Nasce a 19.03.1918
> Foi o primeiro filho de Anna Sommer Champalimaud e de Carlos Montez Champalimaud, médico militar, grande proprietário e produtor de vinhos do Douro. Nasceu em Lisboa, na Lapa. O pai era descendente de fidalgos da Casa Real, a mãe neta de um barão alemão radicado em Lisboa
e comerciante de ferro.
Estuda com os jesuítas
> Vive até aos 10 anos na Quinta da Marinha, entre a terra e o mar. Em 1928, segue para um colégio de jesuítas, na Galiza. "Deram-me a capacidade de me hierarquizar e de prestar atenção ao detalhe", dizia. Em 1993 vem para o Colégio Académico, em Lisboa, onde se prepara para a Faculdade de Ciências, no curso de Ciências de Físico-Química.
A morte do pai
> No dia 5 de maio de 1937, Carlos Montez Champalimaud morre e deixa os negócios em situação difícil. O filho António deixa a faculdade
e compromete-se a solucionar
os problemas sem colocar em causa os bens familiares. Dinamiza a exportação do vinho do Porto e é responsável pelos primeiros projetos de urbanização da Quinta da Marinha, segundo os planos do pai de 1920.
Casamento
> Em 1941 casa com Maria Cristina de Mello, filha de Manuel de Mello, e têm sete filhos. Separam-se no final dos anos de 1950.
Herança
> Aos 24 anos toma posse da administração da Empresa de Cimentos de Leiria, do tio Henrique Sommer, que morre em 1944 e lhe deixa grande parte dos seus bens.
Siderurgia: o sonho
> Em 1954 funda a Siderurgia Nacional, inaugurada em 1961. Um sonho que o filho Luís diz ter mais de 20 anos. "Em 1942 o meu pai disse a um amigo - vamos construir uma siderurgia." Faz negócios em Angola e Moçambique e torna-se o maior acionista do Banco Pinto & Sotto Mayor, adquire a Confiança e participa na Mundial.
O_Caso Sommer
> Em 1957 começa o longo processo judicial interposto pelos irmãos por causa da herança do tio Henrique. Foram 16 anos. Em 1969 é emitido um mandado judicial e vai para o México até 1973. É ilibado por todas as instâncias e juízes que o julgaram, incluindo os do Supremo Tribunal de Justiça.
A revolução
> A 30 de abril de 1974, António Champalimaud e outros empresários são recebidos por Spínola, na reunião critica o regime anterior e pede reformas rápidas e necessárias de natureza económica e financeira. Proença de Carvalho diz que era um liberal, na verdadeira aceção da palavra.
As nacionalizações
> No 11 de março de 1975 está em Paris, João Cravinho diz-lhe que a nacionalização da siderurgia está iminente. Todos os bens pessoais são congelados. Vai para o_Brasil, onde estava a construir uma fábrica de cimento. Compra uma fazenda e dedica-se à agropecuária.
"A primeira razão era dar comida
à família se a fábrica não tivesse sucesso."
O regresso a Portugal
> Em 1992 vem a Portugal para participar nas privatizações. Adquire 51% da Mundial Confiança. O governo não o deixa recuperar as empresas de cimento. Não quer ir
à siderurgia. Resgata a maioria
do Totta e do Crédito Predial Português ao Santander. Em 1999, vende o grupo financeiro aos espanhóis.
Morre em 2004
> Nunca regressou definitivamente a Portugal._Vinha cá no_Natal para estar com a família, mas até isso começava a incomodá-lo. "Dizia que as pessoas só falavam do passado e ele queria discutir com alguém que lhe falasse do futuro", conta-nos Luís. O regresso dá-se três a quatro meses antes de morrer, já doente.