25 anos da NATO e o funeral de Pompidou
A Aliança Atlântica (NATO) celebrava 25 anos de existência. “O 25º aniversário da N.A.T.O.: necessidade de rever os conceitos estratégicos da aliança e os limites geográficos da sua acção”, titulava o DN, há 50 anos.
“’Neste posto avançado sobre o Atlântico (que pode ser garantia da independência dos povos da Aliança, mas por onde podem também irromper as forças que a destruam) parece oportuno dizer que não só se poderá deixar de rever os conceitos estratégicos da Aliança e os limites geográficos da sua zona de acções’”, afirmava o então ministro da defesa, Silva Cunha. no comando da NATO, em Oeiras. durante as comemorações do 25º aniversário do Tratado do Atlântico Norte.
O presidente Pompidou tinha falecido há poucos dias e, por isso, as bandeiras de todos os países membros da Aliança Atlântica estavam hasteadas a meia haste. Aliás, em França o enterro de Georges Pompidou tinha sido feito de forma muito simples.
“Funeral humilde para Georges Pompidou: Apenas a família e alguns íntimos estiveram no cemitério da aldeia de Orvilliers”, titulava o DN. À notícia, com chamada importante de primeira página, juntava-se uma fotografia de uma criança depositando flores no túmulo do falecido presidente francês. Pompidou foi a enterrar nesta pequena aldeia, de somente 270 habitantes, onde tinha a sua casa de campo preferida.
No entanto, para 6 de abril, estavam marcadas as cerimónias oficiais, na catedral de Notre-Dame, em Paris. “Amanhã celebram-se exéquias solenes em Notre-Dame. Nixon, Willy Brandt e Podgorny estarão presentes”, podia ler-se.
Na sequência da morte do presidente Pompidou havia ainda outra notícia: “Já há (por enquanto) seis candidatos à presidência”.
Mais um desastre aéreo pintava os céus de vermelho-sangue. “Despenhou-se um avião no Botswana: morreram 77 pessoas”, podia ler-se no canto superior direito da primeira página do DN, de há 50 anos.
Ao lado desta notícia, surgia uma fotolegenda: “A princesa Margarida e o seu marido quando chegavam ontem, à noite, ao Park Tower Hotel, em Londres, onde assistiram a uma recepção”, podia ler-se. Tratava-se de uma festa de beneficência, a favor de uma associação para jovens, da qual a princesa era presidente.