Sociedade
18 setembro 2021 às 07h21

"A ocupação preferida? Pintar. Decorar. Escrever. Gosto muito de trabalhar. Adoro dar uma aula"

O famoso Questionário de Proust respondido pelo presidente do ISCTE Executive Education, José Crespo de Carvalho.

José Crespo de Carvalho

A sua virtude preferida?
Generosidade. Até porque inclui e pressupõe uma série de outras.

A qualidade que mais aprecia num homem?
Capacidade de pedir perdão e se arrepender. Ao mesmo tempo que a capacidade de perdoar.

A qualidade que mais aprecia numa mulher?
Seriam as mesmas do homem. Não as distingo. Mas há outra que é respeitar os silêncios. Também válido para os homens porque nem só as mulheres são as mais "faladoras". Há estereótipos para todos os gostos.

O que aprecia mais nos seus amigos?
O terem paciência para serem meus amigos. E serem perseverantes na amizade.

O seu principal defeito?
Preocupação com o que não posso ser eu a resolver.

A sua ocupação preferida?
Pintar. Decorar. Escrever. Sem ordem. Gosto das três de igual modo. No dia-a-dia, gosto muito de trabalhar. Adoro dar uma aula.

Qual é a sua ideia de "felicidade perfeita"?
Não existe. Mas se existir será a máxima serenidade.

Um desgosto?
Ver os meus pais velhinhos.

O que é que gostaria de ser?
O que sou. Professor. Gestor.

Em que país gostaria de viver?
No que vivo. Adoro Portugal.

A cor preferida?
Preto nos carros. Branco nas camisas e nas casas. Azul para tudo o resto. Verde porque é verde.

A flor de que gosta?
Malmequer.

O pássaro que prefere?
É já um passarão: cegonha.

O autor preferido em prosa?
Eça de Queirós.

Poetas preferidos?
Sem dúvida que Pessoa. Em todos os seus heterónimos.

O seu herói da ficção?
Tintim.

Heroínas favoritas na ficção?
Mafaldinha.

Os heróis da vida real?
Os homens e mulheres simples, generosos e anónimos.

As heroínas históricas?
Vai ficar para a história e é recente: Angela Merkel. Esta sua resposta há uns anos diz muito dela: "Não estou aqui para ser modelo mas para servir o povo alemão" depois de um jornalista lhe dizer que a tinha entrevistado 10 anos antes com o mesmo vestido. É de facto um modelo de serviço, de bom senso, de integração, de visão como não restam outros na Europa.

Os pintores preferidos?
Miró. Mas vamos aos portugueses contemporâneos: Paulo Ossião em aguarela. Odete Pinheiro, a óleo.

Compositores preferidos?
Quem quer que tenha composto Hymn dos Barclay James Harvest.

Os seus nomes preferidos?
Nomes de pessoas? Leonor, Catarina, António, João, Manuel.

O que detesta acima de tudo?
Que invadam o meu espaço. A minha privacidade.

A personagem histórica que mais despreza?
Não desprezo ninguém na história. Nem sem ser na história. Todos tiveram o seu papel para o mundo que conheço hoje. Uns pelo lado bom. Outros pelo lado menos bom. Mas todos fizeram falta para chegarmos onde estamos hoje.

O feito militar que mais admira?
A perplexidade e o "ploy" criado pelo Cavalo de Tróia.

O dom da natureza que gostaria de ter?
Contento-me com os que tenho. Mas não me importava de envelhecer mais devagar para depois, quando fosse o meu tempo, envelhecer tudo num só dia.

Como gostaria de morrer?
Rápido e serenamente. Mas sempre a trabalhar.

Estado de espírito atual?
Está sempre tudo por fazer.

Os erros que lhe inspiram maior indulgência?
Todos os erros que não sejam acidentais ou que sejam propositados. Afinal, errar é humano.

A sua divisa?
Talvez seja "é dando que se recebe". Ou, se aplicar diretamente ao que faço, "Quem abre uma escola fecha uma prisão" (Vítor Hugo).