230 bombeiros espanhóis chegam esta quarta-feira a Portugal. Habitações evacuadas em Gondomar
O comandante nacional de emergência e proteção civil prevê para esta tarde uma tarde e madrugada com horas "difíceis e complicadas" no combate aos incêndios, considerando a "situação complexa" e "extrema em alguma áreas afetadas pelo fogo"
Algumas habitações na zona de Branzelo, em Melres, concelho de Gondomar, estão a ser evacuadas e a população retirada devido aos incêndios que lavram naquele concelho do distrito do Porto, avançou à Lusa o comando-geral da GNR.
A GNR não conseguiu, no entanto, precisar quantas habitações estão a ser esvaziadas.
Contactada pela Lusa, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) avançou que uma casa ardeu naquela zona, desconhecendo se é de primeira habitação.
Das quatro frentes ativas do incêndio, três estão em fase de rescaldo e uma mantém-se mais preocupante na zona de Branzelo, acrescentou a ANEPC.
Um total de 230 bombeiros espanhóis chegam às 03:00 de quarta-feira a Portugal para ajudar no combate aos incêndios florestais, disse hoje à Lusa fonte oficial do Ministério da Administração Interna (MAI).
O MAI avançou também que dois aviões Canadair de Marrocos chegam ao país na quarta-feira de manhã.
Os 230 bombeiros espanhóis pertencem à Unidade Militar de Emergências (UME).
A fonte precisou que esta ajuda resultou de um pedido feito pela ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, aos seus homólogos de Espanha e Marrocos ao abrigo dos acordos bilaterais existentes entre Portugal e aqueles dois países.
Sobre os locais onde os 230 bombeiros espanhóis e os dois aviões Canadair vão atuar, a mesma fonte disse que se trata de uma questão operacional e serão mobilizados para os sítios onde seja necessário mais apoio.
Ao abrigo do Mecanismo Europeu de Proteção Civil seis aviões Canadair de Espanha, França e Itália estão já a operar em Portugal.
Sete pessoas morreram e pelo menos 40 ficaram feridas, duas com gravidade, nos incêndios que atingem desde domingo as regiões norte e centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real e Viseu, e que destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas, como a A1, A25 e A13.
A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 62 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro, atingidas pelos incêndios desde o fim de semana, já arderam 47.376 hectares.
Os incêndios que lavram desde domingo em Portugal continental, com especial incidência nas regiões Centro e Norte, já causaram sete mortes, dezenas de feridos e 62 deslocados, afetando 25 municípios, 15 dos quais na região Norte.
As mais recentes vítimas são três bombeiros da corporação de Vila Nova de Oliveirinha, em Tábua, que morreram quando se deslocavam para um incêndio naquele concelho do distrito de Coimbra.
O município de Tábua decretou três dias de luto municipal pela morte dos três bombeiros.
A primeira morte foi um bombeiro vítima de doença súbita, no domingo, quando combatia as chamas em Oliveira de Azeméis, no distrito de Aveiro.
Na segunda-feira, as autoridades anunciaram mais duas mortes no distrito de Aveiro, a de uma pessoa encontrada carbonizada e um óbito por ataque cardíaco.
Na mesma noite, uma idosa que tinha a casa numa zona de fogo em Almeidinha, Mangualde, morreu de doença súbita, segundo fonte do Comando Sub-Regional Viseu Dão Lafões.
Entre as vítimas destacam-se ainda vários feridos graves, cujo número está ainda a ser apurado, segundo o balanço feito às 20:00 de hoje pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
Os incêndios afetaram hoje 25 concelhos, 15 dos quais na região Norte do país e 10 na região Centro.
Aveiro foi um dos distritos mais fustigados, com as chamas a lavrar com intensidade nos concelhos de Oliveira de Azeméis, Albergaria-a-Velha, Sever do Vouga e Águeda, mantendo-se este último, às 19:30, como o mais complicado, segundo divulgou o comandante da ANEPC, Mário Silvestre.
Coimbra, com especial incidência no concelho de Tábua, e Viseu, com focos maiores em Nelas e Castro Daire, são outros dos distritos mais afetados pelos fogo.
No distrito do Porto, o incêndio em Oliveira de Azeméis era aquele que às 20:00 mobilizava mais meios, com 518 operacionais e 188 viaturas empenhados no combate às chamas.
No balanço feito às 20:00, o comandante nacional da Proteção Civil, André Fernandes, contabilizou 177 ocorrências ativas nas quais estavam empenhados 6.041 operacionais apoiados por 1.837 veículos. Destas, 30 são consideradas ocorrências significativas que estão a ser combatidas por 3.888 operacionais e 1.208 meios terrestres.
O combate às chamas foi hoje reforçado por seis meios aéreos de França, Espanha e Itália, disponibilizados através do mecanismo de proteção civil europeu.
Os fogos já obrigaram a realojar 62 pessoas, em Águeda foram evacuados dois lares de idosos, em Oliveira de Azeméis um hotel foi evacuado e as reservas canceladas até quinta-feira e, em Oliveira do Hospital, foram evacuadas oito quintas situadas na encosta do rio Mondego devido ao aproximar das chamas do incêndio que teve início em Nelas, no distrito de Viseu, e que alastrou para o distrito de Coimbra.
A sessão de receção aos novos estudantes da Universidade do Porto, prevista para quarta-feira, foi cancelada por respeito às vítimas dos incêndios e também por razões de saúde, anunciou hoje a reitoria, considerando que "a cidade está cheia de fumo e de fagulhas que são um perigo para a saúde pública".
Devido a esta situação, foi hoje ativado o Plano Distrital de Emergência de Proteção Civil do Porto, juntando-se ao de Aveiro, e encontram-se ativos 10 planos municipais, adiantou no 'briefing' o comandante nacional André Fernandes.
Os incêndios, que hoje não afetaram as vias ferroviárias, obrigaram ao corte de várias estradas.
De acordo com a última atualização feita pela GNR, às 22:00 registava-se no distrito de Aveiro o corte total da Autoestrada 25 (A25) entre Albergaria e Reigoso (Viseu), a Estrada Nacional 16 (EN16) entre Cacia e Sever do Vouga e a EN333 entre Talhadas e Águeda.
No distrito de Viseu os cortes incidiam na A25 entre Mangualde e Chãs de Tavares; na A24 entre o nó de Castro Daire Leste e o nó da EN16; na EN228 em Figueira Alva -- Fermentel e na EN222 entre Oliveira do Douro e Freigil (Cinfães).
No distrito do Porto, a A43 estava cortada entre Gondomar e a A41 entre Medas e Aguiar de Sousa.
Em Baião registava-se o corte da A11, no sentido Norte /Sul do Marco de Canaveses até à A42; EN221 entre Eiriz e Campelo e EN101 entre Cavalinho e Mesão Frio.
No distrito de Vila Real, o incêndio de Vila Pouca de Aguiar determinou o corte da A24 entre o Nó Fortunho e Nó Vidago; da EN2 entre Carriça e Samardã e da EN103 entre Faiões e Assureiras.
Em Braga foi fechada ao trânsito a EN207-4 entre Gonça e Garfe e a EN210 entre Celorico de Basto e Amarante.
Finalmente, no distrito de Coimbra, foi cortada a EN342, entre Secarias/Côja, no concelho de Arganil.
Durante o dia de hoje chegaram também a estar fechadas as autoestradas A1 e A28, ambas reabertas ao início da noite.
A Polícia Judiciária (PJ) deteve cinco pessoas - três homens e duas mulheres - suspeitos da autoria de incêndios florestais em Cacia (Aveiro); em Refojos de Riba de Ave (Santo Tirso); nos concelhos de Pombal e Alvaiázere (no distrito de Leiria) e em Condeixa-a-Nova (Coimbra).
A PJ também identificou e constituiu arguidos quatro funcionários da Junta de Freguesia da União de Freguesias de Campo e Sobrado, no concelho de Valongo, pela presumível autoria de um incêndio florestal na localidade de Campo, que consumiu cerca de um hectare de mancha florestal.
Em comunicado, a GNR informou ter detido sete homens, entre sábado e a madrugada de hoje, suspeitos do crime de incêndio florestal nas regiões de Leiria, Castelo Branco, Porto e Braga.
Várias personalidades já manifestaram o seu pesar e solidariedade pelas vítimas dos incêndios, entre eles o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente do Parlamento da Madeira, José Manuel Rodrigues, o patriarca de Lisboa, Rui Valério e o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco.
O Governo declarou hoje situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias, anunciou o primeiro-ministro, Luís Montenegro, no final de um Conselho de Ministros extraordinário convocado para analisar a situação dos incêndios, numa reunião presidida pelo Presidente da República.
A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 62 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que indica que nas regiões Norte e Centro, desde o fim de semana, já arderam 47.376 hectares.
As atividades letivas em todas as escolas do município de Carregal do Sal, no sul do distrito de Viseu, vão manter-se encerradas na quarta-feira devido aos incêndios florestais que lavram naquela região, anunciou a autarquia.
Em comunicado publicado na sua página na rede social Facebook, a Câmara Municipal de Carregal do Sal justifica a manutenção do encerramento das escolas "em virtude dos inúmeros incêndios que continuam a deflagrar no concelho".
Na mesma nota, dirigindo-se aos encarregados de educação dos alunos do ensino pré-escolar e dos primeiro e segundo ciclos do ensino básico "que não disponham de suporte familiar para os seus educandos", o município informa que "em casos excecionais" será possibilitada a permanência das crianças e jovens nas instalações da Escola Básica Nuno Álvares.
O incêndio florestal que deflagrou ao final da manhã de segunda-feira no município vizinho de Nelas e se estendeu a Carregal do Sal mantém-se ativo e estava a ser combatido, cerca das 22:00 de hoje, por 316 bombeiros apoiados por 89 viaturas.
O incêndio que deflagrou na segunda-feira em Nelas, no distrito de Viseu, estava, ao início da noite, mais controlado, com os bombeiros esperançosos que possa ser resolvido durante a noite.
Em declarações à agência Lusa, Guilherme Almeida, comandante dos bombeiros voluntários de Nelas, disse que a situação está "bastante mais calma".
"Houve algumas reativações quando o vento estava mais evidente, mas agora está tudo mais calmo. Só nos preocupa uma frente do lado de Mangualde, quando o vento rodou. [O fogo] foi daqui para Mangualde, de Mangualde está a voltar para cá, e pode entrar aqui em Nelas numa área que ainda não ardeu e que tem habitações", explicou.
"Mas até pode vir bater numa zona que já ardeu", acrescentou.
Segundo Guilherme Almeida, o incêndio de Nelas, que se estendeu a Carregal do Sal, contava às 21:10 de hoje com um total de 315 operacionais apoiados por 88 viaturas, tendo as equipas de combate "exaustas", após mais de 32 horas de trabalho no terreno.
"Os meios já são escassos, dada a dimensão dos incêndios, e não os conseguimos render como gostaríamos. E depois há mais probabilidade de ocorrerem acidentes e situações mais críticas", argumentou o comandante.
No entanto, não existindo praticamente vento no município de Nelas e com a temperatura mais baixa, o comandante dos bombeiros disse existir, à partida, na noite de hoje, "uma situação mais favorável para o combate", manifestando-se "esperançoso" que seja possível dominar as chamas.
Por outro lado, os bombeiros vão tentar consolidar os trabalhos de rescaldo e de vigilância a eventuais reacendimentos, na área atingida pelo incêndio que, segundo dados do sistema europeu Copernicus, consultados pela Lusa, já queimou mais de 5.000 hectares de mato e de floresta em Nelas e Carregal do Sal.
"O combate foi uma estratégia reativa, com prioridade a habitações, bens e pessoas e reativações, ainda assim têm-se conseguido controlar", vincou Guilherme Almeida.
Já sobre a evacuação de habituações em Nelas, o comandante dos bombeiros disse que a estratégia passou por manter as pessoas seguras nas suas casas, frisando ainda que uma unidade hoteleira de alguma dimensão em Caldas de Felgueiras não chegou a ser evacuada.
Em Carregal do Sal o combate às chamas mantém-se em redor de povoações como Pardieiros, Sobral ou Cabanas de Viriato, entre outras e em toda a orla do rio Mondego virada a Tábua e Oliveira do Hospital, no distrito de Coimbra.
"A situação está longe de estar resolvida, ainda estamos a combater. Não há a lamentar vítimas, não há casas ardidas, mas vamos ter muito trabalho nos próximos dias", disse à Lusa Filipe Lopes, comandante dos bombeiros voluntários de Carregal do Sal.
Segundo o comandante, nos últimos dois dias o fogo "bem o que bem entendeu e andou por onde quis", levando os bombeiros "a correr atrás dele" e a concentrarem esforços na defesa de pessoas e bens, tendo as chamas e o vento forte por inimigos.
"Costumo dizer que nunca pensava viver uma situação idêntica duas vezes na minha vida [após os incêndios de outubro de 2017] e voltou a acontecer", lamentou.
Na manhã de hoje o incêndio chegou a Tábua, após ter galgado o rio Mondego vindo de Carregal do Sal, tendo provocado a morte de três bombeiros -- duas mulheres e um homem -- da corporação de Vila Nova de Oliveirinha, quando combatiam as chamas.
Ricardo Cruz, presidente do município de Tábua, disse à Lusa que a situação mais preocupante estava, ao início da noite de hoje, junto à localidade de Vila de Mato, na freguesia de Midões, um dos dois locais onde as chamas irromperam vindas da margem direita do Mondego.
Pelas 21:20 o incêndio em Tábua estava a ser combatido por 250 bombeiros apoiados por 83 viaturas.
Em Oliveira do Hospital, duas projeções provenientes dos incêndios de Nelas e de Carregal do Sal provocaram ignições com alguma dimensão, durante a tarde de hoje, mas foram resolvidas pelos bombeiros, cuja estratégia passou por antecipar eventuais problemas.
"Estivemos a fazer prevenção todo o dia, a acautelar projeções. No final do dia houve duas projeções, uma a norte e outra a sul do incêndio de Nelas e ambas foram debeladas. A projeção a sul com mais dificuldade, a norte, na povoação de Seixas, foi rapidamente debelada", disse à Lusa o comandante de operações de socorro António Pinto, comandante dos bombeiros de Lagares da Beira.
A aldeia de Adenodeiro exige mais meios e operacionais devido às chamas que ameaçam esta e outras três aldeias de Castro Daire, disse à agência Lusa fonte dos bombeiros, confirmando que o incêndio chegou a São Pedro do Sul.
"Agora [cerca das 20:45] estamos com alguns problemas em Adenodeiro. Estamos focados e mobilizados com mais meios e operacionais em defesa das pessoas e bens", afirmou o comandante dos Bombeiros Voluntários de Farejinhas.
Horácio Ribeiro acrescentou que "a estratégia continua a ser defender pessoas e primeiras habitações, porque não há meios para combater o incêndio em si".
