Santander: Moratórias duraram o tempo certo e não prejudicaram a carteira de clientes

Administrador do Santander considera que a medida das moratórias de crédito, criada pelo Governo em 2020 para proteger famílias e empresas dos efeitos da pandemia, durou o tempo certo e não prejudicou a carteira de clientes. Quanto à obrigação de renegociar os créditos, Miguel Belo de Carvalho diz aguardar conhecer as "linhas e entrelinhas" do decreto-lei.
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"Uma boa medida, na altura certa, que durou o período exato." Assim respondeu Miguel Belo de Carvalho, administrador do Santander Totta, quando questionado sobre as moratórias de crédito, durante a Money Conference, que arrancou esta quinta-feira, no Lapa Palace Hotel, em Lisboa. Do ponto de vista do banco, a medida, criada pelo Governo em março de 2020 para proteger as famílias e empresas mais atingidas pelos efeitos da pandemia, não teve "qualquer impacto negativo na carteira dos clientes", garantiu o responsável.

Em consequência da subida da taxa de juro diretora para 2%, anunciada pelo Banco Central Europeu no passado dia 27 de outubro, o Executivo aprovou uma medida que obriga os bancos a renegociar os contratos de crédito habitação. Isto porque a taxa Euribor, aplicada neste tipo de empréstimo, tem vindo a escalar de dia para dia, levando ao aumento consecutivo das prestações mensais dos consumidores. Para o administrador, esta é uma "medida importante", que vem reforçar "a que já estava em vigor desde 2012", e a qual "os bancos têm vindo a aplicar nos últimos dez anos, de uma forma permanente, sempre que se justifica".

Interpelado se era escusado "uma medida política", Miguel Belo de Carvalho respondeu que não quer tirar o mérito do decreto-lei e que este veio "definir limites de ativação e de aceleração da avaliação dos bancos". "Foi uma forma de reforçar aquilo que já era uma boa prática do sistema financeiro. Vai no sentido certo, mas poderia ir no sentido errado se permitisse que todo e qualquer cliente pudesse reclamar", explicou, deixando a ressalva de que a proposta final ainda não é conhecida e que os bancos estão a aguardar para conhecer "as linhas e as entrelinhas".

Quanto aos desafios que estão por vir, o responsável assegura que a banca "está muito bem preparada" e que nos últimos anos "provou que fez um caminho", que levou a que hoje o sistema financeiro, na sua globalidade, esteja "bastante melhor do que na crise financeira anterior". Para o administrador, esta é uma consequência da "transformação digital e corporativa" dos bancos, mas também da "transformação brutal do comportamento dos clientes". Este conjunto de fatores deu às instituições bancárias "uma maior capacidade de resposta face àquilo que são as necessidades das famílias e das empresas", concluiu.

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