61% votam a favor da eutanásia no país

Só 41% acreditam na possibilidade de a lei ser aprovada por Marcelo Rebelo de Sousa na legislatura.
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Quase dois terços dos portugueses (61%) garantem que votariam a favor da eutanásia se a despenalização da morte medicamente assistida fosse submetida a referendo. De acordo com os dados da sondagem feita pela Aximage para o DN, JN e TSF, só 41% dos inquiridos acreditam na possibilidade de o Presidente da República aprovar a lei nesta legislatura - 31% estão convictos de que Marcelo Rebelo de Sousa não o fará e 28% "não sabe".

Interpelados sobre a posição de voto num referendo, 17% respondem que votariam "contra", 9% dizem que não votariam e 13% manifestaram não ter opinião sobre a matéria. Entre os 61% que votariam a favor, destacam-se os mais jovens, entre os 18 e 34 anos (70%). Entre os inquiridos com mais de 65 anos só 48% disseram que votariam a favor.

O Tribunal Constitucional (TC) recorde-se, chumbou no fim de janeiro, pela segunda vez, o decreto aprovado no Parlamento por entender que possui normas inconstitucionais. Desde 2020, foi a terceira vez que os deputados aprovaram a medida. Marcelo Rebelo de Sousa vetou uma vez o diploma e pediu por duas vezes a fiscalização preventiva do decreto ao TC.

O líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, anunciou, dois depois da decisão do tribunal, que os deputados vão analisar o acórdão e aprovar as alterações que considerem "pertinentes". Já o líder do PSD garantiu que o partido voltará a propor a realização de um referendo no início da próxima sessão legislativa (ou seja, a partir de setembro). "Chega de teimosia. A discussão da eutanásia deve sair das quatro paredes do Parlamento", declarou, então, Luís Montenegro.

A sondagem foi realizada pela Aximage para o DN, TSF e JN, com o objetivo de avaliar a opinião dos portugueses sobre temas relacionados com a Jornada Mundial da Juventude. O trabalho de campo decorreu entre os dias 10 e 16 de fevereiro de 2023 e foram recolhidas 807 entrevistas entre maiores de 18 anos residentes em Portugal. Foi feita uma amostragem por quotas, obtida através de uma matriz cruzando sexo, idade e região (NUTSII), a partir do universo conhecido, reequilibrada por género, grupo etário e escolaridade. Para uma amostra probabilística com 807 entrevistas, o desvio padrão máximo de uma proporção é 0,017 (ou seja, uma "margem de erro" - a 95% - de 3,45%).

Responsabilidade do estudo: Aximage Comunicação e Imagem, Lda., sob a direção técnica de Ana Carla Basílio.

alexandra.inacio@jn.pt

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