Reserva Federal aumenta taxas de juro centrais dos EUA em mais 0,25%
As taxas de juro diretoras dos Estados Unidos (EUA) subiram mais 0,25 pontos percentuais (p.p.), colocando o intervalo da taxa de refinanciamento central nos 5% a 5,25%, anunciou a Reserva Federal (Fed), esta quarta-feira.
Apesar da recidiva de problemas graves no setor bancário dos EUA (na segunda-feira passada teve foi salvo mais um banco falido com o apoio do Estado, neste caso o First Republic, entretanto absorvido pelo JP Morgan), a Fed manteve o rumo esperado para as taxas de juro centrais da área do dólar.
Em comunicado, o banco central presidido por Jerome Powell explicou que o aperto monetário justifica-se porque "a atividade económica expandiu-se a um ritmo modesto no primeiro trimestre" e "a inflação permanece elevada".
A taxa de inflação homóloga (comparação anual) tem estado a aliviar nos últimos nove meses e de forma consistente, mas continua bastante acima do limite definido pela Fed. Em março, a inflação total dos EUA estava nos 5%. O objetivo do banco central é ancorá-la nos 2%. O Banco Central Europeu (BCE) tem o mesmo mandato.
Ainda assim, a Fed reconhece que "a criação de emprego tem sido robusta nos últimos meses e a taxa de desemprego tem-se mantido baixa".
A Reserva Federal tentou deixar mais uma mensagem de confiança na banca, na sequência da falência do referido First Republic, um banco de média dimensão, isto depois de um março negro, em que faliram outros dois: Silicon Valley Bank e Signature Bank.
Disse que "o sistema bancário dos EUA é sólido e resistente" e que "é provável que as condições de crédito mais restritivas para as famílias e as empresas influenciem a atividade económica, a contratação e a inflação".
Taxas devem continuar a subir porque inflação desagrada
No entanto, "a extensão desses efeitos permanece incerta" pelo que "o comité [da Fed} continua muito atento aos riscos de inflação".
Assim, o comité da Reserva diz que "estará preparado para ajustar a orientação da política monetária" "caso surjam riscos que possam impedir a consecução dos objetivos".
Estas avaliações "terão em conta um vasto leque de informações, incluindo leituras sobre as condições do mercado de trabalho, as pressões inflacionistas e as expectativas de inflação, bem como a evolução financeira e internacional".
A Fed recorda que é sua missão "procurar atingir o máximo de emprego e uma taxa de inflação de 2% a longo prazo".
"Para apoiar estes objetivos, o comité decidiu aumentar o intervalo da taxa dos fundos federais para 5% a 5,25%" e "acompanhará de perto as informações recebidas e avaliará as implicações para a política monetária".
"Ao determinar em que medida poderá ser apropriado um reforço adicional da política monetária para que a inflação volte a atingir os 2% ao longo do tempo, o comité terá em conta a restritividade cumulativa da política monetária, os desfasamentos com que a política monetária afeta a atividade económica e a inflação, e a evolução económica e financeira".
Em cima disto, a Fed continuará desfaser-se da dívida pública que ainda tem no seu balanço, o que é uma forma indireta de também aumentar os juros.
A Fed "continuará a reduzir as suas detenções de títulos do Tesouro e de títulos de dívida de agências e de títulos hipotecários de agências, tal como descrito nos planos previamente anunciados", diz a autoridade da maior área monetária do mundo.
(atualizado 19h55)