Soares da Costa deixa operações na África Ocidental e do Norte
Num momento em que 66% da carteira de obras da Soares da Costa já está no estrangeiro, a construtora começa a rever as suas prioridades nos mercados internacionais e a definir mercados core.
De acordo com o CEO da empresa, Castro Henriques, a Soares da Costa está já a desmobilizar estruturas em alguns países do Norte de África, como o Egito, e ainda da África Ocidental.
"Entendemos descontinuar estes mercados e focarmo-nosnos mercados core, a saber, os EUA, Angola, Moçambique, Brasil e claro Portugal", disse ontem na apresentação dos resultados de 2011, acrescentando que, no entanto, não tiveram de abadonar nenhum concurso em que estivessem a participar, apenas ajustaram as propostas em curso.
O Médio Oriente é outro dos mercados onde a Soares da Costa está a rever a sua estratégia, mas neste caso de uma forma positiva. Já durante o primeiro trimestre de 2012, a construtora ganhou uma obra de 42 milhões de euros em Omã e segundo Castro Henriques "há outros concursos" que podem ser interessantes.
"Há que ter consciência que estar no exterior requer um conhecimento muito grande dos mercados", disse o CEO da empresa.
No entanto, perante as dificudades que se vivem no mercado português, o exterior tem sido a grande aposta da Soares da Costa. Em 2011, o exterior representou mais de metade do volume de negócios, mais precisamente 544 milhões de euros de um total de 874 milhões. Portugal apenas representou 329 milhões.
Além disso, adiantou ainda Castro Henriques, é para o exterior que a Soares da Costa está a mobilizar os seus trabalhadores. Neste momento, apenas 39% do efetivo da empresa está em Portugal e a tendência é para que o exterior venha a pesar ainda mais.
Só no primeiro trimestre a construtora angariou mais 199 milhões de euros de obras em Angola, Moçambique, EUA e Brasil. No total, dos 1,4 mil milhões de euros que tem em carteira, 66% são obras fora de Portugal.