Entre 1 de janeiro e 30 de novembro deste ano, houve mais 465 acidentes e mais quatro mortos nas estradas portuguesas em relação a 2023. Os dados divulgados pela PSP mostram, também, que, por dia, foram registadas mais de 187 mil contraordenações ao volante. Ou seja: houve quase 559 infrações rodoviárias por dia. .O balanço feito pela polícia - que se foca, apenas, na fiscalização feita nas grandes zonas urbanas - mostra, ainda, que houve um aumento no número de feridos sem gravidade (16 466, mais 298 do que em 2023), de feridos graves (737, mais sete) e de vítimas mortais (71, mais quatro). Segundo a PSP, estas mortes foram, provocadas, em maior número, por colisões (27). Outras 24 resultaram de atropelamentos e 20 aconteceram em despistes..O presidente da Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP), Alain Areal, lamenta a falta de estratégia e investimento nesta área. Numa publicação no site da associação, o dirigente alerta que a “Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária - Visão Zero 2030” está na gaveta desde 2020, com a “sua aprovação sucessivamente adiada”, e está, agora, prevista para o final deste ano. .O atraso, segundo a PRP, “compromete seriamente” o cumprimento da principal meta estabelecida: reduzir, até 2030, em 50% o número de mortos e feridos graves nas estradas. A meta, diz a associação, já é “completamente inalcançável”. “Não tem havido investimento suficiente desde há muito tempo”, refere Alain Areal. Até porque “uma estratégia sem meios financeiros e técnicos resulta em taxas de implementação muito reduzidas”, frisa o responsável. .O presidente da PRP alerta, ainda, que Portugal está, atualmente, no sexto lugar dos países da União Europeia (UE) com “o pior desempenho em segurança rodoviária”, com 60 mortes por milhão de habitantes. A média europeia está fixada nos 46 óbitos nas estradas..Para o dirigente, é necessário que a segurança rodoviária passe por três pilares (infraestruturas, educação rodoviária e gestão interministerial). Mas não só. As câmaras municipais devem fortalecer os seus planos de segurança rodoviária e as “medidas avulsas” nesta área devem terminar..15,5% das multas foram por excesso de velocidade.De acordo com a PSP, registaram-se 28 969 infrações por excesso de velocidade (de entre 2 030 773 carros controlados por radar). Isto significa que 15,5% do total de infrações registadas foram por condução acima do limite de velocidade..Além disso, a PSP refere que a falta de inspeções obrigatórias motivou 18 163 contraordenações. Outras 5933 foram por falta de seguro e 2572 devido à não utilização do cinto de segurança..Uma outra causa relevante de multas (mais de três mil) foi a condução sob o efeito do álcool, para o qual foram fiscalizados 186 424 condutores. Destes, destaca a PSP, 730 estavam sob a aplicação da taxa reduzida de álcool (ou seja, com carta há menos de três anos ou condutores profissionais). Isto “corresponde a 21,6% das infrações registadas”..Já o uso do telemóvel durante a condução resultou em 4783 multas, o que representa mais de 14 condutores, por dia, a cometer este tipo de infração.