José Miguel Júdice recebe mais alta condecoração da Ordem
Mário Soares, Francisco Sá Carneiro, Leonor Beleza, Jorge Sampaio e Ramalho Eanes são alguns dos nomes que já mereceram à Ordem a atribuição da mais alta condecoração. Hoje é José Miguel Júdice quem se junta aos nomes merecedores da Medalha de Ouro da Ordem dos Advogados.
Pelas mãos do atual bastonário, Menezes Leitão, o advogado recebe o galardão atribuído a entidades ou individualidades que tenham contribuído relevantemente, pela sua ação e mérito, para a defesa dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, identificando-se com os ideais da justiça, da defesa do acesso ao direito e da construção do Estado de direito, que norteiam a ação da Ordem.
A distinção será entregue nesta quinta-feira, na biblioteca do Convento de Mafra, tendo Júdice sido escolhido ontem pelo conselho geral da OA, que dele destaca uma frase que resume a sua maneira de pensar: "Temos de ser capazes de nos unirmos, de lutarmos pela Justiça, de criarmos uma atmosfera que faça da Justiça uma prioridade social."
Nascido em Coimbra a 15 de agosto de 1949, José Miguel Júdice licenciou-se em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra em 1972, "inscreveu-se na Ordem dos Advogados como candidato em 24 de abril de 1975 e como advogado em 31 de março de 1977", recorda a OA, órgão no qual o galardoado integrou o Conselho Geral (1996-1998), foi presidente da Comissão dos Direitos Humanos (2003 e 2004) e por fim ascendeu a Bastonário, funções que desempenhou de 2002 a 2004.
"Nunca tive nenhuma atividade política profissional, nunca quis ter", afirmou em entrevista recente ao DN, assumindo-se como "alguém que vai ao supermercado e traz o que gosta". "Se fui alguma coisa na vida - e já não vou mudar - foi uma pessoa que bebeu o fruto da liberdade. Isto é, sou completamente livre, não há praticamente nada, a não ser os meus filhos e os meus netos, que me limite naquilo que eu possa ou queira fazer. Sempre pus acima de tudo o direito de ser como sou em relação a qualquer cálculo que eu saberia fazer, se o quisesse. Portanto, a liberdade conduziu-me ao comentário político, é verdade - comentário político sem liberdade não faz sentido nenhum. E independência."
Aqui fica a lista completa dos homenageados, a que agora se junta José Miguel Júdice.
Mário Soares - 11 de Dezembro de 1989
Adelino da Palma Carlos - 13 de Dezembro de 1991
Angelo de Almeida Ribeiro - 8 de Janeiro de 1993
Francisco Salgado Zenha - 16 de Dezembro de 1998
Reginaldo Óscar de Castro - 31 de Janeiro de 2001
Luís Martí Mingarro - 15 de Maio de 2001
Rubens Approbato Machado - 1 de Fevereiro de 2004
Jorge Sampaio - 26 de Outubro de 2004
Francisco Sá Carneiro - Atribuição a título póstumo 4 de Dezembro de 2006
Roberto Busato - 29 de Junho de 2007
Figueiredo Dias - 19 de Maio de 2010
Cézar Britto - 27 de Setembro de 2010
Germano Marques da Silva - 19 de Maio de 2013
Jorge Miranda - 19 de Maio de 2013
José Gomes Canotilho - 19 de Maio de 2013
Vital Moreira - 19 de Maio de 2013
Tribunal Constitucional - 10 de Dezembro de 2013
Leonor Beleza - 19 de Maio de 2015
Isabel Moreira -19 de Maio de 2015
Maria de Jesus Serra Lopes - 19 de Maio de 2016
Miguel Galvão Teles - Atribuição a título póstumo 19 de Maio de 2016
Luaty Beirão - 19 de Maio de 2016
Miguel Veiga, a título póstumo, 20 de Maio de 2017
António Pires de Lima, a título póstumo, 31 de Maio de 2017
Ramalho Eanes - 14 de Junho 2018
Manuel da Costa Andrade - 14 de Junho de 2018
António Henriques Gaspar - 11 de Dezembro de 2018
António Gabriel Osório de Castro - 19 de Maio de 2019
Augusto Lopes Cardoso - 19 de Maio de 2019
Júlio de Castro Caldas - 19 de Maio de 2019
José António Barreiros - 13 de Janeiro de 2020