Australianos criam jogo de telemóvel com prémio de um milhão de dólares
Esta é a moderna caça ao tesouro, pois pode ser feita no sofá e não custa um cêntimo. Dois empreendedores australianos acabam de lançar o primeiro jogo para telemóveis com um prémio monetário final de um milhão de dólares - o Millionaire"s Run.
"Acreditamos que podemos criar uma nova plataforma para a forma como os jogos do futuro são promovidos", disse o cofundador Todd Wild, em entrevista ao DN. "Não apenas em termos de prémios em dinheiro, mas de ofertas e incentivos para que as pessoas joguem, além do valor de entretenimento. Dar incentivos para que todos queiram atingir a pontuação mais elevada." O responsável reconhece que é difícil para qualquer jogo móvel conseguir destaque entre os milhares de milhões de apps disponíveis nas lojas, mas tem um trunfo. "Ninguém ofereceu um prémio destes até agora. É uma forma de nos destacarmos à partida, levantar a mão e conseguir a atenção de toda a gente", explica.
Como Grant Moyle e Todd Wild sabem que é complicado tornar um jogo móvel lucrativo e manter o interesse durante muito tempo, criaram também um prémio semanal. O jogador que fizer mais pontos a cada semana ganha mil dólares (cerca de 870 euros) em dinheiro - e ninguém pode ganhar duas vezes. Depois, o prémio de um milhão de dólares (cerca de 870 mil euros) será anunciado na noite de fim de ano e vai premiar o jogador que tiver registado mais pontos no Millionaire"s Run.
O design ficou a cargo do Code Heroes, um estúdio sediado em Brisbane, Austrália, que já tinha feito apps móveis para empresas como Burger King e Coca-Cola.
Ganhar moedas de ouro
O jogo é simples e tem alguns toques de Super Mario - a personagem tem de correr, desviar-se de obstáculos, fugir à trupe Police-O--Lanche e ir recolhendo o máximo de moedas de ouro pelo caminho.
Se não evitar os percalços morre, e é aqui que entra o modelo de negócio que financia estes prémios: cada jogador pode comprar até cinco vidas extra por dia, a 99 cêntimos cada. Se o Millionaire"s Run tiver dezenas de milhões de pessoas a jogar e uma percentagem delas gastar um punhado de dólares no jogo, Grant e Todd terão encontrado a galinha das moedas de ouro. O seu objetivo é que qualquer pessoa com smartphone tenha curiosidade em jogar, desde Portugal até à China. "É um jogo sem fronteiras. Se qualquer pessoa em qualquer parte do mundo que tenha um smartphone puder ganhar, é muito mais excitante", diz Todd.
A ideia surgiu há vários anos, quando os dois australianos estavam na Índia durante um festival religioso que não os deixava dormir. Acharam que oferecer um prémio monetário ao jogador que conseguisse a maior pontuação era uma ideia brilhante, mas estavam envolvidos noutros projetos e não avançaram. O tempo foi passando e ficaram surpreendidos por ninguém se ter lembrado de fazer um jogo assim. Passaram os últimos 12 meses a desenhar e financiar um jogo móvel que é simples e acessível a qualquer um.
E os piratas?
Há muito dinheiro em jogo, literalmente. Uma das coisas que os dois empreendedores não tinham previsto no início era a estratégia que teriam de usar para garantir que ninguém vai adulterar resultados e ganhar o dinheiro injustamente. "A maioria do orçamento acabou por ir para a segurança do sistema", sublinhou Grant Moyle, durante a apresentação em Hollywood.
A primeira coisa que fizeram foi contratar especialistas que tentaram adulterar os resultados de todas as formas possíveis. Acabaram por escolher uma firma de segurança que usou a tecnologia Blockchain, a mesma que está por trás da moeda digital bitcoin, para blindar o registo das pontuações. A tecnologia gera um protocolo de validação de cada vez que um registo é inserido, e uma vez validado não é possível fazer alterações. É altamente fiável e está a ser usada em indústrias como a dos diamantes, permitindo um registo inviolável da origem das pedras preciosas. O Millionaire"s Run é o primeiro jogo a usar Blockchain para garantir a integridade das pontuações.
Grant e Todd pretendem fazer campanhas promocionais na Europa durante os próximos meses, aproveitando a natureza viral da app. "Espanha já é um dos nossos melhores mercados e nem sabemos como é que eles ouviram falar do jogo", partilha Grant Moyle.
Em Los Angeles