Carlos Cortes alerta para a necessidade de mudança de sistema.
Carlos Cortes alerta para a necessidade de mudança de sistema.Pedro Correia / Global Imagens

Bastonário dos médicos acusa serviços do ministério de "irresponsabilidade" e "ineficácia"

Carlos Cortes assume em comunicado enviado esta terça-feira às Redações que as recentes falhas informáticas em diversas unidades do país causaram "graves perturbações" aos utentes e profissionais.
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Na semana passada, várias unidades de saúde, entre hospitais, incluindo os IPO, e centros de saúde, registaram uma falha informática que impediu os profissionais de aceder à informação clínica dos doentes, causando graves perturbações. E, em comunicado hoje divulgado às Redações, o bastonário dos médicos, Carlos Cortes, acusa os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), responsável pela gestão do sistema, de "irresponsabilidade" e "Ineficácia" e de expor de "forma inaceitável médicos e doentes a riscos evitáveis".

No comunicado, Carlos Cortes salienta mesmo que "consultas foram adiadas, houve protelamento do início de tratamentos, atrasos na validação de presenças e exames, impossibilidade de aceder a diários de consulta e de internamento, dificuldades na prescrição e nas requisições, maior pressão nas urgências por dificuldade no acesso à informação clínica e, inevitavelmente, aumento do risco de erro clínico e duplicação desnecessário de trabalho administrativo".

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Falha informática causa constrangimentos nos centros de saúde da região Norte

Uma situação que para os doentes "significou mais espera e incerteza e para os médicos significou exercer sem os dados indispensáveis a uma decisão segura", sublinha no texto, onde explica que tais falhas "decorreram de uma migração feita em muitas instituições sem salvaguardar a existência de um repositório local funcional, deixando os hospitais e centros de saúde totalmente dependentes de uma comunicação permanente com os sistemas centrais e do seu correto funcionamento".

Neste sentido, o bastonário defende ser “prioritária a implementação de sistemas de redundância, devidamente sincronizados com a base central, garantindo continuidade e segurança no acesso à informação”, considerando que “só desta forma se poderá assegurar que a atividade assistencial decorra sem interrupções, protegendo tanto os médicos como, e sobretudo, os doentes.”

Para o representante dos médicos tais falhas informáticas sistemáticas são "inaceitáveis" e "prejudicam e atrasam o trabalho médico com um impacto direto sobre os cuidados prestados aos doentes”.

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