"Na aldeia de Ribolhos já está um bocadinho mais calmo, mas temos as aldeias de Alva, Granja e Folgosa ameaçadas também a exigir a nossa atenção, porque estão na linha do fogo", disse.
Segundo o responsável, o incêndio "já entrou no município de São Pedro do Sul e está no limite do de Viseu, em Côta, onde se encontram equipas dos Sapadores de Viseu para tentar evitar que entre" nesta zona.
"Durante a noite vamos tentar usar máquinas de arrasto para tentar começar a delimitar as chamas. Vamos ver o que conseguimos e o vento que vai estar", disse Horácio Ribeiro.
Este incêndio, no concelho de Castro Daire, teve origem pelas 21:23 de segunda-feira, em Soutelo, freguesia de Mões, propagou-se ao Município de São Pedro do Sul, mobilizava, pelas 20:30, 208 operacionais, apoiados por 59 veículos.
Na mesma ocasião, o Comando Sub-regional Viseu Dão Lafões mobilizava para o fogo que eclodiu pelas 11:53 de segunda-feira no Folhadal, concelho de Nelas, mobilizava 331 operacionais, apoiados por 94 veículos.
Este incêndio de Nelas alastrou aos concelhos vizinhos de Carregal do sal, distrito de Viseu, e aos municípios de Tábua e Oliveira do Hospital, do distrito de Coimbra.
Ainda no distrito de Viseu, no concelho de Penalva do Castelo, continua ativo o incêndio em Miuzela, que deflagrou pelas 00:15 de segunda-feira, e propagou-se ao Município de Mangualde, mobiliza 168 operacionais com 46 veículos.
Segundo o Comando Territorial de Viseu da Guarda Nacional Republicana (GNR), estão cortadas ao trânsito, devido aos incêndios, as seguintes vias em Castro Daire: A24, entre Mamouros e Viseu, EN2, entre Mamouros e Ribolhos e EN228, entre Fermontelos e Figueiredo de Alva.
No distrito de Viseu estão ainda cortadas a A25, entre Mangualde e Chãs de Tavares, o Itinerário Complementar 12 (IC12) em Nelas e Carregal do Sal e as EN 16, 231 e 329, em Mangualde, Nelas e Penalva do Castelo.
O incêndio em Mangualde provocou uma vítima mortal, durante a noite, de doença súbita, confirmou hoje à Lusa fonte da Proteção Civil. Segundo fonte do Comando Sub-Regional Viseu Dão Lafões, a habitação não ardeu.
Segundo os presidentes das câmaras de Nelas, Mangualde e Penalva do Castelo "há registo de casas de habitação queimadas e alfaias agrícolas", mas nenhum dos autarcas conseguiu ainda contabilizar os respetivos números.
Um dos dois grandes incêndios que assolam Baião desde segunda-feira está "praticamente extinto" e o segundo abrandou a intensidade nas últimas horas, disse à Lusa o presidente da câmara, Paulo Pereira, lamentando os prejuízos avultados.
"A situação está mais calma, o vento abrandou e as temperaturas baixaram", assinalou o autarca.
O maior dos dois incêndios, que lavrou no sul deste concelho do distrito do Porto, a partir de Gôve, está quase extinto, esperando-se que durante a noite não resista aos meios de combate no terreno, entretanto reforçados, acrescentou.
Às 21:00, o dispositivo de combate era formado por 61 bombeiros e 18 operacionais.
O segundo incêndio, que partiu de Gestaçô em direção à serra da Aboboreira, ainda lavra em algumas zonas, nomeadamente na zona do Castelo e na encosta para Valadares, onde os meios estão posicionados para defender as habitações, se for necessário.
O presidente da câmara disse ter a indicação dos meios de combate de que durante à noite deverá haver possibilidades de pôr termo definitivo ao incêndio, com ajuda do aumento da humidade que está previsto.
A única dúvida, ressalvou, é se o vento voltar a ganhar intensidade, o que dificultaria as operações.
Os dois incêndios deixaram um rasto de destruição em casas, veículos, floresta e terrenos agrícolas, nomeadamente vinhedos em tempo de vindima, que sucumbiram às chamas, num cenário nunca visto no concelho, reafirmou à agência Lusa.
Na serra da Aboboreira, por exemplo, foram destruídas as cerca de 8.000 árvores que tinham sido plantadas nos últimos anos pela autarquia, no âmbito de um projeto de reflorestação.
Também a vinha do Mosteiro de Ancede, propriedade do município, ficou reduzida a cinzas.
"Está feita a vindima", lamentou.
O Presidente da República afirmou hoje esperar que a situação dos incêndios melhore até ao fim de semana, pelo efeito do combate de populações e operacionais e da evolução favorável das condições meteorológicas, mas desaconselhou facilitismo.
"Não podemos ter a tentação da facilidade", defendeu Marcelo Rebelo de Sousa, perante a comunicação social, na residência oficial de São Bento, em Lisboa, no fim de uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros sobre a situação dos incêndios, a que presidiu.
Sobre o que poderá acontecer nos próximos dias, o chefe de Estado declarou: "Não podemos garantir que o dia de hoje não tenha ainda a projeção daquilo que foi vivido nos últimos dias. Mas esperamos que amanhã [quarta-feira] e depois de amanhã [quinta-feira] e nos dias subsequentes seja já muito mais claro o efeito do combate corajoso das populações, de todos os operacionais da Proteção Civil, das Forças Armadas, da Guarda Nacional Republicana (GNR), dos meios aéreos, dos meios aéreos já em operação e os que vão operar a partir da manhã".
"Tudo isso permite esperar, para além da eventual evolução favorável das condições meteorológicas, que no fim da semana estejamos muito longe daquilo que foi vivido no início dessa mesma semana", considerou.
Segundo o Presidente da República, os portugueses têm manifestado uma "serenidade que deve ser agradecida e realçada, sobretudo nas zonas atingidas" perante os incêndios dos últimos dias.
No seu entender, "nesse sentido, foi bom que quer o senhor primeiro-ministro quer o Presidente da República não tivessem tido uma mensagem facilitista dizendo que a realidade mudava de um momento para o outro".
"A pergunta seguinte é: e esta noite, e o dia de amanhã, e os próximos dias? Pois também aí não podemos ter a tentação da facilidade", acrescentou.
O incêndio no concelho de Mangualde está com duas frentes ativas com "grande intensidade" e há duas freguesias na linha de fogo, disse à agência Lusa o presidente da Câmara, Marco Almeida.
"Temos atualmente [cerca das 20:00] duas frentes ativas com grande intensidade a propagarem em zona florestal e a dirigirem-se para duas localidades", uma em Santiago de Cassurrães e outra em Freixiosa", afirmou o autarca.
Marco Almeida disse ainda que o incêndio, "para já não ameaça o concelho de Nelas, está na direção de Gouveia, pela serra, embora a muitos quilómetros de distância".
O presidente da autarquia adiantou, por outro lado, que esta quarta-feira as escolas do concelho vão manter-se fechadas, à semelhança do que sucedeu hoje.
Este fogo deflagrou em Miuzela, concelho de Penalva do Castelo (distrito de Viseu), pelas 00:15 de segunda-feira, e propagou-se para Mangualde, mobilizando, cerca das 20:30, 168 operacionais e 46 veículos.
Pela mesma hora, o Comando Sub-regional Viseu Dão Lafões mobilizava para o fogo que eclodiu pelas 11:53 de segunda-feira no Folhadal, concelho de Nelas, 331 operacionais, apoiados por 94 veículos.
Este incêndio de Nelas alastrou aos concelhos vizinhos de Carregal do Sal, no distrito de Viseu, e aos municípios de Tábua e Oliveira do Hospital, no distrito de Coimbra.
Ainda no distrito de Viseu, no concelho de Castro Daire, o fogo com origem pelas 21:23 de segunda-feira, em Soutelo, freguesia de Mões, mobilizava, pelas 20:30, 208 operacionais, apoiados por 59 veículos.
Segundo o Comando Territorial de Viseu da Guarda Nacional Republicana (GNR), estão cortadas ao trânsito, devido aos incêndios, as seguintes vias em Castro Daire: A24, entre Mamouros e Viseu, EN2, entre Mamouros e Ribolhos e EN228, entre Fermontelos e Figueiredo de Alva.
No distrito de Viseu estão ainda cortadas a A25, entre Mangualde e Chãs de Tavares, o Itinerário Complementar 12 (IC12) em Nelas e Carregal do Sal e as EN 16, 231 e 329, em Mangualde, Nelas e Penalva do Castelo.
O incêndio em Mangualde provocou uma vítima mortal, durante a noite, de doença súbita, confirmou hoje à Lusa fonte da Proteção Civil. Segundo fonte do Comando Sub-Regional Viseu Dão Lafões, a habitação não ardeu.
Segundo os presidentes das câmaras de Nelas, Mangualde e Penalva do Castelo "há registo de casas de habitação queimadas e alfaias agrícolas", mas nenhum dos autarcas conseguiu ainda contabilizar os respetivos números.
O primeiro-ministro anunciou hoje que será criada "uma equipa especializada" para investigar criminalmente a origem dos incêndios dos últimos dias, falando em "coincidências a mais" e "interesses particulares".
"Nós não vamos largar estes criminosos, nós não vamos largar este combate a quem coloca todo um país em causa", assegurou Luís Montenegro, no final de um Conselho de Ministros extraordinário convocado para analisar "toda a situação relativa aos incêndios e às suas consequências", numa reunião presidida pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a seu convite.
Os bombeiros conseguiram hoje dominar algumas das frentes dos quatro incêndios que lavram no distrito de Aveiro, mas a situação mantém-se complicada, apesar de as condições serem "mais favoráveis" do que na segunda-feira, informou a proteção civil.
"O combate [durante o dia] foi muito profícuo. Conseguimos dominar algumas das frentes que nos causavam mais incómodos, mas continuamos com pontos de abertura muito complexos. Ou seja, zonas onde o incêndio ainda nos poderá vir a dar problemas", disse o segundo comandante da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), Mário Silvestre.
O responsável, que falava aos jornalistas durante um 'briefing' realizado pelas 19:30, no posto de comando distrital, em Oliveira de Azeméis, referiu ainda que nenhum destes quatro incêndios, que lavram em Sever do Vouga, Albergaria-a-Velha, Oliveira de Azeméis e Águeda, se encontra em resolução, adiantando que a frente deste último é a que continua a dar "mais problemas" aos bombeiros.
"A principal frente deste incêndio, neste momento, é a frente voltada a Águeda. Estamos a falar à volta de 17 quilómetros de frente. No resto do teatro de operações temos bastantes pontos quentes e algumas frentes muito partidas. O incêndio é muito rendilhado, o que nos causa sempre problemas em termos de colocação de meios", explicou o comandante.
Mário Silvestre disse ainda que ao longo do dia registaram-se reativações, em virtude quer da topografia, quer do vento que se fez sentir momentaneamente em algumas zonas.
Apesar de se esperar uma redução da temperatura durante a noite e madrugada, o que favorece o combate aos incêndios, o comandante realça que "o fator mais preponderante é o vento".
"Se tivermos a velocidade do vento que tivemos ontem, temos de ter as coisas muito bem consolidadas e os flancos muito bem fechados para que não tenhamos problemas durante a noite", acrescentou.
O comandante afirmou que, ao longo do dia, tem sido feito um "refrescamento" dos recursos, ou uma "gestão de esforço", retirando alguns grupos quando perdem capacidade e colocando-os em descanso.
Mário Silva disse ainda que, neste momento, não há condições para desmobilizar ninguém, mantendo-se todo o dispositivo no terreno, que no dia de hoje foi composto por 1.434 homens, apoiados por 470 veículos, 11 máquinas de rasto e cinco meios aéreos.
Por fim, o comandante lamentou a morte dos três bombeiros que ocorreram hoje no combate ao incêndio em Tábua (Coimbra), enviando um "abraço sentido" à corporação destes bombeiros e às famílias enlutadas.
O Presidente da República expressou hoje "solidariedade estratégica" e o seu acordo em relação às decisões do Governo no combate aos incêndios, e defendeu que não se pode "ter a tentação da facilidade".
"Estamos todos juntos", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, perante a comunicação social, na residência oficial de São Bento, em Lisboa, no fim de uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros sobre a situação dos incêndios, a que presidiu.
Ainda antes de o primeiro-ministro anunciar as decisões tomadas nesta reunião do Conselho de Ministros, o chefe de Estado declarou: "Queria dizer que concordo com essas deliberações, boa parte delas da competência exclusiva do Governo, não exigindo, portanto, a participação direta do Presidente da República, por não exigirem iniciativas de leis".
O Presidente da República referiu que está ao lado do Governo neste momento, não por "mera solidariedade institucional" entre órgãos de soberania, mas num gesto de "solidariedade estratégica".
O comandante nacional da Proteção Civil anteviu hoje uma "noite complicada" no combate aos incêndios, com previsões de vento forte, adiantando que até ao momento os fogos já obrigaram a realojar 62 pessoas.
"O dia de hoje foi um dia bastante difícil, com um combate muito duro, em que a prioridade foi a salvaguarda da vida das pessoas e dos seus bens e depois, à medida que foi sendo possível, foram-se consolidando trabalhos nalguns dos incêndios que estão ativos. A noite vai ser também um período complicado. É expectável que o vento continue forte do quadrante leste. Apelava a todos que se mantivessem com a calma e a tranquilidade necessárias para passar esta noite que vai ser complicada, que mais uma vez acatem as indicações das autoridades", disse André Fernandes.
O comandante nacional falava no 'briefing' de ponto de situação às 20:00 do combate aos incêndios no território continental, que assolam sobretudo as regiões norte e centro.
O Governo declarou hoje a situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias.
O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro no final de um Conselho de Ministros extraordinário convocado para analisar "toda a situação relativa aos incêndios e às suas consequências", numa reunião presidida pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a convite de Luís Montenegro.
Na segunda-feira, o Governo tinha alargado até ao final de quinta-feira a situação de alerta devido ao risco de incêndios, face às previsões meteorológicas
A lei determina que a situação de calamidade é declarada pelo Governo, mediante resolução do Conselho de Ministros.
Sete homens foram detidos entre sábado e a madrugada de hoje, suspeitos da prática do crime de incêndio florestal, nas regiões de Leiria, Castelo Branco, Porto e Braga, revelou a Guarda Nacional Republicana (GNR).
Numa nota, a GNR informou que reforçou "o patrulhamento, as ações de vigilância e deteção de incêndios, procurando responder de forma efetiva às condições atmosféricas adversas, em virtude de agravamento do perigo de incêndio, aumento das temperaturas, vento forte e a diminuição da humidade relativa do ar".
Neste âmbito, "foram efetuadas sete detenções pelo crime de incêndio florestal durante este período" de 14 a 17 de setembro, "num total de 33 detenções desde o início de 2024", lê-se no comunicado.
