Santander Totta abre guerra aos outros bancos

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O Santander Totta lança uma ofensiva aos concorrentes e abre

guerra no segmento de crédito às empresas. A partir de

segunda-feira, a instituição financeira vai disponibilizar uma

linha no valor de 1500 milhões de euros de crédito às empresas.

Com esta campanha - denominada de "Plano de Ativação"

-, o banco pretende reforçar o posicionamento no segmento

empresarial, tendo como principal objetivo conseguir que cerca de um

terço da linha seja colocada junto de novos clientes. Ou seja, um

claro sinal para a concorrência de que o banco quer conquistar quota

de mercado neste segmento.

"Penso que vamos conseguir apoiar entre 3000 e 5000 empresas.

Maioritariamente queremos apoiar os nossos clientes, no entanto,

gostaríamos muito, e temos como objetivo alocar 30% da linha a novos

clientes", afirmou António Vieira Monteiro, presidente do

Santander Totta, em declarações ao Dinheiro Vivo.

A linha de financiamento destina-se a todas as empresas e

sectores, garantiu o presidente do Santander Totta. No entanto, o

responsável esclareceu que há "atualmente uma certa apetência

por empresas exportadores de bens transacionáveis. Todavia, o mais

importante é apoiar clientes com projetos sólidos e bem

estruturados".

Questionado sobre se é um bom momento para apostar neste

segmento, quando há uma exigência das autoridades para as empresas

desalavancarem os balanços, Vieira Monteiro reconheceu essa

"exigência e necessidade de desalavancagem". No entanto,

considera que esta é uma oportunidade para o banco conseguir

conquistar quota de mercado.

"A atual posição de capital e liquidez - proporcionada

pelos fortes resultados que apresentamos - oferece-nos uma clara

vantagem competitiva no mercado, permitindo-nos, por isso,

transformar esta necessidade, que afeta o sector em geral, numa

oportunidade para aumentarmos a nossa quota de mercado no segmento de

empresas", acrescentou o responsável do Totta.

Segundo Vieira Monteiro, ao conceder-se crédito às empresas está

a dar-se um sinal de confiança. "Mais do que tudo, o que a

nossa economia precisa para crescer é de confiança no futuro, em

novos projetos e investimentos."

Além de medidas como esta de criação de linhas de financiamento

às empresas, o presidente do Santander Totta defende que, para

estimular a economia, deve-se "olhar com atenção para todas as

medidas que permitam fomentar de forma significativa a criação de

emprego, o crescimento do produto e o crescimento das nossas

exportações".

A aposta "forte do banco" estende-se também na

divulgação em termos publicitários. Após cinco anos, o Santander

Totta lança uma campanha com forte impacto na TV, rádio, imprensa,

exterior e online dedicada ao crédito, sob o lema "Banco sólido

que consegue ajudar o país a crescer".

Resultados positivos

O Santander Totta quase que quadruplicou os lucros nos primeiros

nove meses do ano. Até setembro, o resultado líquido foi de 230,4

milhões de euros, o que compara com 60,2 milhões registado no mesmo

período do ano passado, ou seja, um aumento de 283%.

A contribuir para o resultado esteve sobretudo a operação de

resseguro da carteira de seguros - cedência do risco da carteira de

seguros de vida ao grupo Deutsche Bank -, que teve um efeito positivo

nos resultados de 150 milhões de euros. Esta operação

extraordinária permitiu assim que o banco reforçasse o seu rácio

de solvabilidade para 12%.

O Totta foi o segundo banco a apresentar as contas, depois do BPI,

que revelou também um aumento do lucro nos nove primeiros meses do

ano. A instituição financeira lidera por Fernando Ulrich anunciou

um resultado líquido de 117,1 milhões de euros, uma subida de 15,3%

face aos 101,5 milhões arrecadados em igual período do ano passado.

Os resultados do BPI tiveram como efeito positivo as recompras de

passivos, os ganhos com operações financeiras, bem como o aumento

de 16% das comissões e a redução de custos.

O próximo a apresentar os resultados é o BCP (5 de novembro) e,

segundo a média das previsões dos analistas, o banco presidido por

Nuno Amado deverá registar prejuízos na ordem dos 789 milhões de

euros, nos primeiros nove meses do ano.

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