Sindicatos entregam carta a Passos contra aumento da idade de reforma dos motoristas

Publicado a
Atualizado a

Dirigentes de três

organizações sindicais entregaram hoje na residência oficial do

primeiro-ministro uma carta aberta pedindo-lhe uma audiência e

expressando oposição ao aumento da idade de reforma dos motoristas

profissionais para os 66 anos.

No documento endereçado ao chefe do executivo, a que a Lusa teve

acesso, a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações

(FECTRANS), o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração

Local e Regional (STAL) e o Sindicato dos Trabalhadores do Município

de Lisboa (STML) acusam o Governo de "teimar em políticas de

destruição do país, tornando os portugueses cada vez mais pobres"

e de "despudoradamente anunciar o aumento da idade de reforma

para os 66 anos".

Uma medida que, consideram, não pode aplicar-se aos motoristas

profissionais de veículos pesados de passageiros e mercadorias,

porque penaliza "profissionais que estão impedidos de prolongar

a sua vida ativa, por diversas razões, inclusive legais",

caducando as respetivas cartas de condução aos 65 anos.

"Se para os restantes trabalhadores, cinicamente a lei prevê

penalizações no caso de se reformarem aos 65 anos (...) para estes

profissionais esta situação ainda se torna mais grave e

incompreensível, visto que o legislador, ao prever a caducidade da

carta de condução aos 65 anos, está a ter em conta [que é] uma

profissão altamente desgastante, que provoca graves problemas de

saúde, e que o prolongamento do exercício desta profissão para

além da idade referida põe em causa a segurança dos motoristas,

dos utentes dos transportes públicos, das mercadorias e da segurança

rodoviária em geral", lê-se na carta.

Por estas razões, a FECTRANS, o STAL e o STML exortam o Governo a

"iniciar a discussão com os sindicatos no sentido da diminuição

da idade da reforma para todos os trabalhadores, particularmente para

estes profissionais".

Solicitam igualmente ao primeiro-ministro "a realização,

com caráter de urgência, de uma audiência" para serem

esclarecidos pelo Governo sobre "quais as respostas às justas

reivindicações dos trabalhadores", argumentando que "quem

trabalha tem direito a uma reforma digna e a um descanso depois de

tantos anos de trabalho árduo" e que "a paciência dos

trabalhadores está a esgotar-se".

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt