Bastonário dos médicos terá de ser eleito em segunda volta
Carlos Cortes, atual presidente do Conselho Regional do Centro, e Rui Nunes, professor catedrático na Univeridade do Porto, são os dois candidatos que vão disputar o mandato de bastonário numa segunda volta, que deverá de correr em fevereiro. Isto mesmo foi confirmado ao DN pelo atual bastonário dos médicos, Miguel Guimarães.
Nenhum dos seis candidatos conseguiu maioria na eleição para bastonário à Ordem dos Médicos. As urnas, para quem quis votar presencialmente nas sedes distritais, encerraram hoje, pelas 19:00, embora o processo eleitoral já estivesse a decorrer desde o dia 10 de janeiro. Carlos Cortes e Rui Nunes são os dois candidatos que, de acordo com os resultados provisórios, passam à segunda volta, que deverá decorrer em fevereiro, pois só poderá assumir o cargo o candiato que consiga alcançar maioria absoluta na votação.
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Segundo confirmou ao DN o atual bastonário, Miguel Guimarães, votaram apenas 38,6% dos 61 mil médicos inscritos na Ordem, tendo o candidato Carlos Cortes, médico no Centro Hospitalar Medio Tejo e atual presidente do Conselho Regional do Centro, obtido 28,01% dos votos e Rui Nunes, professor catedrático da Faculdade de Medicina do Porto e ex-presidente da Entidade Reguladora da Saúde, 18,7%.
Os outros quatro candidatos em funções na região Sul não conseguiram obter votação para irem sequer à segunda volta. Alexandre Valentim Lourenço, diretor de serviço de ginecologia do Hospital Santa Maria e atual presidente do Conselho Regional do Sul, ficou em terceiro lugar com 17,75% dos votos, o neurologista e intensivista Bruno Maia, em funções no Centro Hospitalar Lisboa Central, alcançou 15,53% dos votos, e os professores Jaime Branco, também reumatologista, 10,72% e Fausto Pinto, diretor do Serviço de Cardiologia do Hospital Santa Maria, e catedrático da Faculdade de Medicina de Lisboa, 9,99%, respetivamente.
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Carlos Cortes, de 52 anos, médico patologista, apresentou a sua candidatura a bastonário dos Médicos no final de setembro, assumindo que queria ser uma voz de mudança, acrescentando um contributo de "modernização na Ordem dos Médicos, com impacto a nível interno e externo." Rui Nunes, em entrevista ao DN, assumiu que avançou para esta eleição no final de julho de 2022 e "por ter percebido que não havia uma candidatura agregadora", defendendo a "reativação das carreiras médicas".
Para os conselhos regionais, nomeadamente do Norte, onde havia três listas concorrentes, venceu Eurico Castro Alves, da Lista A, com 51,5% dos votos, no Centro, onde havia uma única lista venceu Manuel Veríssimo, e no Sul, onde havia também três listas em escrutínio, venceu Paulo Simões, cirurgião geral do Hospital Garcia de Orta, em Almada, com cerca de 43%.
Para Miguel Guimarães uma votação da ordem dos 38,6% "é pouco, mas, mesmo assim, foi das maiores votações que houve para a Ordem dos Médicos". Os resultados provisórios indicam ainda que deste total 8% correspondem a votos brancos, o que significa que só 30% dos médicos inscritos votaram. A partir daqui vai decorrer um período em que os resultados poderão ser contestados e "só daqui a oito ou dez dias teremos os resultados definitivos".
Os resultados provisórios indicam ainda que, no total, votaram 23 634 médicos, tendo Carlos Cortes alcançado 6059 votos, Rui Nunes 4045, Alexandre Valentim Lourenço 3840, Bruno Maia 3360, Jaime Branco 2318 e Fausto Pinto 2009.