Para a ex-ministra das Finanças, contribuintes vão suportar parte do custo do Novo Banco
A antiga ministra das Finanças não compreende porque é que o Novo Banco não foi vendido na totalidade. "Precisamos saber e queremos explicações para compreender porque é que isso aconteceu e que consequências é que pode vir a ter para os contribuintes e para o sistema financeiro", afirmou Maria Luís Albuquerque, na Rádio Renascença.
A antiga governante diz não perceber "por que razão ficaram 25% do lado público". Pois, segundo Maria Luís, "não há nada nas explicações até hoje dadas que permita compreender, porque não é para ficar sem responsabilidades do lado público". E mais: "Há responsabilidades assumidas que podem ir até quatro mil milhões."
A ministra das Finanças do anterior Governo (PSD/CDS-PP) diz que dificilmente os contribuintes não virão a pagar este negócio, já que as condições do empréstimo do Estado ao Fundo de Resolução - de 3,9 mil milhões de euros, decidido por ela em 2014 - foram alteradas: "Há pouco mais de um mês, o Governo reviu as condições desse empréstimo e passou de um prazo relativamente curto para um empréstimo a 30 anos, com uma taxa de juro que é muito inferior àquilo que o dinheiro a 30 anos custaria ao Estado. Isso significa, de facto, que os contribuintes vão suportar uma parte do custo."
Agora, segundo diz, "os bancos continuam a pagar juros, mas têm um prazo mais longo e pagam juros mais baixos do que o dinheiro custa ao Estado". O que significa que "uma parte do custo foi transferida para os contribuintes".