Há "relatos muito preocupantes" sobre ataques a portugueses, diz Conselho das Comunidades
O Conselho das Comunidades Portuguesas tem recebido "relatos muito preocupantes" de ataques aos comerciantes e associações portuguesas na Venezuela, e que tem transmitido ao Governo e à Presidência da República, disse à Lusa o presidente do Conselho Permanente.
"Recebemos dos conselheiros de Caracas e de Valência relatos muito preocupantes, não apenas por causa da situação política e social da Venezuela em si, mas também dos ataques que têm sido sofridos pelos comerciantes e pelas associações portuguesas", afirmou à Lusa o presidente do Conselho Permanente do Conselho das Comunidades Portuguesas, que se reúne a partir de hoje e até sexta-feira na Assembleia da República.
"Transmitimos essas preocupações para o Governo e para a Presidência da República, que têm respondido que têm acompanhado com muito interesse e preocupação", disse Flávio Martins, que recordou que o secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro, já se deslocou à Venezuela e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, reuniu-se com os conselheiros daquela região.
Os conselheiros das comunidades, comentou, "não têm capacidade para intervir" num determinado país e "quem tem de fazer essa ponte são os órgãos de soberania".
O Governo português já aumentou os meios consulares naquele país, em particular no apoio social, que "muito em breve" será novamente reforçado, e a segurança nos postos consulares também foi revista, anunciou hoje José Luís Carneiro, à margem da sessão de abertura da reunião do Conselho Permanente do CCP.
O Governo está a acompanhar a atual crise económica, política e social na Venezuela a nível interministerial e com serviços do Estado, um trabalho que está a ser conduzido pessoalmente pelo chefe da diplomacia portuguesa.
Na semana passada, o chefe da diplomacia portuguesa insistiu que Portugal tem um plano de contingência para a comunidade portuguesa na Venezuela, em caso de agravamento da situação no país - aliás, como tem para outros países.
Hoje, o secretário de Estado garantiu que o Governo espera que não seja necessário ativá-lo.