Os suspeitos, todos do sexo masculino, foram detidos pelo crime de incêndio florestal em Pombal, distrito de Leiria (com 75 anos), Póvoa do Lanhoso, distrito de Braga (48 anos), Malpica do Tejo, distrito de Castelo Branco (61 anos), Pombal (36 anos), S. Mamede, Leiria (38 anos), e dois em Campo, Valongo, distrito do Porto (48 e 64 anos).
Segundo a GNR, o uso negligente do fogo "constitui uma das causas mais relevantes nos incêndios já investigados durante este ano", apelando a que "os cidadãos devem abster-se de recorrer a qualquer tipo de uso do fogo, incluindo a utilização de maquinaria em espaços florestais".
Na nota refere-se ainda que a GNR, através do Serviço da Proteção da Natureza e do Ambiente (Sepna), tem como "preocupação diária a proteção ambiental e dos animais" e que, para o efeito, poderá ser utilizada a Linha SOS Ambiente e Território (808200520), em funcionamento permanente para a "denúncia de infrações ou esclarecimento de dúvidas".
O fogo que deflagrou na segunda-feira no planalto de Monforte, em Chaves, ainda lavra com alguma intensidade e avança em várias frentes que tocam diferentes localidades, disse o presidente da câmara.
Nuno Vaz disse que o vento forte representa uma grande dificuldade no combate a este fogo, cujo alerta foi dado às 15:00 de segunda-feira, e que, durante a noite, sem meios aéreos a "função dos bombeiros vai ser apenas defender as habitações".
"Não houve nenhuma casa que estivesse em risco de arder. Agora, ele esteve muito próximo de algumas habitações, particularmente na aldeia de Faiões", referiu o autarca, que salientou que este incêndio "tem várias frentes que tocam diferentes localidades".
Durante a tarde de hoje operaram dois aviões neste fogo e, pelas 20:00, segundo a página da Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), estavam mobilizados 93 operacionais e 30 viaturas.
Esta vai ser, segundo adiantou, uma noite de vigília, expectativa e de muito trabalho para os bombeiros e sapadores florestas que estão no terreno.
"As chamas têm alguma dimensão, porque está a arder pinhal, apesar de ser um pinhal ordenado", referiu.
No distrito de Vila Real, é o concelho de Vila Pouca de Aguiar que regista mais fogos desde segunda-feira, e várias frentes que se alastram do norte ao sul deste município, que queimam pinhal e se aproximaram de várias aldeias.
No entanto, também em Vilar de Maçada, Alijó, um outro fogo apresenta "alguma preocupação" e está a queimar pinhal, sem haver povoações em risco.
Fonte do Sub-comando regional do Douro da Proteção Civil, referiu que este incêndio está "a começar a ceder aos meios".
De acordo com a ANEPC, este fogo mobiliza 62 operacionais e 14 viaturas.
Também o combate a um outro fogo que subiu o Marão, a partir de Santa Marta de Penaguião, está, segundo a fonte, a evoluir favoravelmente.
Um homem de 39 anos foi detido na Batalha, distrito de Leiria, suspeito do crime de incêndio florestal e que agiu motivado pelo "fascínio pelo mediatismo" dos fogos, revelou hoje a Polícia Judiciária (PJ).
Em comunicado, a PJ, através do Departamento de Investigação Criminal de Leiria, revelou ter detido o homem "fortemente indiciado pelo crime de incêndio florestal", praticado pelas 23:30 de segunda-feira, na freguesa de São Mamede, no concelho da Batalha.
"O suspeito, através da utilização de chama direta, usando isqueiro, ateou incêndio em floresta, em zona adjacente a habitações e a uma mancha florestal constituída por mato, pinheiros-bravos e carvalhos, colocando em perigo a integridade física e a vida de pessoas, habitações e mancha florestal de consideráveis dimensões", referiu o comunicado.
Segundo a PJ, "o incêndio não assumiu proporções mais gravosas devido à rápida e eficaz intervenção, essencialmente, de vizinhos que acorreram ao local, numa fase inicial".
Fonte da PJ disse à agência Lusa que o suspeito não tem antecedentes criminais e agiu pelo "fascínio pelo mediatismo dos incêndios".
O arguido vai ser presente a primeiro interrogatório judicial para eventual aplicação de outras medidas de coação.
A Autoestrada 24 (A24), que se encontrava fechada ao trânsito desde segunda-feira devido ao incêndio que lavra em Vila Pouca de Aguiar, distrito de Vila Real, foi hoje reaberta durante a tarde, informou a GNR.
Em Vila Real, a via que liga Viseu a Chaves, encontrava-se encerrada entre o nó de Vila Pouca de Aguiar e São Tomé do Castelo.
De acordo com a GNR, devido às chamas mantêm-se condicionados alguns troços da Estrada Nacional2 (EN2).
O fogo que lavra em Vila Pouca de Aguiar, no concelho de Vila Real, desde as 07:36 de segunda-feira, era combatido às 18:40 por 119 operacionais, apoiados por 36 meios terrestres e dois meios aéreos.
A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) manifestou hoje solidariedade para com as vítimas dos incêndios e alerta para a necessidade de tomar medidas para reforçar a prevenção e evitar "tragédias futuras".
Em comunicado, a CAP manifestou a "sua plena e profunda solidariedade" para com as vítimas dos incêndios que deflagram na região norte e centro e "o seu agradecimento e apoio" a todos os que combatem os fogos, desde bombeiros, Proteção Civil, forças de segurança ou sociedade civil.
A confederação diz ainda que "vive com apreensão" estes "trágicos incêndios", que não são "apenas um problema que afeta exclusivamente o mundo rural e o interior", mas "um problema nacional, que também afeta áreas urbanas e industriais".
"O Governo, por isso, além de endereçar respostas concretas a esta situação em particular, tem também, forçosamente, que priorizar a prevenção. Para que situações como a que o país vive atualmente não se repita no futuro", alerta a CAP.
A CAP defende que "apostar estrategicamente na prevenção salva vidas" e aponta que este "é o tempo de procurar soluções estáveis e duradouras, que evitem tragédias futuras".
A Autoestrada 1 (A1), que liga Lisboa ao Porto, foi reaberta ao trânsito na zona de Aveiro, onde lavram vários incêndios, disse à Lusa fonte oficial da GNR às 19:48 de hoje.
Os fogos que lavram há vários dias no distrito de Aveiro são os que mobilizam mais operacionais e meios, segundo informação disponível no site oficial da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
O incêndio que deflagrou no domingo, pelas 15:00, no concelho de Oliveira de Azeméis, estava a ser combatido às 20:00 de hoje por 415 operacionais, apoiados por 154 meios terrestres e quatro meios aéreos.
Já o incêndio que deflagrou às 07:20 de segunda-feira em Albergaria-a-Velha mobilizava às 20:00 de hoje 395 operacionais, assistidos por 126 meios terrestres.
Não muito longe, em Sever do Vouga, mantinham-se ativos às 20:00 de hoje dois incêndios.
O fogo que deflagrou às 02:17 de domingo estava a ser combatido por 213 operacionais, apoiados por 69 meios terrestres, já o que teve início pelas 15:00 do mesmo dia, mobilizava 295 operacionais, apoiados por 95 meios terrestres.
Dois aviões reforçaram ao final da tarde de hoje o combate aos incêndios que lavram em Vila Pouca de Aguiar, no distrito de Vila Real, disse à agência Lusa a presidente da Câmara.
"Estão a fazer descargas em pontos de incêndio que estariam altos para evitar a propagação para junto das aldeias. Não foi aqui, mas estão a ser úteis da mesma forma nos outros pontos do concelho para que também se consigam concentrar meios e colmatar os incêndios que estão maiores", afirmou Ana Rita Dias.
A autarca falava à agência Lusa, pelas 19:00, em Vilela da Cabugueira, aldeia onde estão concentrados meios de prevenção por causa do incêndio que deflagrou em Sabroso e Aguiar e queimou pinhal pela encosta acima.
Ana Rita Dias reclamou durante a tarde o reforço do combate com meios aéreos para evitar, precisamente, a propagação das chamas na zona norte do concelho.
O tempo de atuação dos aviões está limitado à luz do dia.
"Estamos uma vez mais a correr contra o prejuízo para tentar evitar que haja danos de maior na população", referiu.
Em Vilela da Cabugueira estão meios preparados para o caso de ser necessário retirar populares, o que a acontecer será para a vila de Pedras Salgadas e apenas por "uma questão de segurança e precaução".
"O fogo está a subir, estão em prevenção. As pessoas da aldeia também estão aqui para ajudar no que for necessário. Esperemos que não seja preciso retirar pessoas uma vez que aqui também é uma situação delicada porque temos apenas uma saída e temos que estar atentos a essa situação", afirmou a autarca.
De Vilela da Cabugueira o fogo pode lavrar em direção a Freixeda, uma outra aldeia também só com uma saída.
Desde segunda-feira que lavram três incêndios, com várias frentes e distantes, no concelho de Vila Pouca de Aguiar, de onde galgou também para o município de Vila Real, pela zona de Covelo e Samardã.
Os incêndios de Cabeceiras de Basto e Póvoa de Lanhoso, distrito de Braga, preocupam a Proteção Civil por haver casas na linha de fogo e pelo risco de propagação a uma mancha florestal contígua de vários hectares.
Num balanço feito à agência Lusa, pelas 18:50, o comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil do Ave contou que o incêndio que deflagrou na noite de segunda-feira nas freguesias de Gondiães e Vilar de Cunhas, em Cabeceiras de Basto, chegou a cercar a aldeia de Samão, obrigando os moradores a refugiarem-se num abrigo previamente definido no âmbito do Programa Aldeias Seguras.
Rui Costa acrescentou que os populares continuam confinados a esse abrigo e que só vão regressar às respetivas habitações quando estiverem reunidas as condições de segurança.
Pelas 19:00, este incêndio estava a ser combatido por 63 operacionais apoiados por 26 viaturas.
O outro incêndio que preocupa a Proteção Civil na região do Ave é o que lavra desde as 16:20 de segunda-feira, e que teve início em Rendufinho, Monte de S. Mamede, estando, pelas 19:00, a ser combatido por 62 operacionais apoiados por 19 viaturas.
Cerca de 6.200 operacionais, apoiados por 1.900 meios terrestres e 38 meios aéreos, combatiam às 18:40 desta terça-feira os 172 incêndios ativos em Portugal Continental, de acordo com a Proteção Civil.
O funeral do bombeiro de São Mamede de Infesta que morreu no domingo no combate ao incêndio em Oliveira de Azeméis, no distrito de Aveiro, vai ter lugar na quarta-feira, informou esta terça-feira a corporação.
Nas redes sociais, os Bombeiros de São Mamede de Infesta referem que o corpo de João Silva estará hoje em câmara ardente a partir das 20:00, com guarda de honra no quartel daquela corporação do concelho de Matosinhos, no distrito do Porto.
A missa de corpo presente terá lugar na quarta-feira, pelas 16:00, no mesmo local e daí o corpo do bombeiro será transportado para o Tanatório de Sendim, Matosinhos, acrescenta a corporação.
João Silva, conhecido como o "30", morreu no domingo vítima de morte súbita, na pausa para refeição no combate que travava contra o incêndio na freguesia de Pinheiro da Bemposta, concelho de Oliveira de Azeméis, no distrito de Aveiro.
O bombeiro ainda foi assistido no local por uma equipa do Instituto Nacional de Emergência Médica, mas acabou por não resistir.
Um total de 277 incêndios rurais deflagraram na segunda-feira em Portugal, o dia com mais fogos este ano, indicou hoje a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
Segundo a ANEPC, destes 277 incêndios, 40 duraram mais de 90 minutos e transformaram-se em grandes incêndios e 54 passaram para o dia de hoje.
Os 277 fogos foram combatidos, ao longo do dia de segunda-feira, por 6.358 operacionais e 1.740 viaturas terrestres, avançou a Proteção Civil.
A ANEPC indica ainda que nos últimos três dias registaram-se 589 incêndios, 174 dos quais deflagraram no domingo e 138 no sábado.
O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) indica que desde o início do ano ocorreram 5.788 fogos.
Dados do sistema europeu Copernicus indicam também que a área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 62 mil hectares, sendo as regiões norte e centro as mais atingidas pelos incêndios desde o fim de semana, onde já arderam 47.376 hectares.
De acordo com o sistema Copernicus, que recorre a imagens de satélite com resolução espacial a 20 metros e 250 metros, as zonas mais afetadas localizam-se na Região de Aveiro, Tâmega e Sousa e Viseu Dão Lafões, que totalizam 47.376 hectares de área ardida, 75% da área ardida em todo o território nacional.
A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) recomenda aos meios de comunicação que "observem os princípios e recomendações" da "Diretiva para a cobertura informativa de incêndios rurais e outras catástrofes", em comunicado enviado hoje.
Numa altura em que existem vários incêndios ativos na região centro e norte do país, o regulador recorda que "as práticas jornalísticas adotadas neste tipo de circunstâncias dramáticas devem garantir um tratamento informativo rigoroso e isento, prosseguindo o escrupuloso cumprimento das normas ético-legais da atividade jornalística e o respeito pelos direitos fundamentais dos cidadãos afetados".
A ERC remete para a diretiva datada de outubro de 2020, que contempla 16 normas orientadoras, como por exemplo que "o recurso a transmissões em direto deve ser ponderado em função do valor informativo das imagens e do direito à privacidade e proteção da vulnerabilidade das vítimas e seus familiares, evitando-se o seu prolongamento". "Deve, igualmente, ser evitada a exaustiva e constante repetição de imagens", lê-se.
Outra norma determina que "a utilização de determinados recursos técnicos -- efeitos de som, música de fundo e outros --, o recurso a frases estereotipadas, o uso excessivo de adjetivação e lugares comuns/generalizações que possam contribuir para empolar o acontecimento e/ou para agravar a dor de vítimas e familiares devem ser evitados".
Nesta diretiva determina-se igualmente que "o recurso a imagens de videoamador e a todo o tipo de conteúdos captados pelos cidadãos deve assegurar a validação do seu conteúdo, acrescentar valor à informação a divulgar, de forma contextualizada e claramente identificável enquanto tal, devendo a sua exibição ser sujeita a tratamento editorial de forma a respeitar as regras que regem a produção jornalística".
No documento lê-se também que "os órgãos de comunicação social devem abster-se de recolher imagens e declarações de vítimas, familiares ou pessoas em manifesto estado de vulnerabilidade psicológica, emocional ou física, independentemente do consentimento dado pelas mesmas", bem como "abster-se de recolher imagens e declarações de vítimas ou testemunhas menores de idade, a menos que o seu depoimento seja imprescindível para o apuramento dos factos e não seja reproduzível através de discurso indireto pelo repórter".
É de destacar ainda uma norma que dita que a "utilização de imagens de arquivo deve ser identificada, de forma visível e inequívoca, assim como a indicação do local e data de recolha das mesmas".
O presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil do Porto, Marco Martins, criticou hoje, em Gondomar, o Governo pela falta de resposta ao pedido de apoio para o combate aos incêndios, apelando a que olhe para o distrito.
