Estado da nação... Navegação à vista, com base em improviso, não necessariamente naquilo que deve ditar todo o processo político, no âmbito dos órgãos de soberania, que é o bem comum, o bem coletivo. E a ausência de meritocracia como génese deste problema, a nível dos partidos, dos processos partidários, a nível da eleição de alguns órgãos de soberania, a nível da eleição de membros do Governo, é mesmo isso..Estado da justiça... Moroso e nem sempre com chegadas a bom porto. Continua a ser cara, a não ser acessível para todos. Intentar uma ação em tribunal não é barato, pagar honorários não é também barato e os processos são morosos e os resultados nem sempre equitativos. Há coisas que correm muito bem, há coisas que correm muito, muito bem, mas há coisas que correm muito mal..Direito de Autor? É um direito que tem sido alvo de processos morosos em Portugal, porque demorámos muito tempo a implementar a Diretiva do Mercado Único Digital, que é fundamental para a defesa dos direitos dos autores e dos direitos conexos. Depois, temos muita falta de informação, muita ignorância no que toca ao direito de autor em Portugal, o que redunda em pouca proteção de autores, de direitos conexos, da cultura..Inteligência artificial? Para treinar os sistemas de Inteligência Artificial temos de introduzir biliões de informações, normalmente sem autorização dos titulares de direito. Aí temos logo à partida uma violação do direito de autor. É um problema enorme, ainda não sabemos exatamente o que é que vamos fazer. As diretivas europeias tendem a tentar garantir que haja ética neste contexto, que haja transparência..Uma lição da pandemia? O coletivo, no sentido do bem comum, da passagem do eu para o nós, o exemplo altruísta dos médicos, dos enfermeiros, de tanta gente que tudo deu durante a pandemia, por todos, pelo coletivo, acho que foi importante..Papa Francisco? Poder da esperança, alegria, sonho, o regresso genuíno à palavra de Cristo, aos postulados mais básicos, às permissões mais básicas de Jesus, como nunca vi até hoje. Isto sem detrimento, obviamente, de quem o precede, mas sim, o regresso genuíno à palavra de Cristo..Juventude? Esperança, tal como reiterada constantemente pelo Papa e agora reiterada no âmbito da Jornada Mundial da Juventude. Talento, migração por ausência de oportunidades, não necessariamente apenas oportunidades de trabalho, mas oportunidades de trabalho com dignidade, com justiça..Neste verão não pode faltar... Água, mar, piscina, sol, céus transparentes, livros, contemplação, ponderação, reflexão. Billie Holiday, de quem gosto muito, numa canção que se chama Summertime, diz: "Summertime when the living is easy". É tudo mais fácil. Temos menos stresse, temos direito a alguns momentos de descontração e, como também já referiu o Tolentino Mendonça, podemos contemplar os lírios do campo e observar o voo dos pássaros..Um livro? Tenho andado a reler uma trilogia - a reler, portanto, isto é antigo -, de livros de Pearl S. Buck, que ganhou o Prémio Nobel da Literatura há décadas, porque já tenho três décadas: Terra Bendita; Os Filhos de Vang Luong; Casa Dividida. Aconselho vivamente a leitura dessa trilogia. Também leio Tolentino ao mesmo tempo, mas quem não lê, não é?.Uma paixão? A cultura, o direito de autor, sempre, sempre. Aliás, enfiei-me, não sei se posso dizer isto, mas enfiei-me no Direito de Autor porque amo a cultura, as artes e as letras. Fiz o estágio em Direito Fiscal, veja bem, mas acabei por ir para a cultura. Segunda paixão diária, constante, a não ser que seja mesmo impossível, é ginásio, incluindo corrida diariamente.