Portugal vai liderar missão de treino da UE em Bangui
O comando da missão militar da União Europeia (UE) na República Centro-Africana (RCA), o regresso de uma companhia de forças especiais do Exército ao Afeganistão e o envio de outra dos fuzileiros para a Lituânia, estas sob a bandeira da NATO, são as principais alterações no mapa das operações no exterior em 2018. Com um orçamento de 59,5 milhões de euros (dos quais sete milhões obtidos nas operações da ONU) para as Forças Nacionais Destacadas (FND), o próximo ano marca o regresso de uma companhia (160 paraquedistas) ao Afeganistão e a uma operação relevante da Aliança, após a saída do contingente que esteve duas décadas no Kosovo ao serviço da NATO. Contudo, no plano político, as duas principais operações das Forças Armadas no exterior vão ser as da RCA: uma em nome da UE e a outra da ONU. No primeiro caso, assume-se o comando da missão de treino com meia centena de militares, sob o comando do brigadeiro-general Hermínio Teodoro Maio e por um período de até 14 meses. Em relação à da ONU, uma companhia de Comandos continuará a intervir como reserva tática num conflito onde as ações de combate, para proteção das populações civis, já justificaram louvores públicos dos respetivos comandantes operacionais. Quanto aos efetivos, seja a monitorizar processos de paz, a dar formação e treino, em funções de Estado-Maior ou como forças de combate, Portugal terá cerca de 2500 militares nas 20 missões aprovadas pelo poder político: sete da NATO, seis da UE, quatro das Nações Unidas, duas na coligação internacional contra o Daesh e uma multilateral. A incerteza quanto a esse dado decorre de pelo menos dois fatores: as rotações nas missões mais longas podem não envolver todo o contingente; noutras operações, está previsto que essa participação seja de "até" um certo número de militares.