Em declarações à Lusa à margem do ponto de situação dos incêndios que lavram em Gondomar, concelho a que preside, Marco Martins deu conta que os meios que estão no terreno estão exaustos e que o reforço que existia foi colocado nos fogos na região Centro.
Questionado se tinha pedido reforço de meios, o autarca respondeu: "já fiz o pedido enquanto presidente distrital da Proteção Civil, aliás estou à espera, nem sei se o Governo ainda existe".
"Ninguém do Governo me contactou até este momento, e isto não tem a ver com política, porque trabalhei com governos do PS e o do PSD de Passos Coelho e sempre tive contactos. Até este momento, não obstante já ter enviado mensagens à ministra [da Administração Interna], ninguém do Governo, secretário de Estado me contactou", acrescentou.
Para Marco Martins, "o Governo tem de olhar também para o distrito do Porto".
Pelo menos sete pessoas morreram e 40 ficaram feridas, duas com gravidade, nos incêndios que atingem desde domingo a região norte e centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real e Viseu, destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas, como a A1, A25 e A13.
A Polícia Judiciária (PJ) constituiu arguidos quatro funcionários da União de Freguesias de Campo e Sobrado, concelho de Valongo, pela presumível autoria de um incêndio florestal, anunciou hoje aquela força.
Em comunicado, a PJ refere que incêndio foi originado pela "utilização indevida" de máquinas agrícolas, uma roçadora de disco metálico, cuja utilização é proibida quando o índice de perigo de incêndio rural se encontra a um nível máximo ou mesmo muito elevado".
O incêndio ocorreu na segunda-feira, em Campo, Valongo, no distrito do Porto, consumiu cerca de um hectare de mancha florestal e causou danos em viaturas e unidades fabris.
"O incêndio causou ainda graves prejuízos para a circulação ferroviária na linha do Douro, com paralisação da circulação durante cerca de uma hora", acrescenta.
Os arguidos, sem antecedentes criminais, prestaram termo de identidade e residência e foram interrogados sobre os factos em investigação.
Esta manhã, o presidente das Freguesias de Campo e Sobrado, Alfredo Sousa, tinha dito à Lusa que foi constituído arguido, conjuntamente com mais dois funcionários da autarquia, mas negou culpas no incêndio.
"Fui constituído arguido pela PJ na qualidade de presidente de junta", começou por argumentar o autarca, explicando que "em nenhum momento" ordenou ao funcionário da junta para "meter um disco na roçadora".
Segundo Alfredo Sousa, foi o facto de "haver uns tojos na rua que fez o funcionário recorrer ao disco".
Os funcionários, continuou, após terem sido detidos e conduzidos à esquadra, por indicação da Polícia Judiciária foram depois transportados às instalações da PJ, no Porto, onde foram ouvidos.
"O procurador optou por nos constituir aos três como arguidos", precisou o autarca, insistindo que o planeamento dos trabalhos de limpeza não é da sua competência na autarquia.
Alfredo Sousa confirmou que a roçadora foi apreendida e referiu que o incêndio, apesar da proximidade da zona industrial, queimou apenas mato.
A SAD do Académico de Viseu, emblema da II Liga portuguesa de futebol, entregou hoje água e fruta aos Bombeiros Voluntários do concelho, num dia em que a região continua fortemente assolada por vários incêndios de grandes dimensões.
Com o apoio de dois dos patrocinadores do clube, foram entregues mais de 2.300 garrafas de água e 50 quilos de fruta, "essenciais para apoiar no terreno os bombeiros, que, diariamente, arriscam as suas vidas no combate aos incêndios florestais, numa altura particularmente crítica devido à elevada incidência de incêndios no norte e centro de Portugal", informou em comunicado.
Os responsáveis pelo Académico de Viseu frisam ser esta uma forma de expressar "o profundo reconhecimento pelo trabalho incansável destes profissionais", e reforçam "a importância de uma ação contínua e sustentada de apoio a estas instituições que, ao longo de todo o ano, desempenham um papel vital na proteção das populações e do património natural".
Já esta temporada, no jogo da primeira jornada da II Liga de futebol, a SAD do Académico de Viseu decidiu doar a receita do encontro com o Desportivo de Chaves aos Bombeiros Voluntários de Viseu e à Delegação de Viseu da Cruz Vermelha Portuguesa, reafirmando o seu compromisso "em ser um agente ativo no apoio a causas de relevante impacto social e ambiental, contribuindo para o bem-estar da comunidade e para a preservação dos recursos naturais".
Pelo menos sete pessoas morreram e 40 ficaram feridas, duas com gravidade, nos incêndios que atingem desde domingo a região norte e centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real e Viseu, destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas, como a A1, A25 e A13.
O incêndio que deflagrou na segunda-feira em Soutelo, Castro Daire, está com "várias frentes ativas" em direção aos municípios vizinhos de São Pedro do Sul e Viseu, com aldeias em risco, disse à agência Lusa fonte dos bombeiros.
"Neste momento [cerca das 17:30], estamos com várias frentes ativas numa boa parte do concelho. Temos frentes ativas em direção ao concelho de São Pedro do Sul e de Viseu", sublinhou o comandante dos Bombeiros Voluntários de Farejinhas, Castro Daire.
Horácio Ribeiro referiu ainda à agência Lusa que, "tendo em conta os parcos meios" existentes e disponíveis, "a única coisa possível de fazer é defender pessoas e primeiras habitações".
"Não conseguimos fazer mais nada. Não conseguimos ainda fazer um ataque ao incêndio em si, porque são projeções de 70 a 80 quilómetros hora, com vento muito irregular", afirmou.
O responsável disse ainda que estão, atualmente, "aldeias em risco como é o caso de Moledo, Granja, Folgosa, Alva e Souto de Alva e ainda Ribolhos".
Este fogo, com origem pelas 21:23 de segunda-feira, em Soutelo, freguesia de Mões, mobilizava, pelas 17:30, 186 operacionais, apoiados por 48 veículos e seis meios aéreos.
Na mesma ocasião, o Comando Sub-regional Viseu Dão Lafões mobilizava para o fogo que eclodiu pelas 11:53 de segunda-feira no Folhadal, concelho de Nelas, mobilizava 338 operacionais, apoiados por 94 veículos e cinco meios aéreos.
Os meios de combate ao incêndio que hoje lavra em Aguiar de Sousa, em Paredes, foram reforçados e está ser montado um posto de comando no local para tentar controlar à noite as várias frentes ativas, segundo a proteção civil.
"Neste momento [cerca das 17:30], os meios foram reforçados e estão no terreno, coordenados por um posto de comando em Aguiar de Sousa. Esperemos que, durante a noite, com a esperada descida da temperatura, se consiga controlar o incêndio de grande dimensão, disse à Lusa o vereador da proteção civil na Câmara de Paredes, Francisco Leal.
O responsável indicou que, nesta fase, os meios estão colocados no terreno, sobretudo preocupados em proteger as populações próximas das frentes do incêndio, admitindo que a situação continua muito complicada.
O vento forte, que projeta as chamas a grandes distâncias em diferentes direções, tem sido o principal obstáculo no combate ao incêndio que deflagrou às 05:21 na zona de Sobreira, Paredes, no distrito do Porto.
No teatro de operações encontram-se 121 operacionais, apoiados por 40 viaturas.
O incêndio que lavra em Penafiel, no distrito do Porto, desde segunda-feira e que chegou a pôr casas em risco, na última noite, entrou em fase de rescaldo, disse à Lusa fonte da proteção civil.
Segundo a fonte, o incêndio começou na zona das Termas de São Vicente, atingindo grande intensidade, evoluindo para territórios vizinhos. No terreno encontravam-se ainda, pelas 17:30, 53 bombeiros e 15 viaturas.
Também em Penafiel, na zona de Capela/Lagares, outro incêndio rural preocupa os meios da proteção civil devido à velocidade de propagação, provocada pelos ventos fortes, que está a acontecer em direção ao concelho vizinho de Paredes.
Neste caso, porém, não há ainda residências em risco, porque as chamas consomem zonas de mato.
Ainda em Penafiel, noutra extremidade do concelho, deflagrou por volta do meio-dia, em Abragão, um incêndio nas proximidades de habitações.
A proteção civil local queixa-se que os meios de combate são insuficientes para tantas ocorrências em simultâneo.
Pelo menos sete pessoas morreram e 40 ficaram feridas, duas com gravidade, nos incêndios que atingem desde domingo a região norte e centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real e Viseu, destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas, como a A1, A25 e A13.
O Hotel Rural Vale do Rio, que domingo foi evacuado devido ao incêndio em Oliveira de Azeméis, cancelou todas as reservas até quinta-feira, estando entretanto a recuperar danos causados pelo fumo e a dar dormida a bombeiros.
Essa unidade hoteleira não foi atingida pelo fogo que lavra desde domingo naquele concelho do distrito de Aveiro e da Área Metropolitana do Porto, mas toda a floresta contígua -- que era um dos seus pontos-fortes na atração de turistas -- está destruída, identificando-se nas estradas em redor ainda colunas de fumo a elevar-se da terra queimada e pontos de fogo nos tocos de árvores mais grossos.
"Estamos a remarcar todas as reservas até quinta-feira, até porque é impossível receber hóspedes. Além de eles terem dificuldade em cá chegar, com tantas estradas cortadas, ainda há muito fumo lá fora e cinza a voar", declarou à agência Lusa a diretora do hotel, Rita Alves.
A mesma responsável disse que a unidade não sofreu estragos físicos, mas realçou que o interior do hotel denuncia efeitos do incêndio: "Cá dentro também cheira a fumo e nem podemos abrir as janelas para arejar porque senão ainda é pior, com a entrada de mais fumo e cinzas também".
Enquanto aguarda que o incêndio seja extinto e que as condições atmosféricas reponham alguma normalidade na paisagem, a equipa do hotel continua a molhar paredes exteriores, telhados e jardins, avançando também com a lavagem de cortinas e pequenas operações de limpeza que possam adiantar sem risco de as ver desperdiçadas por eventuais reacendimentos na zona.
Se no domingo os camiões-cisterna dos bombeiros entraram na propriedade para se abastecerem de água diretamente a partir do rio Caima, agora que o rio já não tem caudal suficiente para isso o hotel procura ajudar de outra forma. "Pusemos alguns quartos à disposição dos bombeiros, que vêm cá dormir umas horas, tomar café e comer fruta", contou Rita Alves.
O resto é esperar pela chuva. "Os bombeiros já nos disseram que, se não começar a chover, estas terras aqui à volta podem continuar a arder durante semanas", lamentou Rita Alves.
A Polícia Judiciária (PJ) deteve, fora de flagrante delito, um homem, de 55 anos, suspeito de ter ateado um incêndio florestal na madrugada de domingo em Cacia, Aveiro, informou hoje aquele órgão de polícia criminal.
Em comunicado, a PJ esclareceu que o detido "revela uma propensão para a repetição do comportamento incendiário, tendo inclusive cumprido já pena de prisão pelo mesmo tipo de crime".
Segundo a Judiciária, o incêndio, que ocorreu numa zona de extensa mancha florestal, tendo nas proximidades várias habitações e instalações industriais, foi provocado "com recurso a chama direta" e "só não atingiu grandes dimensões graças à pronta deteção e combate do mesmo".
A PJ refere ainda que o agora detido "é também suspeito de, num passado recente, ter ateado, nas proximidades, pelo menos outros dois fogos, designadamente no Monte do Paço e em Mataduços".
A mesma nota refere que não foi possível determinar qualquer motivação racional ou explicação plausível para a prática dos factos em investigação.
O suspeito, que foi detido com a colaboração da GNR, vai ser presente a primeiro interrogatório para a eventual aplicação de medidas de coação.
Os autarcas de Vila Real e de Vila Pouca de Aguiar reclamaram hoje o apoio dos meios aéreos para combater o incêndio que atravessou os concelhos, estradas e ameaçou casas de várias aldeias.
"Este fogo começou em Vila Pouca de Aguiar, já galgou para o concelho de Vila Real, ultrapassou a autoestrada, estradas nacionais. Nós solicitamos atempadamente meios aéreos, acho que era a forma mais eficiente e eficaz de parar este incêndio. Infelizmente, durante todo este dia, este incêndio não teve qualquer apoio de meios aéreos", afirmou Rui Santos, presidente da Câmara de Vila Real.
O fogo teve início pelas 18:30 de segunda-feira, em Vreia de Jales, concelho de Vila Pouca de Aguiar, mas desceu a montanha, entrou na aldeia de Zimão, passou por Gralheira, Tourencinho e hoje chegou a Covelo, onde foram retiradas três pessoas por precaução.
Ao todo, contabilizam-se já cinco bombeiros feridos desde segunda-feira nas ocorrências de Vila Pouca de Aguiar, três com queimaduras, um com fraturas e outro por inalação de fumo.
Em Covelo, uma frente de grande dimensão ameaçou a aldeia, bombeiros e população protegeram as casas, mas as projeções arrastadas pelo vento forte levaram o fogo para o outro da Estrada Nacional 2(EN2), já no concelho de Vila Real, e bateu na aldeia, sem atingir casas.
Rui Santos realçou que, por mais esforços que os operacionais façam, não conseguem parar a força do fogo, sobretudo por causa do vento e das suas mudanças repentinas.
"O vento é forte, intenso e não há qualquer meio aéreo, e eu pedi esses meios aéreos por escrito e, para já, não obtive qualquer resposta", afirmou, mostrando-se preocupado porque, se não for travado nesta zona, o fogo pode prosseguir até ao Parque Natural do Alvão.
A presidente da Câmara de Vila Pouca de Aguiar, Ana Rita Dias, disse que o concelho mantém esta tarde situações complicadas devido aos três fogos que já deflagraram na segunda-feira.
As situações complicadas verificam-se a norte, na zona de Sabroso de Aguiar, na Freiria, já na freguesia de Vila Pouca de Aguiar, no Alvão e em Covelo.
"Lamentavelmente acabo de falar com o senhor comandante regional que me diz que o meu território terá a intervenção quando chegar o momento dele. Eu não sei qual é o momento, deve ser quando isto estiver tudo em cinzas e a população toda em pânico. Será o momento da intervenção quando estivermos todos em estado de sítio", afirmou Ana Rita Dias.
A autarca disse não ter recebido qualquer justificação para que não tenham sido acionados meios aéreos para este teatro de operações.
"Estávamos a aguardar os meios aéreos há duas horas quando nos disseram que vinham para aqui, mas qual o nosso espanto quando eles realmente vieram para esta zona, mas para foi para Chaves", afirmou.
Um homem, de 50 anos, foi detido por suspeitas de ser o autor de um incêndio florestal na localidade de Refojos de Riba de Ave, em Santo Tirso, distrito do Porto, anunciou hoje a Polícia Judiciária (PJ).
