Património da Humanidade: Portugal já entrou 22 vezes na lista
Os "Bonecos de Estremoz" são os mais recentes classificados pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). A falcoaria portuguesa e o processo de fabrico do barro preto de Bisalhães, em Vila Real, tinham sido os últimos a entrar para a lista, no final do ano passado.
A primeira vez que Portugal entrou na lista das classificações da organização das Nações Unidas foi em dezembro de 1983, quando a UNESCO decidiu, em Florença, classificar em simultâneo quatro locais portugueses como Património Mundial: centro histórico de Angra do Heroísmo (Açores), Mosteiro da Batalha (Leiria), Mosteiro dos Jerónimos e Torre de Belém (Lisboa) e Convento de Cristo (Tomar).
As justificações apresentadas no relatório do comité foram diversificadas, indo do critério de um "excelente exemplo de um tipo de construção", ou, no caso do Mosteiro da Batalha, ser "representativa de uma obra -prima do génio criativo da humanidade".
Três anos depois, em novembro de 1986, foi a vez do centro histórico de Évora, um "testemunho de uma troca considerável de influências durante um dado período ou numa determinada área cultural", no entender do comité, citado pela Lusa.
O Mosteiro de Alcobaça foi introduzido na lista de locais classificados como Património Mundial em dezembro de 1989, por constituir "uma das mais importantes abadias cistercienses europeias, atendendo ao seu estado de conservação e à sua arquitetura, símbolo de Cister", de acordo com um documento da Comissão Nacional da UNESCO.
Seis anos passaram até que, no último mês do ano de 1995, a UNESCO incluiu a paisagem cultural de Sintra na lista, devido ao seu "valor universal extraordinário, representando uma abordagem pioneira ao paisagismo Romântico que teve uma destacada influência nos desenvolvimentos de outras partes da Europa".
Um ano depois, em 1996, foi a vez do centro histórico do Porto entrar para a lista, neste caso pelo "distinguido testemunho que muitos dos seus edifícios históricos e o seu tecido urbano" detêm da evolução da cidade ao longo dos últimos mil anos.
Em 1998, a 22.ª sessão do Comité procedeu à classificação dos Sítios Pré-históricos de Arte Rupestre do Vale do Rio Côa e de Siega Verde (Espanha), tendo na altura os delegados da Austrália e de Marrocos expressado a sua satisfação pelo "contributo dado para a diversidade e credibilidade" da lista de Património Mundial.
Um ano depois, em 1999, foi aceite pela UNESCO a entrada da Floresta Laurissilva da Madeira na lista, o maior espaço sobrevivente de um tipo de floresta que já foi muito comum na Europa.
O primeiro prémio após a passagem do milénio foi atribuído em 2001 e ao centro histórico de Guimarães, pela "excecional" preservação, mas para a classificação também contou a ligação da cidade ao "estabelecimento da identidade e da língua portuguesa".
Na mesma sessão, o Comité do Património Mundial da UNESCO inscreveu o Alto Douro Vinhateiro na lista, devido à história, cultura e paisagem daquela região.
Em junho e julho de 2004 foi a vez da Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico, nos Açores, ser considerada Património Mundial.
Em 2011, o fado entrou para a lista da UNESCO, uma decisão tomada durante o VI Comité Intergovernamental da organização, que reconheceu a importância deste género musical como parte da identidade cultural portuguesa. Também no mesmo ano, a maior fortificação abaluartada do mundo, em Elvas, foi classificada como Património Mundial.
Coube à Universidade de Coimbra, em 2013, ser considerada Património Mundial da UNESCO e no mesmo ano o mesmo aconteceu à dieta mediterrânica, também classificada como Património Imaterial da Humanidade.
O cante alentejano entrou para a lista em 2014 e em 2015 a UNESCO classificou o fabrico de chocalhos em Portugal, ofício e manifestação cultural que tem no Alentejo a sua maior expressão a nível nacional.