"A situação para a noite não se adivinha favorável".Incêndios continuam a preocupar
Balanço foi feito ao final da tarde pelo comandante nacional da Proteção Civil. Situação não é a ideal e a noite adivinha-se difícil. Ministro já tinha, de manhã, assumido que existe uma conjugação de fatores difícil, que pode afetar o combate aos incêndios nos próximos dias e, simultaneamente, causar novas ignições.
Os incêndios de Carrazeda de Ansiães e de Ourém continuam a preocupar a Proteção Civil e a expectativa é que a noite possa não ajudar ao combate, assumiu esta tarde o comandante nacional da Proteção Civil, André Fernandes.
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No balanço, feito na sede nacional da Proteção Civil, em Carnaxide, o responsável explicou que "o incêndio de Ourém já passou para dois concelhos vizinhos, de Alvaiázere e de Ferreira do Zêzere" e, neste caso concreto, é encarado "com alguma preocupação", uma vez que "as duas frentes movem-se para uma zona de mato denso, sem acessos e a noite irá trazer vento de leste e pouca humidade", algo que não ajudará no combate. Pelas mesmas razões, o incêndio de Carrazeda de Ansiães também inspira cuidados, tal como o fogo no distrito de Leiria, em Vale da Pia.
Na sua declaração aos jornalistas, André Fernandes revelou ainda que, no que toca a danos materiais, "o incêndio de Ourém chegou a duas casas e dois anexos, tendo uma pessoa ficado desalojada mas prontamente assistida pelos serviços municipais" e, por sua vez, no incêndio que deflagrou em Vale da Pia, foram danificadas três casas.
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"A situação operacional para a noite não se adivinha favorável tendo em conta as previsões meteorológicas", assumiu André Fernandes.
O responsável adiantou ainda que, em dois dias, foram assistidos 17 civis e 12 agentes da Proteção Civil. De acordo com o comandante nacional da Proteção Civil, "não há nenhum ferido com gravidade", que explicou que nove dos feridos ligeiros operacionais, bem como 16 dos civis, foram registados na sexta-feira, com os restantes a serem assistidos neste sábado.
José Luís Carneiro fala em "pior conjugação de fatores desde Pedrógão"
Durante a manhã deste sábado, o ministro da Administração Interna já tinha assumido a adversidade das condições de combate aos incêndios, chegando mesmo a dizer que Portugal vive "a pior conjugação de fatores desde Pedrógão Grande".
A missão e a vontade do executivo são, no entanto, "tudo fazer para o evitar", assumiu o José Luís Carneiro. No entanto, "é evidente" que com "temperaturas que podem alcançar os 44 e os 45 graus, ventos de leste com mais de 60 quilómetros por hora no período noturno, com noites tropicais e trovoadas secas" estejam reunidos um conjunto de fatores que vão transformar "os próximos dias nos mais exigentes" desde os incêndios de 2017. Há, segundo José Luís Carneiro, uma diferença para essa altura: Portugal tem lutado para ter mais meios no dispositivo de combate aos incêndios. "Todos têm reconhecido que nós evoluímos muito do ponto de vista das competências e das capacidades técnicas, dos meios humanos e da forma como organizamos os meios humanos e tecnológicos", sublinhou.
Ministros reúnem-se para reavaliar medidas
Ao final da tarde deste sábado, os ministros da Defesa Nacional, da Saúde, do Ambiente e Ação Climática e da Agricultura e Alimentação foram convocados para uma reunião, na sede da Proteção Civil, com o ministro da Administração Interna.
Em nota enviada à imprensa, o gabinete do ministro acrescentou que o objetivo da reunião é, no fundo, proceder à "reavaliação das medidas adotadas no âmbito da Declaração de Situação de Alerta". No final da reunião, haverá uma declaração à imprensa para anunciar as conclusões do encontro.
rui.godinho@dn.pt