"Alegando que apenas pretendia queimar lixo, o que é proibido pela atual declaração de situação de alerta no nível máximo, o suspeito terá provocado o incêndio com recurso a chama direta e colocou em perigo uma mancha florestal significativa, bem como vários edifícios, essencialmente habitações instaladas na orla da mancha florestal", explica a PJ, em comunicado.
O detido, residente na área e sem antecedentes criminais neste tipo de crime, será presente a primeiro interrogatório judicial para aplicação de medidas de coação, acrescenta esta força de investigação criminal.
A investigação esteve a cargo da PJ, através da Diretoria do Norte, com a colaboração da Guarda Nacional Republicana (GNR) -- Posto Territorial de Santo Tirso.
A detenção aconteceu na segunda-feira, fora de flagrante delito.
A sessão de receção aos novos estudantes da Universidade do Porto, prevista para quarta-feira, foi cancelada, por respeito às vítimas dos incêndios que lavram por todo o país e, também, por razões de saúde, foi hoje anunciado.
Em comunicado, aquela universidade refere que o cancelamento foi determinado pelo reitor, António de Sousa Pereira.
"Cancelamos esta festa que tem muito significado para nós, comunidade académica do Porto, por duas ordens de razões. A primeira é em sinal de respeito e solidariedade para com as pessoas que, do litoral ao interior, estão a sofrer com as agruras dos incêndios. A segunda é por razões médicas, uma vez que a cidade está cheia de fumo e de fagulhas que são um perigo para a saúde pública", diz o reitor, que é professor do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar.
A sessão estava marcada para a tarde de quarta-feira, no Jardim da Cordoaria, junto à Reitoria.
A cidade do Porto está hoje coberta pelo fumo dos incêndios florestais que lavram na Área Metropolitana do Porto.
O presidente da Assembleia da República manifestou hoje profunda consternação pelos incêndios no centro e norte do país, expressou condolências pelas sete vítimas mortais, mas, para já, não antecipou qualquer mudança na agenda parlamentar.
José Pedro Aguiar-Branco falava aos jornalistas após ter recebido em audiência na Assembleia da República o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, António Nunes.
"Temos assistido com grande consternação às várias situações que têm ocorrido no país, com consequências de perdas materiais e de vidas humanas", afirmou o presidente da Assembleia da República.
Perante os jornalistas, o presidente da Assembleia da República disse estar a acompanhar a evolução dos incêndios "com grande consternação".
"Em nome da Assembleia da República, em nome dos 230 deputados, queria transmitir as nossas condolências a todos os familiares dos que perderam a vida. Também que tive a oportunidade de transmitir as condolências à Liga dos Bombeiros Portugueses pelos quatro bombeiros que, na luta por aquilo que é a defesa de todos nós, dos bens materiais e humanos, também pereceram neste combate", referiu o antigo ministro social-democrata.
O presidente da Assembleia da República manifestou depois o seu desejo de que "a situação possa ser ultrapassada com a maior rapidez possível".
"E tudo faremos, no âmbito da Assembleia da República, para poder colaborar nesse sentido", disse.
Interrogado sobre a coordenação entre os diferentes órgãos de soberania, José Pedro Aguiar-Branco salientou que a Assembleia da República, ao contrário do Governo, não é um órgão operacional.
"Aquilo que está a ser feito parece-nos que é o que tem de ser feito e corretamente feito. Acompanhamos a par e passo de modo a que, se eventualmente houvesse necessidade de se recorrer à Assembleia para qualquer momento de emergência a que a isso obrigasse, estarmos a par e a acompanhar essa situação", disse.
Questionado se serão introduzidas mudanças na agenda parlamentar dos próximos dias por causa dos incêndios, o presidente da Assembleia da República respondeu: "Neste momento ainda não temos nenhuma previsão de que haja necessidade de se parar com os trabalhos parlamentares".
"Se isso vier a ser útil de alguma forma para aquilo que é o desafio de que todos temos de combater esta situação, fá-lo-emos. Mas a democracia não para e o trabalho parlamentar também é exigente. Porém, não deixará de ser avaliado se essa situação se colocar como uma necessidade", ressalvou.
eurodeputada do CDS, Ana Pedro, pediu hoje à Comissão Europeia que ativasse Fundo de Solidariedade da União Europeia (UE) para apoio financeiro face aos danos causados pelos fogos em Portugal, solicitação apoiada por outras bancadas parlamentares.
"Queria aproveitar para anunciar que irei pedir à Comissão Europeia que avalie a extensão dos danos e o impacto também na economia para que Portugal possa aceder ao Fundo de Solidariedade, especialmente no norte onde o fogo tem sido cada vez mais intenso e as chamas cada vez mais difíceis de combater", declarou Ana Pedro, em declarações aos jornalistas portugueses à margem da sessão plenária do Parlamento Europeu, na cidade francesa de Estrasburgo.
O pedido formal à Comissão Europeia visa a ativação urgente do Fundo de Solidariedade da União Europeia, que segundo a eurodeputada centrista permitira que Portugal acedesse a financiamento para resposta aos incêndios florestais que têm devastado várias zonas do país.
De momento, já foi mobilizada ajuda comunitária para os fogos florestais no país, pois, com a ativação por Portugal do Mecanismo de Proteção Civil da UE, a Comissão Europeia mobilizou oito aviões de combate a incêndios (de Espanha, Itália, França e Grécia) para apoiar as autoridades portuguesas, especialmente no norte do país.
Esta é a segunda vez este verão que Portugal ativa o Mecanismo devido a incêndios florestais.
Também em declarações aos jornalistas em Estrasburgo, a parlamentar do PS Marta Temido observou que esta ativação do Mecanismo de Proteção Civil da UE foi "importante para resposta imediata".
"Sabemos que há meios que estão a chegar e, depois, haverá uma discussão sobre a reparação de danos, embora alguns não tenham preço, como é evidente", apontou.
Pelo PSD, Paulo Cunha disse esperar que "tão rapidamente quanto possível se possa fazer a avaliação dos danos que os incêndios causaram a Portugal" para, depois, isso ser discutido "do ponto de vista da ação da União Europeia".
Já Cotrim de Figueiredo, da IL, especificou que o Fundo de Solidariedade da UE "poderia ser invocado para por circunstâncias como esta".
"O essencial nesta altura é combater os incêndios com sucesso e acabar com a angústia das pessoas", adiantou.
Posição semelhante manifestou o eleito do PCP, João Oliveira, que vincou que "é essencial neste momento para fazer face aos incêndios" em Portugal para, de seguida, "recuperar aquilo que foi destruído pelos incêndios", nomeadamente com "recurso a meios financeiros da União Europeia".
A bloquista Catarina Martins indicou que "a prioridade neste momento tem de ser todo o apoio a nível europeu para o combate aos incêndios", sendo que "depois, claro, há um segundo momento em que é preciso fazer recuperação do que foi destruído".
Já António Tânger Corrêa, do Chega, defendeu "um trabalho de prevenção" com ajuda europeia.
Para quarta-feira de manhã, está marcado um debate na sessão plenária do Parlamento Europeu sobre outros eventos meteorológicos extremos, as intensas cheias na Europa central, que podem ser das piores em 20 anos.
Em Portugal, pelo menos sete pessoas morreram e 40 ficaram feridas, duas com gravidade, nos incêndios que atingem desde domingo a região norte e centro do país, como Oliveira de Azeméis, Albergaria-a-Velha e Sever do Vouga, distrito de Aveiro.
Oito quintas situadas na encosta do rio Mondego em Oliveira do Hospital estão a ser evacuadas devido ao aproximar das chamas do incêndio que teve início em Nelas, disse hoje à agência Lusa o presidente da Câmara.
Segundo Francisco Rolo, o incêndio que entrou "pouco depois das 14:00" em Oliveira do Hospital, teve início em Folhadal, concelho de Nelas, distrito de Viseu, e alastrou para Carregal do Sal, também distrito de Viseu, e Tábua, no distrito de Coimbra.
"O incêndio atravessou o rio Mondego, pela ponte da Atalhada e agora está a subir a encosta. Estamos a reforçar os meios de combate para evitar que se propague no nosso concelho e estamos a evacuar as quintas da encosta", adiantou o autarca.
Francisco Rolo disse que existem naquela encosta "oito quintas, estão todas a ser evacuadas", o que perfaz "cerca de 20 pessoas, que estão a ser encaminhadas para o ponto de abrigo preparado em Fiais da Beira", na sede da União Fialense.
Segundo o autarca, "as pessoas que ali habitam há algum tempo são todas estrangeiras, nomeadamente de origem irlandesa, inglesa e holandesa", oriundas essencialmente de países europeus.
Este incêndio, com origem pelas 11:53 de segunda-feira, em Folhadal, mobilizava, pelas 16:00, 341 operacionais, apoiados por 94 veículos e cinco meios aéreos.
Na mesma ocoasião, o Comando Sub-regional Viseu Dão Lafões mobilizava também no concelho de Castro Daire, 170 operacionais apoiados por 46 veículos e três meios aéreos no combate ao incêndio com início pelas 21:23 de segunda-feira em Soutelo, freguesia de Mões.
Continua ativo o incêndio que deflagrou em Miuzela, concelho de Penalva do Castelo, pelas 00:15 de segunda-feira, que se propagou ao concelho vizinho de Mangualde, mobilizando 166 operacionais com 47 veículos e dois meios aéreos.
Segundo o Comando Territorial de Viseu da Guarda Nacional Republicana (GNR), estão cortadas ao trânsito, devido aos incêndios, as seguintes vias em Castro Daire: A24, entre Mamouros e Viseu, EN2, entre Mamouros e Ribolhos e EN228, entre Fermontelos e Figueiredo de Alva.
No distrito de Viseu estão ainda cortadas a A25, entre Mangualde e Chãs de Tavares, o Itinerário Complementar 12 (IC12) em Nelas e Carregal do Sal e as EN 16, 231 e 329, em Mangualde, Nelas e Penalva do Castelo.
O incêndio em Mangualde provocou uma vítima mortal, durante a noite, de doença súbita, confirmou hoje à Lusa fonte da Proteção Civil. Segundo fonte do Comando Sub-Regional Viseu Dão Lafões, a habitação não ardeu.
Segundo os presidentes das câmaras de Nelas, Mangualde e Penalva do Castelo "há registo de casas de habitação queimadas e alfaias agrícolas", mas nenhum dos autarcas conseguiu ainda contabilizar os respetivos números.
O Ministério da Administração Interna lamentou esta terça-feira a morte de três bombeiros de Vila Nova de Oliveirinha (Tábua), dizendo que "são mais um exemplo nacional de quem deu a vida pelo próximo", a quem "Portugal deve sentida homenagem".
"Foi com profundo pesar que a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, e os secretários de Estado, Paulo Simões Ribeiro e Telmo Correia, tomaram conhecimento da morte de três bombeiros que combatiam o incêndio que lavra na freguesia de Midões, concelho de Tábua, na sub-região da região de Coimbra", lê-se numa nota de pesar.
O gabinete de Margarida Blasco refere que "a bombeira Sónia Cláudia Melo, o bombeiro Paulo Jorge Santos e a bombeira Susana Cristina Carvalho, da corporação de Vila Nova de Oliveirinha, são mais um exemplo nacional de quem deu a vida pelo próximo e a quem Portugal deve sentida homenagem".
"Neste momento de grande consternação e luto, o Ministério da Administração Interna quer endereçar sentidas palavras de solidariedade e os mais sinceros sentimentos às três famílias enlutadas, aos amigos, a toda a corporação de Vila Nova de Oliveirinha e a todos os bombeiros e agentes da proteção civil que combatem neste preciso momento e sempre, os incêndios em Portugal", conclui.
O município de Tábua, no norte do distrito de Coimbra, expressou esta terça-feira "profundo pesar" pela morte de três bombeiros da corporação de Voluntários de Vila Nova de Oliveirinha, naquele concelho e decretou três dias de luto municipal.
Em nota de imprensa enviada à agência Lusa, o presidente da Câmara, Ricardo Cruz e o executivo municipal por si liderado, manifestam-se "consternados com este trágico acontecimento" e sublinham "o extraordinário exemplo de abnegação, de entrega e dedicação" dos três bombeiros mortos, duas mulheres e um homem, que "prestaram à causa dos bombeiros e da proteção dos seus concidadãos".
No comunicado, o município de Tábua explicita que o grave acidente que vitimou mortalmente os três bombeiros aconteceu no decorrer de um incêndio rural junto à aldeia de Vila do Mato, na freguesia de Midões.
"Em nome do Município de Tábua e de todas e todos os Tabuenses, o Presidente da Câmara Municipal expressa as mais sentidas condolências às famílias enlutadas, aos amigos, e à direção, comando e corpo ativo da Associação dos Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Oliveirinha, a todos se associando nesta hora de profunda dor e tristeza", acrescenta o comunicado.
A Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) decretou esta terça-feira um minuto de silêncio em solidariedade para com as vitimas dos incêndios, nos jogos da sexta jornada da I Liga, no fim de semana.
O organismo pretende com o minuto de silêncio a cumprir nos jogos das competições profissionais a decorrerem no fim de semana "homenagear as vitimas dos incêndios que têm fustigado Portugal nos últimos dias".
"A LPFP expressa, ainda, toda a solidariedade do futebol profissional para com todos aqueles que estão a ser, de alguma forma, afetados por esta tragédia, enaltecendo, também, o esforço incansável dos bombeiros, das forças de segurança e de todos os voluntários que têm trabalhado arduamente no combate a este flagelo", refere em comunicado.
Também a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) vai promover um minuto de silêncio em todos os jogos das suas competições a partir de hoje e até domingo em memória das vítimas dos incêndios que devastam diversas regiões de Portugal.
"A FPF reitera a sua solidariedade com todas as vítimas e suas famílias, com as comunidades que estão a enfrentar as consequências desta situação difícil, bem como com todos aqueles que estão no terreno a combater este flagelo, nomeadamente as cooperações de bombeiros e a Proteção Civil", refere o organismo, em comunicado.
"Apelo a todos que mantenham a calma durante a tarde de hoje a madrugada vão ser horas difíceis e complicadas no âmbito do combate aos incêndios", disse André Fernandes, na conferência de imprensa realizada na Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) para fazer um ponto de situação dos fogos que lavram no norte e centro do país.
O comandante nacional apelou também "à redução de ignições" de incêndios, dando conta de que, entre as 20:00 de segunda-feira e as 07:00 de hoje (terça-feira), ou seja, durante a noite, se registaram 125 ocorrências de fogo.
"Este número não é comportável, significa que não estamos a adequar os nossos comportamentos àquilo que é o risco existente", salientou.
André Fernandes sublinhou igualmente que "a situação é complexa" e "extrema em algumas áreas afetadas pelo fogo", tendo "os incêndios um comportamento muito extremo".
"Boa parte destes incêndios não estão na capacidade de extinção, não significa isto que estejam descontrolados, significa isto que a estratégia que está a ser adotada é virada para a preservação da vida humana e dos bens, é isso que os meios no terreno estão a fazer", disse.
