Ligação direta a 20 centros de ciência por 50 euros

Projeto da Fundação Vodafone junta 20 centros de Ciência Viva em plataforma
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João Costa mostra como se acelera uma decomposição de peróxido de hidrogénio, vulgo água oxigenada, com recurso a catalisador. A ideia da experiência é demonstrar que a indústria se socorre dos catalisadores para acelerar a produção de produtos. "Aqui fazemos com que a produção de oxigénio seja mais rápida", diz, enquanto junta um corante na proveta e se assiste uma espécie de "explosão de espuma que sai ejetada, sobe cerca de três metros e cai na mesa em forma de nuvem. "Não toque que pode estar muito quente" avisava, mas houve quem não resistisse. Correu bem.
Esta e outras experiências podem ser visitadas no Centro de Ciência Viva do Lousal, concelho de Grândola, agora à boleia do projeto que envolve 20 centros de ciência no país, tratando-se de um programa turístico à volta do conhecimento, lançado pela Ciência Viva e Fundação Vodafone. Assenta no lançamento de um cartão, um guia e uma aplicação para telemóvel, onde através do pagamento anual de 50 euros é possível visitar os 20 centros, sem limite, além de se poder ainda usufruir de descontos para outros circuitos parceiros deste projeto, bem como de vantagens em restaurante e hotéis.

Rosalia Vargas, residente da Rede Nacional de Centros Ciência Viva, explica que o cartão funciona como um voucher neste roteiro com 18 circuitos, 54 percursos e mais de 200 etapas. "É um projeto inovador e estamos a falar de centros de ciência bem integrados nas respetivas comunidades locais", sublinha, considerando estar ser dado "um passo relevante na valorização da tradição do património de forma coordenada pelo país".

No caso do Lousal, que já foi um dinâmico centro mineiro, que até teve hospital e equipa de futebol, como recordou José Pacheco, trabalhador na mina até 1987 - o complexo fechou um ano depois - também se exibem experiências sensoriais, como se a mina estivesse a laborar. E, sim, pode descer-se até lá baixo, colocar o capacete e entrar por aquele túnel a dentro, onde durante décadas se extraiu pirite. O primeiro paiol guardava pólvora e no segundo explicam-se os passos de onde era retirado o enxofre, a partir do qual era produzido ácido sulfúrico, usado pela Sapec para produzir os adubos superfosfatos.

A plataforma digital será sujeita a permanente atualização, estando disponível em iOS e Android com sistemas interativos dos percursos e proporcionando partilha de experiências, qual rede social. Maria Fernanda Rollo, secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, sublinhou que esta aplicação abre um mercado para "chamar turismo" e consegue ir ao encontro dos desafios que colocados à Ciência Viva. "Está a pôr em diálogo os centros nacionais de uma forma diferente", resumiu.

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