Beja e Faro estão até às 18:00 desta sexta-feira sob alerta laranja devido ao mau tempo, que vai atingir as regiões centro e sul com aguaceiros, por vezes fortes, trovoada e granizo, adiantou o IPMA..Mas, ao DN, Nuno Lopes, meteorologista do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), explica que "fazer analogias com o que aconteceu em Valência não faz sentido". "Há uma depressão clássica a influenciar o estado do tempo, mas tem características diferentes e é uma massa de ar diferente. Não se pode comparar, sequer, em termos de impactos" em relação ao fenómenos que se verificou em território espanhol. ."Tem potencial para novamente e à semelhança de ontem [quinta-feira] poder dar cheias rápidas, mas que não são comparáveis ao que aconteceu em Espanha. É uma situação mais benigna, mas ainda assim são cheias e a poder ter impactos negativos, a poder fazer alguns estragos", adiantou à Lusa a meteorologista Maria João Frada..Estes dois distritos. Beja e Faro, voltam a aviso amarelo entre as 18:00 e as 21:00, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).."No entanto, é provável que volte a laranja. A depressão está praticamente estacionária até sábado e a componente de vento é de sueste nessas regiões e vem tudo do mar. Podem ocorrer também fenómenos extremos de vento", disse..Já o distrito de Évora está em alerta amarelo até às 15:00, enquanto Castelo Branco e Portalegre estão sob aviso amarelo entre as 09:00 e 15:00. O alerta amarelo em Setúbal e Lisboa vigora entre as 15:00 e as 23:59..O aviso do IPMA para "aguaceiros, localmente fortes, que poderão ser ocasionalmente sob a forma de granizo acompanhados de trovoadas" é em particular para as regiões centro e sul de Portugal continental, vigorando até à manhã de domingo, e deve-se a "uma depressão fria centrada a norte da Madeira". .De acordo com as previsões do IPMA, continuam a ser expectáveis, nas regiões centro e sul, valores de precipitação da ordem de 10 a 20 milímetros acumulados numa hora, existindo também a probabilidade, em menor grau, de localmente os valores de precipitação superarem 20 milímetros..Segundo Maria João Frada, são também aguardados aguaceiros fortes para Setúbal e Lisboa, mas com menor severidade.."Prevê-se que o impacto mais significativo seja no Baixo Alentejo e Algarve, Setúbal e Lisboa, zonas estas onde podem ocorrer também fenómenos extremos de vento", explicou o instituto, num comunicado divulgado na quinta-feira à noite..O IPMA detalhou ainda que "em situações de instabilidade existe uma variabilidade na distribuição espacial e temporal da precipitação, determinada em última análise por fatores de escala local, não previstos pelos modelos numéricos", acrescentando que "a vigilância efetuada com base em dados de radares e satélites meteorológicos e de detetores de descargas elétricas é fundamental"..O aviso amarelo, o menos grave de uma escala de três, é emitido pelo IPMA sempre que existe uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica, enquanto o aviso laranja, o segundo mais grave, é emitido sempre que existe situação meteorológica de risco moderado a elevado..Com base nas previsões do IPMA, a Proteção Civil emitiu um aviso à população segundo o qual se espera "maior potencial de severidade" no baixo Alentejo e no Algarve..Face às previsões, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil alertou para a possibilidade de inundações em zonas urbanas, cheias provocadas pelo transbordo de rios e ribeiras e derrocada de terras..Há também a possibilidade de contaminação de água potável por "inertes resultantes de incêndios rurais"..O arrastamento para as estradas de objetos soltos, ou desprendimento de estruturas móveis ou deficientemente fixadas, por efeito do vento forte pode "causar acidentes com veículos em circulação" e peões na via pública, especificou a Autoridade, em comunicado. .A Ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, esteve esta quinta-feira reunida, no Algarve, com os presidentes das Câmaras Municipais de Albufeira e Loulé e com responsáveis da PSP, GNR, Proteção Civil e Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, com o objetivo de “avaliar e fazer um ponto de situação das cheias que atingiram” a região e “recordar as medidas preventivas a serem seguidas pelas populações, nas próximas horas, em que se mantém o aviso à população quanto a precipitação, granizo e vento forte”.