Em termos de combate, o comandante nacional deu conta que as situações mais complicadas são nos concelhos de Baião, Mangualde, Castro Daire, Nelas, Sever do Vouga, Albergaria-a-Velha, Águeda e Oliveira de Azeméis.
No entanto, relembrou que "todo o país está em alerta máximo e o risco de incêndio é extremo".
Três bombeiros morreram esta terça-feira num acidente com uma viatura que foi atingida pelas chamas "no teatro de operações de um incêndio em Nelas".
"Temos infelizmente a lamentar o falecimento de três bombeiros, duas bombeiras e um bombeiro, e temos dois feridos leves a registar", comunicou André Fernandes, comandante nacional de Emergência e Proteção Civil.
Os três bombeiros pertenciam à corporação de Vila Nova de Oliveirinha, Tábua.
André Fernandes expressou "sentidas condolências" e "solidariedade para com esta associação humanitária e o seu corpo de bombeiros e para as famílias destes bombeiros falecidos em combate". "Portugal perdeu três dos seus mais nobres cidadãos", afirmou o responsável.
Sobe para sete o número de mortos registado nos incêndios que lavram em Portugal continental desde domingo.
O gabinete do primeiro-ministro acaba de anunciar que convocou um Conselho de Ministros extraordinário. A reunião, que acontecerá na residência oficial, em São Bento, tem lugar às 18h.
Em comunicado, o gabinete de Luís Montenegro indica que os ministros vão "analisar toda a situação relativa aos incêndios e às suas consequências". Além disso, é indicado que a reunião será presidida por Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, após convite do primeiro-ministro.
A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) deixou esta terça-feira e "uma palavra de coragem e profunda gratidão" aos bombeiros que, em Portugal, "pondo em risco as suas próprias vidas, combatem as chamas incansavelmente".
Numa mensagem de solidariedade emitida ao início da tarde desta terça-feira, o órgão presidido pelo bispo de Leiria-Fátima, José Ornelas, estendeu essa gratidão "às demais forças de segurança, entidades civis e voluntários que desenvolvem todos os esforços para salvar vidas e evitar mais perdas de bens".
A CEP "acompanha, dolorosa e solidariamente, a trágica situação dos incêndios que assolam o nosso país e une-se em oração, pedindo a Deus pelo sofrimento de todas as pessoas e famílias atingidas nesta devastação, especialmente as que sofreram a inestimável perda dos seus entes queridos", lê-se na nota do episcopado católico português.
O ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, prometeu esta terça-feira "apoios públicos abundantes" para a recuperação de casas destruídas pelos incêndios nas regiões Norte e Centro do país, que poderão chegar a 85% do custo da reparação.
No final de uma reunião com autarcas do distrito de Aveiro, cujos territórios foram ou estão a ser fustigados pelos incêndios, Castro Almeida considerou que a prioridade é que as pessoas possam reconstruir as suas casas e as empresas afetadas possam voltar a laborar "quanto antes".
No caso das unidades fabris consumidas pelo fogo, em especial nas zonas de Talhadas (Sever do Vouga) e Albergaria-a-Velha, o ministro disse que o tipo de apoios será diferente, já que as empresas habitualmente têm seguros para estas situações.
Castro Almeida admitiu que poderá haver recurso a fundos europeus para fazer face aos prejuízos dos incêndios, o que poderá passar pela sua reprogramação.
Já quanto às habitações, que estimou em cerca de 60 a 70 entre os concelhos de Sever do Vouga, Águeda e Albergaria-a-Velha, serão as autarquias a liderar o processo de recuperação, auxiliadas pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional.
"Cada caso é um caso", disse, para adiantar que poderão haver obras de reabilitação feitas diretamente pelos particulares, como também serem as câmaras a fazê-las.
"Vai haver fundos públicos abundantes, que deverá ser um valor aproximado de 85% do custo da reparação", disse.
"Não é um valor que esteja ainda fechado, mas será dessa ordem", esclareceu, acrescentando que "vai ser um apoio público muito substancial"
O presidente do Chega agradeceu esta terça-feira aos operacionais em combate aos incêndios, afirmando que este não é tempo de "politiquice", mas ressalvou que o executivo falhou na prevenção e insistiu na equiparação de incendiários a terroristas.
Em declarações aos jornalistas à margem de uma visita ao Parque Eduardo VII, em Lisboa, para falar com os moradores da zona, o presidente do Chega, André Ventura, defendeu que "no momento em que o Governo está a combater o fogo, não há partidos de direita nem de esquerda, há um país" que deve provocar uma mobilização "para o sucesso do Governo nesta matéria".
"Aqui não há partidarismo, aqui não há politiquice. É importante que estes fogos sejam combatidos rapidamente (...) e eu acho que o papel dos partidos, neste momento, é desejarem boa sorte ao Governo e estarem disponíveis parlamentarmente para tudo o que o Governo precisar", acrescentou.
Apesar disso, salientou que é "evidente que há responsabilidades a assacar" e lembrou o executivo que "é no pior dia de chuvas que temos que estar a preparar a prevenção dos incêndios", apontando que isso "não foi feito".
O presidente do Chega relembrou também a proposta do seu partido, já apresentada em julho de 2022, de equiparar estes criminosos a terroristas.
"É muito simples, é tratar os incendiários como terroristas, e a partir daí podemos dar-lhes o tratamento penal que damos aos terroristas. Ora, se ninguém quer que terroristas andem à solta, eu também não percebo porque é que deixamos os incendiários andar à solta", lamentou.
André Ventura explicou ainda que está a ser avaliado pelo Chega a possibilidade de avançar com um debate de urgência no parlamento com um membro do Governo para avaliar o que "correu mal", mas acrescentou que "hoje não é o dia de criar ao Governo nenhuma barreira política".
André Fernandes, comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, afirmou que foram registadas 105 ocorrências registadas desde a meia-noite até às 12:30. sendo que 57 são ocorrências noturnas.
Dos 277 incêndios registados ontem, 54 passaram para o dia de hoje, informou o responsável. Estão "ainda em curso 28 destes 54 incêndios".
Pelas 13:00, em Portugal continental, estavam em curso 65 incêndios, com maior incidência entre a Área Metropolitana do Porto e a região de Aveiro.
Dos 65 incêndios em curso, há 24 ocorrências mais significativas.
Um total de 5.321 operacionais, com o apoio de 1.629 viaturas e 24 meios aéreos estão envolvidos no combate aos incêndios em Portugal, a maioria no norte e centro do país.
As autoridades estão preocupadas com os incêndios que lavram nos distritos de Aveiro, Porto (que ativaram os respetivos planos distritais de emergência), Viseu e Vila Real. No país estão também ativos 10 planos municipais de emergência.
Entre os cortes de via, a proteção civil destaca as Autoestradas 1 (A1) em Aveiro Sul e Estarreja, a A13 em Coimbra, o Itinerário Complementar 2 (IC2) com o nó da A25, a A24 em Castro Daire e Vila Pouca de Aguiar e o nó da A43 e A41 em Gondomar.
"A situação é complexa", admitiu André Fernandes.
Com Lusa
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, manifestou-se esta terça-feira "profundamente consternado" com a morte de três bombeiros da corporação de Vila Nova de Oliveirinha, a quem endereçou condolências, bem como aos respetivos familiares.
"O Presidente da República está profundamente consternado com o acidente com uma viatura de bombeiros, causando o falecimento de três bombeiros, expressando as suas mais sentidas condolências aos familiares, bem como à Corporação dos Bombeiros de Oliveirinha", lê-se numa nota publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet.
Também o primeiro-ministro manifestou "profunda consternação" pela morte de três bombeiros, expressando condolências às famílias e à corporação "destes três heróis que deram a vida pela defesa de Portugal e dos portugueses".
Três bombeiros da corporação de Vila Nova de Oliveirinha, Tábua, morreram hoje quando se deslocavam para um incêndio naquele concelho do distrito de Coimbra, disse o presidente da câmara.
"Foi com profunda consternação que tive conhecimento da perda de vida de três bombeiros. Expresso as mais sentidas condolências às famílias e à corporação destes três heróis que deram a vida pela defesa de Portugal e dos portugueses", refere Luís Montenegro, numa nota de pesar do gabinete do primeiro-ministro.
"A maior homenagem que lhes podemos prestar é continuar a lutar, como eles fizeram", acrescentou o chefe do Governo.
Minutos antes, Luís Montenegro tinha cancelado toda a sua agenda como primeiro-ministro até sexta-feira e adiado o Congresso do PSD, previsto para o próximo fim de semana em Braga.
Pelo menos sete pessoas morreram e 40 ficaram feridas, duas com gravidade, nos incêndios que atingem desde domingo a região norte e centro do país, como Oliveira de Azeméis, Albergaria-a-Velha e Sever do Vouga, distrito de Aveiro, destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas, como a A1, A25 e A13.
Luís Montenegro cancelou hoje toda a sua agenda como primeiro-ministro e adiou o Congresso do PSD, previsto para o próximo fim de semana em Braga.
A informação foi avançada à Lusa por fonte do executivo e acontece depois de o primeiro-ministro já ter cancelado a agenda de segunda-feira e de hoje para acompanhar, em permanência, a evolução do combate aos incêndios.
O segundo Comandante Nacional de Emergência e Proteção Civil, Mário Silvestre, fez esta terça-feira um ponto de situação sobre os incêndios em Águeda, Sever do Vouga, Albergaria-a-Velha e Oliveira de Azeméis. "A situação está mais calma, continua a ser preocupante e complexa".
Estes quatro incêndios corrrespondem a "perímetro superior a 100 quilómetros", adiantou o responsável. "É uma situação complexa, muitas aldeias, muitas povoações a serem atingidas, e com isto muita dispersão de meios. A complexidade é extremamente elevada", declarou aos jornalistas em Oliveira de Azeméis.
"Há ainda localidades e aldeias em risco e, ao longo deste dia, vão existir, por certo, aldeias que vão ter de ser defendidas", disse.
Mário Silvestre disse ainda acreditar que a próxima noite não será mais calma, face ao que aconteceu na segunda-feira. "Não me parece que vamos ter uma noite mais calma", afirmou.
Algumas pessoas foram na manhã desta terça-feira retiradas de casas próximas de um incêndio que lavra com duas frentes no concelho de Paredes, no distrito do Porto, disse à Lusa fonte da proteção civil local.
Segundo a fonte, a medida foi tomada por precaução, com casas isoladas, no lugar de Sernada, na freguesia de Aguiar de Sousa.
As pessoas afetadas foram deslocadas para o infantário da Pulgada (Aguiar de Sousa), que hoje não recebeu crianças.
O incêndio começou na madrugada de hoje, às 05:21, e evolui em duas frentes em zona de mato e floresta, nas zonas de Sernada (freguesia de Aguiar de Sousa) e Santa Comba (freguesia de Sobreira), afirmou à Lusa o vereador da proteção civil da Câmara de Paredes, Francisco Leal.
Neste momento, os meios estão no terreno para proteger as povoações mais próximas da frente de incêndio, acentuou, prevendo que as próximas horas serão difíceis para o dispositivo de combate.
Questionado sobre a dimensão do fogo, disse não ser possível adiantar dados, porque o fumo que cobre a região não permite fixar a extensão da área ardida.
Referiu, também, que os dois meios aéreos que tinham sido alocados ao combate não puderam atuar até ao momento devido à pouca visibilidade na zona.
Às 11:45, neste incêndio de Paredes, segundo dados da proteção civil, o dispositivo de combate era formado por 98 bombeiros e 29 viaturas.
A autoestrada 24 (A24) está cortada ao trânsito em Castro Daire devido a um incêndio florestal no concelho, informou esta terça-feira fonte da Guarda Nacional Republicana (GNR).
A A24, entre Mamouros e Viseu e a Estrada Nacional (EN) 2, entre Mamouros e Ribolhos, e a 228, entre Fermontelos e Figueiredo de Alva, no concelho de Castro Daire, distrito de Viseu, estão cortadas ao trânsito, devido a um incêndio florestal, disse a mesma fonte.
Este incêndio teve início pelas 21:23 de segunda-feira em Soutelo, freguesia de Mões, e pelas 12:00 de hoje mobilizava 161 operacionais apoiados por 44 veículos e quatro meios aéreos.
Há ainda no distrito de Viseu outras vias cortadas ao trânsito, segundo fonte da GNR, como a A25, entre Mangualde e Chãs de Tavares, o Itinerário Complementar 12 (IC12) em Nelas e as EN 16, 231 e 329, em Mangualde, Nelas e Penalva do Castelo
Dez linhas da rede de autocarros Unir, da Área Metropolitana do Porto (AMP) estão a ser afetadas em Gondomar devido ao incêndio que lavra desde segunda-feira no concelho, disse à Lusa fonte oficial da AMP.
Em causa estão as linhas 8008, 8011, 8014, 8015, 8016, 8018, 8024, 8026, 8038 e 8039, adiantou fonte oficial da AMP à Lusa
Quatro aviões Canadair provenientes de Itália e França chegam esta terça-feira a Portugal para ajudar no combate aos incêndios, ao abrigo do pedido do Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia, e começam a operar ainda de tarde.
"Confirmamos que dois aviões Canadair da frota que operamos em Itália foram ativados ao abrigo do mecanismo RescEU e chegarão hoje a Portugal para apoiar os bombeiros na proteção das comunidades locais", afirmou o CEO da Avincis, John Boag, em declarações citadas numa nota enviada à Lusa.
Fonte oficial da empresa acrescentou ainda que as duas aeronaves já partiram de Itália e vão chegar à base de Monte Real, sendo operadas a partir desta tarde por dois pilotos italianos.
Já os dois aviões provenientes de França também já arrancaram e devem igualmente entrar no combate aos incêndios hoje de tarde, adiantou à Lusa fonte governamental, realçando que na quarta-feira devem chegar os outros dois Canadair enviados pela Grécia.
Entretanto, já na segunda-feira começaram a operar os dois aviões enviados por Espanha para apoiar Portugal no combate à vaga de incêndios nas regiões Norte e Centro do país.
O Plano Distrital de Emergência de Proteção Civil do Porto foi ativado esta terça-feira na sequência da "grave situação" desencadeada pelos incêndios florestais que estão em curso nos concelhos de Baião, Paredes, Santo Tirso e Gondomar, informou hoje a Proteção Civil.
A informação foi avançada pelo presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil e presidente da Câmara de Gondomar, Marco Martins, que reuniu hoje aquele organismo de emergência devido à gravidade da situação na Área Metropolitana do Porto.
O polo de Oliveira do Conde da Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral de Viseu (APCV) foi evacuado e os utentes alojados em Carregal do Sal, sede do concelho, disse o presidente da Câmara Municipal.
"Tivemos de evacuar a APCV de Oliveira do Conde e temos os utentes alojados no nosso Mercado de Ideias [no centro da vila]. São 18 utentes a que se juntaram mais 10 pessoas por uma questão de segurança", disse à agência Lusa o presidente da Câmara de Carregal do Sal, Paulo Catalino Ferraz.
