Aariz, o primeiro bebé do ano, nasceu 44 segundos depois da meia-noite na Amadora
O relógio marcava as 00h00 de 1 de janeiro e, com um "choro vigoroso", Aariz nasceu no Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (HFF), na Amadora. O bebé do ano em Portugal é filho de imigrantes paquistaneses e foi presenteado com um cheque-prenda no valor de 250 euros, mediante uma parceria entre o Diário Notícias e o Continente, que premiou o primeiro bebé a nascer no distrito de Lisboa em 2023. O cheque-prenda poderá ser utilizado para adquirir bens necessários para o bebé em lojas Continente.
Enquanto milhares celebravam a passagem de ano nas ruas de Lisboa, a mãe, Naveera Butt, o marido Kashiff Butt e a equipa de profissionais de saúde do hospital davam as boas vindas ao novo ano e ao pequeno Aariz, apenas 44 segundos depois da meia-noite.
Em conversa com o DN, Naveera, de 37 anos, conta que apesar de se sentir "um pouco cansada" e ainda estar a recuperar, está muito feliz com o acontecimento: "Tudo correu muito bem. Foi um parto muito tranquilo. Os profissionais de saúde foram muito simpáticos e prestáveis, tornaram a experiência melhor".
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Ainda que o nascimento do filho estivesse planeado para esta altura do ano, o facto de ter nascido apenas 44 segundos após a meia noite foi uma "boa surpresa" para a família Butt.
Esta foi a segunda gravidez de Naveera, mas a sua primeira em Portugal. O recém-nascido tem um irmão mais velho, Hanan, de cinco anos. "A minha primeira gravidez foi muito difícil e esta correu bastante melhor. Deram-me a epidural por volta das 22.00 e não senti qualquer dor. Depois disso, tudo decorreu dentro da normalidade", explica. Aariz nasceu de parto natural com 3,660 quilogramas e saudável. O pai esteve presente durante todo o trabalho de parto, que se iniciou pelas 20.00.
Naveera veio para Portugal há cerca de dois anos, para se juntar a Kashiff, comerciante que está no país há três anos. "O meu marido arranjou emprego aqui e vim ter com ele a Portugal. Está tudo a correr muito bem e a minha única dificuldade neste momento é a barreira linguística. Ainda estou a aprender a língua portuguesa", admite.
Naveera vive em Portugal somente com o marido e os filhos, tendo partilhado a boa-nova com a sua família no Paquistão, de quem diz sentir muitas saudades, pouco depois do parto. "Falei com a minha família através do telemóvel. Enviei algumas fotografias e todos ficaram muito felizes". O nome Aariz foi uma sugestão da sua mãe e irmã que "sempre adoraram este nome".
Os recentes dados neonatais indicam que Portugal terminou o ano de 2022 com um aumento dos nascimentos. Entre os meses de janeiro e novembro, 76 692 recém-nascidos foram rastreados no âmbito do conhecido "teste do pezinho" - denominado Programa Nacional de Rastreio Neonatal (PNRN) - revelando um aumento de mais 4 376 bebés no país face ao período homólogo (72 316).
No total de 79 582 nados-vivos registados em 2021 é relevante notar que mais de 10 mil, o equivalente a 14%, são filhos de mães estrangeiras residentes no país, segundo um levantamento divulgado pela Pordata.
Ainda que tenha havido um aumento dos nascimentos entre 2021 e 2022, é possível questionar se a tendência se manterá em 2023, tendo em conta as consequências da inflação e da guerra na Ucrânia, que poderão afetar negativamente o número reduzido de bebés.
Portugal vive atualmente uma tendência de envelhecimento demográfico, havendo mais idosos que crianças neste que é o 5.º país mais envelhecido do mundo. Entre as soluções para este problema, a entrada de população estrangeira no país tem sido um contributo para os números da natalidade.
ines.dias@dn.pt