A medalha de ouro surpresa do contentamento português
SÁBADO
Um final de Jogos com uma Medalha de Ouro inesperada
José Sena Goulão/LUSA
Quando a dupla Iúri Leitão e Rui Oliveira entrou na pista do Velódromo de Saint-Quentin-em Yveline para a prova de Madison, poucos esperariam o resultado final: a Medalha de Ouro. Foi um resultado completamente inesperado - mesmo com a conquista da Medalha Prata na quinta-feira anterior por parte de Iúri Leitão no Omnium. O ciclista da Caja Rural tornou-se o primeiro atleta nacional a conseguir duas medalhas na mesma edição dos JO. E, com o seu colega de prova Rui Oliveira (que defende as cores da equipa UAE Emirates), é responsável por passar a haver no desporto nacional outra modalidade além do atletismo a conseguir uma Medalha de Ouro. É também o prémio merecido para quem ao longo dos últimos anos - atletas e dirigentes - apostou no desenvolvimento do ciclismo de pista, não esquecendo a importância do investimento inaugurado em 2009 no Anadia Cycling Center, o centro de alto rendimento, em Sangalhos, onde todos estes praticantes têm as melhores condições para evoluir.
DOMINGO
O dia agridoce do desporto português no adeus a Paris
JUNG Yeon-je / AFP
A edição de 2024 dos Jogos Olímpicos terá sido a melhor de sempre para o desporto português. A conquista de quatro medalhas, uma delas de ouro, e os 14 diplomas (classificações até ao 8.º lugar, incluindo as quatro medalhas) tornaram, segundo o chefe de missão Marco Alves, a participação da comitiva de sete dezenas de atletas num motivo de orgulho. Além do balanço positivo do Comité Olímpico de Portugal o derradeiro dia dos JO ficou marcado pela Cerimónia de Encerramento e a passagem do testemunho olímpico para a cidade de Los Angeles, onde terão lugar os próximos JO em 2028, tornando-se a terceira cidade a organizar a competição por três vezes (1932 e 1984), o que até agora só foi conseguido por Londres e Paris. Num dia de festa, o desporto nacional ficou de luto com a morte do presidente do Comité Olímpico de Portugal, José Manuel Constantino que estava internado. Líder do COP desde 2013, ainda esteve em Paris no dia em que a judoca Patrícia Sampaio conquistou a Medalha de Bronze dos -78 quilos.
SEGUNDA-FEIRA
AFP
Com temperaturas acima dos 38 graus celsius e rajadas de vento superiores a 50 quilómetros por hora estavam reunidas as condições ideais para dias muito complicados para a população e bombeiros gregos. E se a estas condições juntarmos duas ondas de calor que secaram as reservas do país, mais a falta de chuva, podemos perceber que a Grécia iria enfrentar um verão muito complicado. O que se confirmou nesta segunda-feira quando os fortes incêndios que se faziam sentir há alguns dias rodearam a capital Atenas e levaram à retirada de 50 mil pessoas do norte da cidade. O fogo chegou a estar a 15 quilómetros de Atenas e o espesso fumo “invadiu” os céus da cidade, ao mesmo tempo que o fogo destruiu carros e casas à sua passagem.
TERÇA-FEIRA
Ministro lança achas para a fogueira do Médio Oriente
O conflito entre Israel e o Hamas, com as implicações regionais conhecidas e o envolvimento de outros atores em apoio a um ou outro lado, conhece quase diariamente novos episódios que aumentam a tensão. E como o que está mal pode sempre ficar pior, o ministro da Segurança Nacional de Israel Ben Gvir, de extrema-direita, decidiu, pela terceira vez, desafiar a política do país sobre a Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém, e foi rezar no Monte do Templo no dia em que se assinalou a destruição dos dois templos. Com este gesto, num local que está sob alçada da Comissão Islâmica Jerusalém Waqf e é considerado o terceiro lugar sagrado do Islão, depois de Meca e Medina (na Arábia Saudita), o governante desafiou as regras existentes, o seu próprio partido e voltou a frisar que o Monte do Templo é um local onde os judeus devem poder rezar.
O certo é que numa altura em que a tensão é cada vez maior, com o Irão a ameaçar atacar Israel, gestos como este a única coisa que conseguem é aumentar o ódio.
QUARTA-FEIRA
Quarteto fantástico em Madrid e as promessas habituais
EPA/Piotr Nowak
Há momentos no ano que raramente falham e esta semana de agosto provou-o.
No futebol realizou-se a Supertaça Europeia - jogo entre o vencedor da Liga dos Campeões e da Liga Europa - entre o Real Madrid e Atalanta. Os espanhóis venceram a sua sexta Supertaça, tornando o clube com mais triunfos na prova, enquanto Barcelona e AC Milan têm cinco. Este primeiro desafio oficial da época para as duas formações mostrou outra coisa: há em Madrid um quarteto fantástico formado por Mbappé, Vinicius Jr., Bellingham e Rodrigo. Vamos ver se no final da temporada se confirmam as primeiras impressões.
Também na política não há surpresas. Os partidos começam a preparar o regresso de férias e logo na estreia começaram as promessas. O pontapé de saída foi dado pelo Governo. Espera-se agora o cumprimento desses anúncios e o contra-ataque dos outros partidos. Nada de novo, portanto.
QUINTA-FEIRA
Reuniões de paz sem um dos envolvidos? Não têm futuro
EPA
Sem a presença do Hamas, começou mais uma ronda de negociações para tentar terminar com a guerra em Gaza. Em Doha, Estados Unidos, Qatar e Egito tentam chegar a um entendimento com as duas partes envolvidas num conflito que já terá provocado mais de 40 mil mortos palestinianos desde que o Exército de Israel invadiu a Faixa de Gaza na sequência de um ataque da autoria de elementos do grupo terrorista Hamas que matou mais de 1200 israelitas em outubro.
Neste encontro, além dos três países que têm servido como mediadores estão também representantes de Israel, mas não do Hamas, pois este reivindica que se aplique o plano baseado no roteiro para a paz aprovado pelo presidente dos EUA, Joe Biden. Perante mais um impasse, ficam os ataques de um lado e de outro, as imagens de corpos a serem transportados e enterrados. E o desespero de uma população.
SEXTA-FEIRA
Mpox. O vírus que colocou em alerta mundial a Saúde Pública
AFP | AFP
Um caso na Suécia lançou o alerta para a Europa, cujos países despertaram agora para o problema mundial em que já se tornou a doença causada pelo vírus da Mpox (também conhecida como varíola dos macacos). A preocupação é de tal ordem que a Organização Mundial de Saúde declarou o “Estado de Emergência global em Saúde Pública”. O vírus é transmissível pelo contacto entre animais infetados e humanos e também entre humanos. Em Portugal, entre 1 de junho de 2023 e 31 de julho de 2024, foram reportados 244 casos de Mpox, segundo a Direção-Geral da Saúde. Que ainda esclareceu que nenhum dos casos de Mpox reportados no país é da variante mais perigosa da doença (clade I). As maiores preocupações das autoridades de Saúde estão centradas em África, onde, desde 1 de janeiro e até quarta-feira (dia 14 de agosto), tinham sido reportados 15 664 casos e 548 mortes. Entretanto, esta 6.ª feira foram também já reportados casos de Mpox no Paquistão.