Aquelas dez pessoas são também de Oliveira do Conde, localidade que "tem o incêndio com frentes ativas" e, também por isso, a povoação de Pinheiro "está a ser vigiada com mais atenção".
Uma casa de primeira habitação, várias arrumações agrícolas e um veículo dos bombeiros foram destruídos pelo fogo que atinge o concelho de Penalva do Castelo desde segunda-feira, disse à Lusa o presidente da Câmara.
"Do que já foi possível contabilizar, temos uma casa de primeira habitação que ardeu, de uma família de quatro pessoas, um casal e dois filhos, que, felizmente, tem possibilidade de se alojar noutra habitação", disse Francisco Carvalho.
À Lusa, o autarca do Município de Penalva do Castelo disse ainda que "há várias arrumações de alfaias agrícolas que também arderam, mas ainda não é possível contabilizar" o restante.
"Os Bombeiros de Penalva do Castelo também estão desfalcados em meios, porque ardeu um veículo e já hoje ficaram dois avariados", acrescentou.
Francisco Carvalho disse que, "até agora, Penalva do Castelo era um oásis na região" e, desta vez, "está tudo queimado".
Na segunda-feira, "já se tinha contabilizado 240 hectares de área ardida, mas o número, com certeza, já subiu".
Francisco Carvalho disse ainda à agência Lusa que "hoje de manhã foi ativado o plano de emergência de proteção civil".
Este incêndio começou em Miuzela, alastrou ao concelho vizinho de Mangualde e está no alinhamento do concelho de Nelas, disse o presidente da Câmara de Mangualde, que lamentou a existência de quatro aldeias em risco.
Marco Almeida especificou que as localidades de Mourilhe, Mesquitela, Fundões e Cunha Baixa "estão na linha de fogo" e "o esforço que está a ser feito é na proteção dessas localidades".
"Está muito vento e infelizmente os recursos são bem inferiores às necessidades, apesar de ter chegado um reforço do Algarve. Mas os meios aéreos estão com muita dificuldade por causa do fumo e do vento", disse Marco Almeida.
Os quatro grandes incêndios que lavram esta terça-feira no distrito de Aveiro têm um perímetro de aproximadamente 100 quilómetros e consumiram até ao momento uma área de 10 mil hectares de floresta, informou a proteção civil.
A informação foi avançada pelo segundo comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, Mário Silvestre, durante um 'briefing' realizado pelas 10:45, no posto de comando distrital, em Oliveira de Azeméis.
O comandante começou por explicar que a operação de combate aos quatro incêndios em Águeda, Albergaria-a-Velha, Sever do Vouga e Oliveira de Azeméis foi avocada pelo Comando Nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.
Após uma vistoria de helicóptero pelo perímetro do incêndio, Mário Silvestre disse que a situação é "bastante complexa", adiantando que "as janelas de oportunidade para fazer combate ao incêndio" durante a noite não se verificaram.
"O vento não nos tem ajudado. Durante a noite tivemos ventos a rondar os 70 quilómetros por hora, com temperaturas de 25 graus e uma humidade relativa na casa dos 30%", observou.
O comandante referiu ainda que, durante a noite, 57 pessoas tiveram de ser retiradas das suas habitações, registando-se 54 vítimas, das quais 17 tiveram de ser transportadas ao hospital por medidas de segurança.
Segundo Mário Silvestre, pelas 10:45, o incêndio continuava ativo pelo seu perímetro, mas a prioridade centrava-se sobretudo "no sul do incêndio, na zona de Águeda, à esquerda da autoestrada A25, que é a zona que coloca mais preocupações".
"É um incêndio muito disperso com uma evolução pautada pelo comportamento do vento", disse Mário Silvestre, acrescentando que, atualmente, não há povoações em risco, mas "é uma realidade que pode acontecer a qualquer momento, atendendo à malha urbana existente".
Relativamente aos meios mobilizados, o comandante referiu que estão previstas rendições, sublinhando, contudo, que o número de incêndios que o país atravessa faz com que o dispositivo esteja "sob um stress e uma pressão muito grande".
Mário Silvestre informou ainda que continua a haver dificuldade para os meios aéreos atuarem nestes incêndios devido ao fumo, havendo quatro meios aéreos a funcionar na zona de Águeda.
A presidente da Câmara de Vila Pouca de Aguiar descreveu um cenário desolador no concelho, onde os incêndios queimaram uma extensa área de pinhal, uma casa ardeu e deixou um idoso desalojado e há três bombeiros feridos.
"Temos uma casa de habitação totalmente ardida em Zimão, que era habitada por um idoso que, neste momento, está num centro social e que iremos tratar de o realojar ou arranjar sítio para ele poder ficar", afirmou hoje à agência Lusa Ana Rita Dias.
A autarca encontrava-se esta manhã na aldeia de Zimão, uma das que foi mais afetada pelos incêndios que deflagraram na segunda-feira naquele concelho do distrito de Vila Real.
Durante a noite, o fogo que teve início em Vreia de Jales desceu a encosta e entrou nesta aldeia, que foi totalmente evacuada.
Segundo a autarca, foram cerca de 50 as pessoas que foram retiradas, sendo que algumas, mais idosas, passaram a noite num lar próximo e já puderem regressar esta manhã às suas casas.
Com o amanhecer, segundo Ana Rita Dias, foi possível confirmar que outras habitações que se pensava terem sido atingidas pelo fogo em Zimão, afinal não arderam.
"Os populares conseguiram salvar essas duas habitação, mas temos também três casas devolutas que foram queimadas", referiu
Da aldeia de Gralheira foram retidas cinco pessoas.
No resto do concelho, segundo adiantou, arderam mais duas casas devolutas em Vila Meã e Sabroso de Aguiar e também dois armazéns foram atingidos em Sabroso de Aguiar.
Quanto à área ardida, Ana Rita Dias disse que ainda é cedo para fazer uma avaliação, mas que "é bastante" e muito pinhal atingido nas serras da Padrela e também no Alvão.
"O cenário é desolador", lamentou, referindo que havia, pelas 10:00, oito frentes de fogo dispersas a lavrar no concelho onde, salientou, há falta de meios para ajudar no combate.
O comandante dos bombeiros de Vila Pouca de Aguiar, Hugo Silva, disse que desde segunda-feira se contabilizam três bombeiros feridos, um com queimaduras, outro com uma fratura e outro por inalação de fumo.
O responsável referiu ainda que um popular foi assistido por ansiedade.
O incêndio que começou no domingo à noite na localidade de Louriçal do Campo, concelho de Castelo Branco, destruiu cerca de 300 hectares de floresta, mato e terrenos agrícolas, disse hoje o presidente da Câmara.
Em declarações à agência Lusa, Leopoldo Rodrigues explicou que não há registo de perdas de habitações ou de vítimas e estima-se que a área ardida ronde os 300 hectares.
"Houve muitos terrenos agrícolas que foram consumidos pelas chamas, nomeadamente olival, pomares e vinha, no Louriçal do Campo e em São Vicente da Beira", referiu.
O incêndio começou no domingo à noite na localidade de Louriçal do Campo, concelho de Castelo Branco, e entrou em fase de resolução na segunda-feira, às 17:52.
Hoje, pelas 10:15, ainda se encontravam no terreno, em vigilância, 130 operacionais apoiados por 43 viaturas.
Em relação às perdas agrícolas registadas, o autarca disse que não sabe se o Governo vai avançar com algum mecanismo de apoio.
"Para já, não sabemos se o Governo vai acionar algum mecanismo de apoio, podendo vir a ser equacionada uma solução", concluiu.
O ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, está esta terça-feira em Aveiro para reunir com autarcas da região, a mais afetada pelos incêndios dos últimos dias.
"Trago vontade de ouvir e de ajudar a resolver problemas", começou por afirmar o governante, que coordena uma equipa multidisciplinar, com sede em Aveiro, constituída por elementos de vários ministérios.
"Estamos aqui no centro de uma região muito afetada pelos incêndios e quem mais sabe deste assunto são os autarcas. A nossa primeira obrigação é ouvir o que os autarcas têm para dizer, eles conhecem melhor do que ninguém a realidade", disse Manuel Castro Almeida aos jornalistas.
Afirmou que há problemas que os autarcas conseguem resolver sozinhos, mas há outros em que é necessária a ajuda do Estado central. "É por isso que estão cá membros do Governo, vários secretários de Estado, das Infraestuturas, da Habitação, da Saúde, das Florestas, da Ação Social, do Poder Local, para podermos organizar de uma forma articulada o apoio que o Governo pode dar às pessoas que estão em dificuldades", declarou.
Referindo que a equipa multidisciplinar pretende ajudar as pessoas vítimas dos incêndios, o ministro informou que "há problemas de natureza imediata", de "emergência. "Temos de garantir que ninguém fica sem comer, que ninguém fica sem uma cama para dormir, que ninguém fica sem roupa para vestir, que ninguém sem um tostão no bolso".
Mas também "há problemas de médio prazo que nós queremos que sejam de curto prazo", disse, referindo-se à recuperação de infraestruturas, de casas ardidas, empresas e postos de trabalho. "A ideia é de uma grande proximidade para, com rapidez, resolver problemas", afirmou.
Questionado sobre quanto tempo é que pretende ficar na região de Aveiro, o governante disse que será "o que for necessário". "A minha mulher preparou-me a mala para três dias, mas espero não precisar", disse.
"A nossa tarefa é ver quem são as vítimas dos incêndios e procurar ajudá-las. Pessoas, famílias, empresas", realçou.
O fecho de escolas na zona alta do concelho, o impedimento de circulação na via rápida e um novo fogo, em Melres, marcam esta terça-feira o início do segundo dia de incêndios em Gondomar, disse à Lusa o vice-presidente da câmara.
Segundo Luís Filipe Araújo, a situação mais preocupante é agora a da zona de Branzelo, em Melres, com "uma frente de incêndio que chegou de madrugada proveniente de Aguiar de Sousa [concelho de Paredes] e que se junta à que desde segunda-feira lavra em Jovim".
"Há pequenos reacendimentos em vários pontos, nos casos de São Pedro de Cova e da Foz do Sousa, além de que está vento muito forte e prevemos que assim irá manter-se", acrescentou o autarca.
Dada a concentração de fumo no ar, a autarquia do distrito do Porto optou pelo encerramento de "todas as escolas do alto concelho" no dia de hoje.
Luís Filipe Araújo lamentou, entretanto, a "grande escassez de meios", nomeadamente aéreos, no combate às chamas em Gondomar, sublinhando que com um reforço do dispositivo "seria mais fácil estancar o avanço das chamas".
Nas redes sociais, o presidente da Câmara de Gondomar, Marco Martins, publicou a lista de estabelecimentos de ensino que estão encerrados esta terça-feira:
A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) expressou esta terça-feira solidariedade às vítimas dos incêndios e apelou aos profissionais para que contactem as autoridades no terreno, de forma a ajudar na assistência.
Numa nota de imprensa, lê-se que, "perante a catástrofe provocada por incêndios devastadores que assolam várias zonas da região", a SRCOM "manifesta a sua solidariedade para com todas as famílias e todos os profissionais que estão a enfrentar esta ocorrência tão complexa do ponto de vista humano e humanitário".
"A SRCOM apela ainda a todos os colegas que contactem as autoridades que estão no terreno, a fim de ajudar na assistência aos que enfrentam as terríveis consequências dos incêndios".
Citado na mesma nota, o presidente da SRCOM, Manuel Teixeira Veríssimo, considerou ser "crucial que todos possam ajudar em prol das vítimas e dos doentes que, perante estes cenários críticos, enfrentam ainda mais dificuldades".
Para Manuel Teixeira Veríssimo, toda a comunidade "deve também estar mais vigilante com os idosos, as crianças e as pessoas vulneráveis".
"Face à fraca qualidade do ar e o calor intenso, a SRCOM recomenda ainda a ingestão de água (mesmo quando não se tem sede), bem como o uso de máscara no exterior, especialmente em zonas de maior concentração de fumo e quando se é portador de doença respiratória".
Segundo a página do Comando Sub-Regional da Área Metropolitana do Porto, pelas 09:00 estavam 242 operacionais e 54 meios terrestres no terreno no município.
Vários idosos foram retirados, cerca 9:15, das suas casas em Covelo, no concelho de Gondomar, pela GNR, devido ao avançar de um incêndio, testemunhou a Lusa no local.
A situação ocorreu no lugar de Serra, num local onde, na altura, não havia bombeiros a combater o incêndio e visou proteger os idosos do avanço das chamas do fogo que na última madrugada chegou por Aguiar de Sousa, no concelho de Paredes, a Branzelo, em Gondomar.
Os idosos foram retirados para uma zona mais afastada dado que devido à situação e também das cinzas ficou muito difícil respirar naquela zona.
No lugar há cerca de 50 casas rodeadas por um pinhal, estando o combate a ser feito pelos moradores.
Três populações estão em risco no concelho de Mangualde devido ao incêndio que começou em Penalva do Castelo e que avança para o concelho de Nelas, disse à Lusa fonte dos bombeiros, perto das 09:30.
"O incêndio que começou aqui em Penalva [do Castelo] atravessou Mangualde e está no alinhamento de Nelas e, neste momento, há três populações em Mangualde que estão em risco: Mourilhe, Mesquitela e Fundões", disse à Lusa o comandante dos Bombeiros Voluntários de Penalva do Castelo, distrito de Viseu.
José Manuel Lopes acrescentou que "há um alerta para Freixiosa, na A25", que passa entre os concelhos de Mangualde e Penalva do Castelo, "dada a longa extensão do incêndio".
O comandante dos Bombeiros Voluntários de Nelas, Guilherme Almeida, adiantou à Lusa que está "apreensivo com a direção que o incêndio está a ter" para o concelho, também tendo em conta que o município está a ser atingido por outros focos.
"Estamos com reacendimentos em Vale de Madeiros e estamos com uma frente ativa e com muita dificuldade em Carregal do Sal [concelho vizinho de Nelas] e temos este alinhamento que vem de Mangualde", afirmou Guilherme Almeida.
Mais de 5.000 operacionais e 21 meios aéreos estão na manhã desta terça-feira envolvidos nas operações de combate e rescaldo dos incêndios que desde domingo provocaram quatro mortos e 40 feridos, obrigando a deslocar uma centena de pessoas por prevenção.
Segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), pelas 09:00 estavam 23 incêndios rurais ativos, com maior incidência e motivando maior preocupação na Área Metropolitana do Porto e na região de Aveiro.
Em declarações à Lusa, o comandante José Miranda disse que àquela hora já tinham sido mobilizados meios aéreos para ajudar no combate às chamas, explicando que os incêndios mais significativos são os de Oliveira de Azeméis, Paredes, Castro Daire e Nelas.
O responsável acrescentou que as autoridades foram obrigadas a deslocar cerca de uma centena de pessoas, por prevenção, e que entre os 40 feridos estão 23 agentes da proteção civil e 17 civis.
