PSP identificou 50 pessoas, vários estrangeiros, na multidão do miradouro
O ajuntamento com perto de 500 pessoas, na casa dos 20 anos, que esta madrugada marcou a noite de Lisboa foi espontâneo, de acordo as informações recolhidas até agora pela PSP. Ao final da noite cerca de duas dezenas de pessoas a consumir álcool na rua foram multadas junto ao largo do Rato
Meia centena de pessoas foram identificadas pela PSP por estarem sem máscara no miradouro de jardim de S. Pedro de Alcântara, junto ao Bairro Alto, em Lisboa, avançou ao DN fonte desta força de segurança.
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No final da noite deste sábado cerca de 500 pessoas juntaram-se neste espaço ao ar livre, a maioria sem máscara e a consumir bebidas alcoólicas. De acordo com a mesma fonte, "cerca de metade eram estrangeiros, principalmente turistas, na casa dos 20 anos"
As informações recolhidas até agora pela PSP "indicam que se tratou de uma situação espontânea e não organizada" que coincidiu com o encerramento dos restaurantes pelas 20h30.
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"As pessoas acabaram de jantar ali na zona do Bairro Alto e acabaram por se encaminhar para o miradouro. Só queriam divertir-se, mas estavam a violar regras sanitárias ainda em vigor, como a obrigatoriedade do uso de máscara e a proibição de consumo de bebidas alcoólicas na via pública. A PSP optou por isso por convidar à dispersão acatada pela maioria, tendo apenas identificado 50 pessoas", afiança este oficial.
Não muito longe deste local, perto do largo do Rato, a PSP teve de ser mais dura com um grupo de cerca de duas dezenas de jovens turistas estrangeiros que consumiam bebidas alcoólicas na rua.
Estes foram alvo de autos de contraordenação e uma testemunha que reside na zona disse ao DN que viu o grupo "a correr pela rua perseguido por três carros de polícia".
"Foi um dia e depois uma noite de muito trabalho para os nossos agentes. De dia foram as 10 manifestações do 1º de maio em todo o país, com todo o trabalho de segurança que isso implica e envolvimento do muitos meios; ao final da tarde houve a situação junto ao estádio de Alvalade, com cerca de 3000 adeptos sportinguistas, onde a PSP teve também de intevir; depois já no início da madrugada foi o miradouro e o Rato", assinala a mesma fonte da PSP que fez ao DN um ponto de situação.
Na PSP, sublinha ainda, "há preocupação acrescida com a reabertura do turismo", porque "será previsível que, depois do prolongado confinamento, as pessoas queiram voltar a divertir-se. Estaremos atentos, seremos pedagógicos até ao limite possível, mas está fora de questão que ponham em causa a ordem pública e as regras sanitárias".
Um vídeo publicado no jornal Observador (conteúdo para assinantes) mostrou centenas de pessoas reunidas no Miradouro de São Pedro de Alcântara, sem usar máscara, com algumas a consumir bebidas alcoólicas na via pública, em violação das regras sanitárias para combater a propagação do novo coronavírus.
À Lusa, fonte da direção da PSP disse que foi alertada para a ocorrência através de "uma chamada" de um cidadão, garantindo que a intervenção dos agentes "foi rápida".
"Entre o momento do nosso conhecimento e o momento da dispersão passou pouco tempo", afirmou.
Aquela força de segurança recordou que "continua a estar em vigor o dever de recolher obrigatório, a obrigação de permanecer na habitação, a não ser quando se verifique uma das exceções que estão elencadas no diploma", ao abrigo da situação da calamidade, em vigor desde sábado.
"Se é verdade que podemos deslocar-nos para obtenção de serviços - neste caso, pode ser um serviço de restauração -, depois de usufruirmos do serviço deixa de estar verificada [a justificação para permanecer na via pública]", lembrou.
Além disso, continua em vigor "o uso de máscara, que também não se verificava em parte significativa daquelas pessoas", e a proibição do consumo de bebidas alcoólicas na via pública, "uma regra da pandemia, precisamente para evitar a aglomeração de pessoas", acrescentou.
O Governo decretou a situação de calamidade a partir de sábado devido à pandemia de covid-19, depois de Portugal continental ter passado por 15 períodos de estado de emergência, que vigoravam desde 09 de novembro.