Marcelo: A "baliza das balizas é a Constituição"

Candidato diz que não define que situações o levariam a derrubar ou a dar posse a um governo para não ficar condicionado

Marcelo Rebelo de Sousa recusa-se a definir balizas que sirvam de "linhas vermelhas" para os governos com quem vai cooperar caso seja eleito. Antes de uma visita a um hospital, esta manhã em Marco de Canaveses, o candidato presidencial disse que para ele "não há balizas vermelhas, nem amarelas, nem laranjas, nem azuis: há uma Constituição que é obviamente a baliza das das balizas".

O candidato assumiu que esta é uma "diferença" face ao atual Presidente que antes de dar posse aos últimos dois governos definiu eixos como a integração europeia e a consolidação orçamental. Para Marcelo, no âmbito da Constituição, vai limitar-se a "acompanhar o governo de forma proativa e cooperante".

Marcelo explica que a "ideia não é chegar lá para na primeira ocasião marcar penálti", nem dizer previamente que vai "marcar penálti nesta ou naquela circunstância". Até porque, "seria um grande risco, porque depois pode existir um tipo de carga que não existia anteriormente e que mereça penálti". De acordo com o candidato, o Presidente deve "levar o apito na predisposição de só o utilizar quando é verdadeiramente necessário".

"Era muita repetitiva"

Sobre o estilo de campanha, Marcelo disse que "[a campanha] das últimas legislativas era muito repetitiva" e que, por oposição, decidiu "ultrapassar os esquemas clássicos de mobilização de massas". Para o candidato "o fundamental é a aproximação das pessoas", daí que tenha descartado "arruadas, onde teria enquadramento partidário, seria rodeado de juventudes partidárias, de militantes e depois não falava com mais ninguém".

"Não é uma campanha de programa de governo"

Marcelo reagiu ainda às críticas dos que o acusam de não dizer o que pensa. O candidato acredita que "disse o que tinha a dizer sobre o Banif, a TAP, a saúde, os consensos na Educação e aquilo que considero fundamental para o futuro do país".

Mas não quis especificar se era, por exemplo, a favor ou contra do fim dos exames da quarta classe e, como sempre ao longo da campanha, não especificou nenhum dos dossiês. Marcelo justificou este estilo dizendo que esta "não foi uma campanha de programa de governo", até porque um Presidente "não tem de ter uma reforma do Estado, nem tem de impor as suas ideias aos partidos".

Elogio à ministra da Justiça

O candidato recomendado por PSD e CDS defende, no entanto, que não deve existir uma política de terra queimada e que deve haver continuidade de políticas entre legislaturas, mesmo que mude a cor partidária. E aí vieram os elogios à ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, dizendo: "Achei muito bem o que disse a ministra da Justiça, que foi, 'vamos olhar para as obras dos governos anteriores e ver o que se pode aproveitar para não estar a introduzir perturbações'".

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