Quanto ao edificado atingido pelo fogo, os serviços municipais de proteção civil dos concelhos de Baião, Albergaria-a-Velha e Sever do Vouga estão ainda a fazer levantamento dos danos.
Os dados disponíveis na página da ANEPC indicam que, pelas 09:20, estavam registadas 148 ocorrências, envolvendo 5.163 operacionais, cerca de 1.600 meios terrestres e 21 meios aéreos.
A Proteção Civil estimou ao início da noite de segunda-feira que tenham ardido pelo menos 10 mil hectares na Área Metropolitana do Porto e na região de Aveiro.
De acordo com o Ministério da Administração Interna, mantêm-se alguns constrangimentos à circulação de comboios na Linha do Douro e na Linha do Vouga.
Linha do Douro:
Circulação suspensa entre Marco de Canaveses e Régua
Linha do Vouga:
Circulação suspensa entre entre Aveiro e Sernada
Circulação suspensa entre Espinho - Vouga e Paços de Brandão
O Executivo liderado por Luís Montenegro partilhou nas redes sociais medidas de prevenção em caso de incêndio.
As medidas incluem o que fazer "se estiver próximo de um incêndio" ou "se o incêndio se aproximar de casa".
Estas são algumas das recomendações do Governo:
Meios insuficiente, terrestres e aéreos, e o vento forte são as grandes preocupações sentidas esta terça-feira no combate aos três incêndios rurais que "estão descontrolados" no concelho de Vila Pouca de Aguiar, disse o comandante dos bombeiros locais.
"Temos três incêndios ativos, todos eles descontrolados, sem meios suficientes, e não há previsão de meios para aqui", afirmou Hugo Silva à agência Lusa, referindo-se a operacionais e a meios aéreos.
Num ponto de situação feito pelas 08:30, o responsável disse que foi pedido um reforço de meios, mas estes "não estão disponíveis".
"E a situação de hoje é muito mais grave do que a de ontem, porque a área ardida é extensa, há frentes a arder livremente sem meios de combate, sem meios para pôr no terreno, e os meios que cá estão já estão cá há mais de 24 horas em trabalho", afirmou.
Hugo Silva frisou ainda que a prioridade dos bombeiros no terreno é o combate "junto às casas".
Os incêndios lavram desde segunda-feira neste concelho de Vila Pouca de Aguiar e foram progredindo ao longo do dia em Bornes de Aguiar, Telões e Vreia de Jales.
O comandante descreveu situações mais preocupantes devido à proximidade do fogo nas aldeias de Vila Meã, onde se verificam muitas reativações, e ainda em Outeiro, Souto, Tourencinho e Zimão.
De acordo com o responsável, o incêndio que deflagrou em Vreia de Jales já progrediu para o município vizinho de Vila Real e o de Telões para Ribeira de Pena.
Hugo Silva salientou como grande dificuldade no combate a estes fogos, além da falta de meios, o vento forte que se faz sentir.
"Com a entrada do dia vai-se tudo agravar", salientou.
Segundo a página da Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), às 08:45 estavam mobilizados em Vreia de Jales 85 operacionais e 22 viaturas, em Bornes de Aguiar 62 operacionais e 22 viaturas e em Telões quatro homens e uma viatura.
O incêndio que começou às 16:00 de segunda-feira nos arredores da cidade de Coimbra entrou hoje de manhã em fase de resolução, de acordo com a Proteção Civil.
Às 09:00, a página da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil dava nota da entrada em resolução daquele incêndio, que, ainda assim, continua sob vigilância, com mais de três centenas de bombeiros, um meio aéreo e 100 viaturas.
Na noite de segunda-feira, o comandante sub-regional da Proteção Civil da Região de Coimbra, Carlos Luís Tavares, mostrou-se otimista e explicou que o incêndio deveria ser controlado durante a noite, o que acabou por acontecer.
No final da tarde de segunda-feira, houve várias habitações em perigo, mas não há registo de danos consideráveis, nem vítimas
O Governo vai reunir-se esta manhã, por volta das 10:30, com autarcas dos municípios de Aveiro, região que tem sido bastante afetada pelos incêndios dos últimos dias, avança a RTP.
Na segunda-feira, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou a criação de uma equipa multidisciplinar, com sede em Aveiro, constituída por elementos de vários ministérios e coordenada pelo ministro-adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida.
Saiba mais aqui:
A estrada Nacional 2 (EN2) reabriu esta terça-feira entre Pedras Salgadas e Vila Pouca de Aguiar, concelho onde permanece cortada a Autoestrada 24 até São Tomé do Castelo, devido aos incêndios rurais, segundo a GNR.
O fogo que deflagrou pelas 07:30 de segunda-feira em Bornes de Aguiar obrigou, ao final da tarde, ao corte da EN2 entre as vilas de Vila Pouca de Aguiar e Pedras Salgadas, troço que entretanto reabriu ao trânsito.
Também na segunda-feira, um outro incêndio, num outro ponto daquele concelho do distrito de Vila Real, levou ao corte da A24, que ainda se mantém esta manhã, sem, de acordo com a GNR, previsões de reabertura.
Este fogo teve início pelas 18:30 de segunda-feira na zona de Vreia de Jales e é, esta manhã, o fogo que mobiliza mais meios neste município, onde se contabilizam quatro incêndios ativos.
Segundo a página da Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), pelas 08:00 estavam ativos os fogos de Vreia de Jales, com 85 operacionais e 22 viaturas, de Bornes de Aguiar, com 56 operacionais e 20 viaturas, e ainda em Sabroso de Aguiar, com sete operacionais e duas viaturas, e Telões, com oito homens e duas viaturas.
Uma das situações mais complicadas viveu-se na segunda-feira à noite em Zimão, onde o fogo que deflagrou em Vreia de Jales desceu a montanha e entrou pela aldeia queimando, segundo fontes autárquicas, pelo menos quatro casas, uma delas de habitação permanente.
Foi também necessário proceder à retirada de idosos das aldeias de Zimão e de Gralheira, mas o fogo progrediu ainda em direção à aldeia de Tourencinho.
Várias estradas dos distritos de Aveiro, Coimbra, Viseu, Vila Real, Braga e Porto estão esta terça-feira com cortes ou condicionamentos na sequência dos incêndios rurais que estavam às 07:00 em curso, disse à Lusa fonte da Guarda Nacional Republicana (GNR).
"No que diz respeito aos incêndios no distrito de Aveiro continuamos com corte na Autoestrada 1 entre os nós de Aveiro sul e Albergaria-a-Velha em ambos os sentidos. Temos também um corte na A25 que se prolonga para a zona do Reigoso. Já no distrito de Viseu há cortes no IC2 entre a A25 e EN1/12 e a EN16 com corte total entre Cacia e Sever do Vouga", disse Lusa a major Lígia Santos, da GNR.
De acordo com a força de segurança, na região de Coimbra há também corte de estrada na A13 na zona de Condeixa-a-Nova e há ainda condicionamentos na EN17.
"No distrito de Viseu há também corte na A25 entre Mangualde e Chãs de Tavares, na EN234 corte total em Canas de Senhorim e Oliveirinha, e no IC2 e EN234 em Carregal do Sal. Temos também corte na EN16 em Mangualde e Chãs de Tavares, bem como na A24, entre os nós de Castro Daire e Arcas", adiantou.
Na zona de Vila Pouca de Aguiar estão interditadas a A24 entre o nó de Samardã e Vila Pouca de Aguiar e a EN2 entre Covelo e Pedras Salgadas. Registam-se também um corte nos dois sentidos na A43 na zona de Gondomar e em Chaves na EN2, na zona entre Vilarinho de Paranheiras.
"A GNR, atendendo a estes cortes e atendendo às circunstâncias em que os incêndios deflagraram [...], continua a apelar e a aconselhar as pessoas a que não se desloquem, não saiam das suas casas, isto porque a variabilidade deste tipo de fenómenos é muito rápida. As pessoas não se devem deslocar, não devem passar nestes locais nem nas suas proximidades", disse Lígia Santos.
A major da GNR lembrou que os meios e os agentes de proteção civil estão no terreno com o foco principal de garantir a salvaguarda das pessoas e bens.
"Pedimos que a que as pessoas colaborem com os agentes de proteção civil e com a GNR no que são as recomendações que vão sendo passadas para que o socorro chegue em tempo oportuno e adequadamente", concluiu.
Pelo menos quatro pessoas morreram e duas outras ficaram feridas com gravidade nos incêndios que atingem desde domingo as regiões Centro e Norte do país, destruindo mais de 20 habitações e outras estruturas.
ÀS 07:20, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) registava 118 fogos rurais no continente português, que estavam a ser combatidos por 5.012 operacionais, com o apoio de mais de 1.300 meios terrestres.
A Proteção Civil estima que tenham ardido pelo menos 10 mil hectares na Área Metropolitana do Porto e na região de Aveiro.
Pelo menos 27 incêndios continuavam ativos em Portugal continental esta madrugada, tendo causado dois mortos e pelo menos 40 feridos, disse à Lusa a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
Num novo balanço feito atá às 01:30, um porta-voz da ANEPC disse que a maioria dos feridos (33) eram bombeiros destacados para combater as chamas, sendo os restantes civis, que sofreram queimaduras ou foram vítimas de inalação de fumos ou intoxicação.
Na segunda-feira as autoridades anunciaram duas mortes, uma pessoa carbonizada em Albergaria-a-Velha e uma morte por ataque cardíaco em Sever do Vouga.
Na noite de domingo tinha morrido um bombeiro de "doença súbita" quando combatia as chamas em Oliveira de Azeméis
O porta-voz da ANEPC descreveu a situação no terreno como "muito difícil", devido a "um conjunto de incêndios muito significativos".
A mesma fonte sublinhou que a "muito baixa humidade" e os fortes ventos que se fazem sentir têm "favoreceram a propagação dos incêndios a velocidade muito acima do normal durante a noite".
O incêndio que atualmente mais preocupa a Proteção Civil é aquele que começou, ainda no domingo, em Sever do Vouga, no distrito de Aveiro, onde 364 operacionais estão no terreno com o apoio de 118 meios terrestres.
Ainda no distrito de Aveiro, em Albergaria-a-Velha, 451 operacionais combatiam outro incêndio, apoiados por 141 veículos.
No vizinho distrito de Viseu, um incêndio em Folhadal, em Nelas, concentra atualmente 306 operacionais e 82 meios terrestres.
Na região de Coimbra, em Torres de Mondego e Carvalhosas estão a combater os fogos 305 operacionais apoiados por 101 veículos.
Mais de cinco mil operacionais combatiam esta madrugada 107 focos ativos em Portugal Continental, apoiados por mais de 1.500 veículos, de acordo com a informação disponível no portal da ANEPC às 06:00.
Devido aos fogos no distrito estiveram cortadas ao trânsito, ao longo de segunda-feira, as autoestradas A1, A25 e A29, mas também outras vias sofreram cortes, como o IC2 e várias estradas nacionais. Foram ainda cortadas a A1 e a A13 na zona de Coimbra. A circulação ferroviária na linha do Norte também esteve cortada na manhã de segunda-feira.
Mais de uma centena de concelhos sobretudo das regiões Norte e Centro mantêm-se esta terça-feira em perigo máximo de incêndio devido ao tempo quente, segundo o IPMA, que colocou oito distritos do continente sob aviso amarelo.
Em perigo máximo de incêndio estão mais de 100 concelhos dos distritos de Faro, Portalegre, Castelo Branco, Santarém, Leiria, Coimbra, Guarda, Aveiro, Viseu, Porto, Bragança, Vila Real, Viana do Castelo e Braga.
Vários concelhos de todos os distritos de Portugal continental apresentam um perigo muito elevado e elevado de incêndio, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
A temperatura máxima mais elevada prevista para hoje será alcançada em Santarém com 35 graus, seguida de Évora, Beja, Setúbal, Lisboa com 34, Leiria com 33 e 31 em Coimbra e Braga.
Por causa do calor, o IPMA emitiu aviso amarelo para os distritos do Porto, Setúbal, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Aveiro, Coimbra e Braga, pelo menos até às 18:00 de hoje.
Na segunda-feira, o IPMA indicou em comunicado que o índice meteorológico de perigo de incêndio calculado diariamente, que reflete a severidade meteorológica na propagação dos incêndios rurais, tem apresentado valores extremos, comprovando a adversidade das condições meteorológicas atuais.
Segundo o IPMA, a severidade meteorológica irá manter-se extremamente elevada" hoje e quarta-feira, em grande parte do território, em especial nas regiões do Norte e Centro, onde o PIR [perigo de incêndio rural] continuará a situar-se nas classes mais elevadas de perigo: elevado, muito elevado ou máximo".
O território do continente tem estado, desde sábado, "sob a influência de um fluxo de leste, que se intensificou" na segunda-feira e que se "manterá intenso" hoje, "nas regiões do Norte e Centro".
Devido à previsão de risco elevado de incêndio na generalidade do território continental, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) aumentou o estado de alerta e prontidão dos meios de socorro para o nível mais elevado, para hoje.
Numa conferência de imprensa na segunda-feira, o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, anunciou que, por causa da situação meteorológica adversa, vai ser prolongada a Declaração da Situação de Alerta em todo o território do continente.
A situação de alerta implica várias medidas excecionais, como a proibição do acesso e circulação em vários espaços florestais ou a proibição da realização de queimadas e de trabalhos em florestas com recurso a maquinaria (com exceção para as situações de combate a incêndios rurais).
O Governo alargou até quinta-feira a situação de alerta devido ao risco de incêndios, face às previsões meteorológicas, e anunciou a criação de uma equipa multidisciplinar para lidar com as consequências dos incêndios dos últimos dias, com sede em Aveiro e coordenada pelo ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida.
Uma idosa que tinha a casa numa zona de fogo em Almeidinha, Mangualde, morreu durante a noite de doença súbita, confirmou hoje à Lusa fonte da Proteção Civil, elevando para quatro o número total de vítimas mortais dos incêndios.
Segundo fonte do Comando Sub-Regional Viseu Dão Lafões, a habitação não ardeu.
A morte desta idosa, cuja idade não foi indicada, eleva para quatro o número de mortos nos incêndios rurais que atingem desde domingo as regiões Norte e Centro do país e que provocaram ainda 40 feridos.
Na segunda-feira as autoridades tinham anunciado duas mortes no contexto dos incêndios: uma pessoa carbonizada e outra que sofreu um ataque cardíaco.
Na noite de domingo tinha igualmente morrido um bombeiro de doença súbita quando combatia as chamas em Oliveira de Azeméis.
Num balanço relativo às 01:30, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil disse que a maioria dos feridos (33) eram bombeiros destacados para combater as chamas, sendo os restantes civis, que sofreram queimaduras ou foram vítimas de inalação de fumos ou intoxicação.
Pelo menos 27 incêndios continuavam ativos em Portugal continental esta madrugada.
A Proteção Civil estima que arderam pelo menos 10 mil hectares na Área Metropolitana do Porto e na região de Aveiro