SNS com mais médicos, cirurgias e camas, apesar da falta de efetivos

Em 2017, a saúde teve funcionários "no maior número de efetivos de que há registo" e o "volume mais elevado de sempre de atividade anual", apesar da falta de efetivos, aponta relatório divulgado nesta segunda-feira
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O Serviço Nacional de Saúde (SNS) tinha no ano passado mais 447 médicos especialistas do que em 2016, mas há mais de 15% de profissionais formados que não ficam no sistema público português, segundo dados oficiais. Ainda assim, de acordo com os números divulgados nesta segunda-feira pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), a taxa de retenção de especialistas no SNS foi, em 2017, superior a 2016, atingindo os 84%.

No final do ano passado, trabalhavam nas entidades do Ministério da Saúde 131.998 funcionários, "o maior número de efetivos de que há registo", indica uma nota da ACSS, enviada a propósito de uma reunião com dirigentes do Ministério que hoje à tarde decorre em Lisboa.

O pessoal de enfermagem tem a maior fatia de efetivos (33%), seguido dos médicos, com 21,7%. Do universo de médicos especialistas, em 2017 deu-se um acréscimo de 447 profissionais. A Ordem dos Médicos estimava, no início deste ano, que faltassem ao SNS mais de cinco mil médicos especialistas.

Também o número de enfermeiros cresceu, com um aumento de 1.166 profissionais.

Mais camas, 1,2% de aumento nas cirurgias, e menos 1,4% de episódios de urgência

O Ministério da Saúde divulgou ainda dados relativos aos cuidados continuados integrados, indicando que em abril deste ano havia mais 412 camas do que em 2015, num total de 8.549 camas.

O número de cirurgias feitas no Serviço Nacional de Saúde aumentou 1,2% no ano passado, enquanto o número de episódios de urgência diminuiu 1,4%, segundo dados oficias hoje divulgados pelo Ministério da Saúde.

A ACSS vai apresentar nesta segunda-feira aos dirigentes da Saúde os indicadores referentes a 2017 e alguns respeitantes aos primeiros meses deste ano, uma cerimónia que acontece na véspera da apresentação do Relatório Primavera 2018 do Observatório Português dos Sistemas de Saúde.

Ao nível hospitalar, os dados oficiais do Ministério da Saúde apontam para um ligeiro aumento das consultas externas (mais 0,3% em 2017 do que em 2016) e um aumento de 1,2% nas intervenções cirúrgicas.

Trata-se, segundo uma nota da ACSS, do "volume mais elevado de sempre de atividade anual".

Em comparação com o ano anterior, em 2017 os episódios de urgência hospitalar tiveram uma redução de 1,4%.

Nas consultas nos hospitais, os dados oficiais indicam que 72% das consultas realizadas ocorreram dentro do tempo recomendado para o nível de prioridade atribuído, um "valor semelhante" a 2016. Analisando apenas as consultas prioritárias, 83% foram realizadas dentro do tempo determinado em 2017, quando em 2016 esse valor foi de 74,1%.

A procura por cirurgias aumentou no ano passado e a esse crescimento correspondeu também uma subida total de 3,5% do número de operados no SNS. Segundo os dados da ACSS, no ano passado reduziu-se a percentagem de inscritos para cirurgia que ultrapassavam o tempo máximo de resposta garantido, mantendo-se uma média do tempo de espera de 3,1 meses.

Quanto aos cuidados de saúde primários, foram realizadas 31 milhões de consultas em 2017, embora a nota da ACSS não tenha a comparação com o ano anterior.

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