, insucesso escolar, desemprego e menor qualidade de vida. A doença de Alzheimer é a patologia neurodegenerativa mais prevalente a nível mundial. Caracteriza-se clinicamente por défices cognitivos e ao nível da neuropatologia pela presença de acumulações de proteínas específicas no cérebro que se associam a atrofia preferencial de regiões cerebrais, como por exemplo do hipocampo, que é uma região importante para a memória e aprendizagem. Um dos grandes desafios do diagnóstico da doença de Alzheimer passa por identificar métodos e biomarcadores que revelem direta ou indiretamente o grau de acumulação destas proteínas específicas."