Primeiro-Ministro admite possibilidade de mutualização da dívida

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O primeiro-ministro admitiu a possibilidade de existir uma mutualização da dívida a nível europeu, num futuro próximo.

No discurso de abertura do Congresso Nacional do Economistas, Pedro Passos Coelho afirmou que "é de admitir que alguma modalidade de

mutualização da dívida ao nível europeu possa tomar forma no

futuro".

Embora o primeiro-ministro não tenha defendido esta medida a nível europeu, contudo admite que esta possa vir a acontecer.

Passos Coelho acrescenta que "alguns cenários serão mais plausíveis do que outros; uns

serão certamente mais adequados do que outros".

Num discurso onde o primeiro-ministro acabou por fazer um balanço das reformas que têm sido levadas a cabo pelo Governo, Passos Coelho salientou, no entanto, que "seja como for

qualquer uma das modalidades de mutualização trará consigo novas

obrigações e condições". E adianta "nenhuma delas estará acessível sem

disciplina, nem coordenação. E não devemos omitir as consequências

e os custos de uma tal iniciativa. Isto é, haverá uma automática

centralização do poder político e decisório nas instituições

europeias em detrimento dos órgãos representativos nacionais.

Caso o cenário venha ocorrer, Passos Coelho relembra que "não

gozaremos certamente de mais autonomia para efetuar as nossas

próprias escolhas nacionais. São dilemas complexos com que teremos

de lidar. Nestas, como noutras matérias, a inconsequência é um mau

serviço que prestamos ao País e à própria democracia".

Na reta final do programa de ajustamento, o primeiro-ministro destacou que "muito está em causa e a fasquia nunca

foi tão alta". Ainda assim, Passo Coelho afirmou estar "certo de que o País, no seu

conjunto e com todas as suas instituições, dará um exemplo à

Europa e ao mundo de que se falará durante muito e muito tempo", concluiu.

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