Famílias com crianças gastam mais 44% do que famílias sem filhos. São 658 euros por mês
A habitação, os transportes e os produtos alimentares levam a maioria do orçamento das famílias portuguesas - representam 60,9% das despesas. Os dados são do Inquérito às Despesas das Famílias 2015/2016 e mostram ainda que a despesa média anual das famílias com crianças "é 44% mais elevada", o que corresponde a uma diferença mensal de 658 euros.
Segundo o documento hoje divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a despesa anual média dos agregados familiares foi de 20 916 euros. Mas nas famílias com crianças dependentes a despesa média anual sobe para 25 892 euros, ou seja, mais 44% do que as famílias sem crianças dependentes (17 997). É uma diferença mensal de 658 euros.
Além disso, entre 2010/2011 e 2015/2016, enquanto as famílias sem crianças dependentes aumentaram a sua despesa anual média em 7,7 pontos percentuais, as com crianças diminuíram a despesa anual média em cerca de 3,3 pontos.
Quanto ao padrão da despesa anual, também há diferenças: as famílias sem crianças gastam mais em habitação (34,3%) do que as famílias com crianças (28,8%), e menos em ensino (0,7% vs. 4,0%) e em transportes (13,5% vs. 16,1%).
Em 2015/2016, nos dados globais, as despesas com habitação (31,8%), com transportes (14,7%) e com produtos alimentares (14,4%) representaram a maior parcela da despesa média das famílias, num total de 60,9%.
Os resultados do inquérito indicam que a evolução da despesa anual média dos agregados familiares corresponde, em termos nominais, a um aumento de 2,6%, e em volume (preços constantes) a um decréscimo de 4,2%.
Em volume, as despesas médias das famílias diminuíram entre 2010/2011 e 2015/2016, lê-se no documento.
Lisboa é a única região acima da média do país
O valor da despesa anual média na Área Metropolitana de Lisboa ultrapassa a média da despesa no país, em cerca de 14,6%.
No extremo oposto estão Açores, Alentejo e Madeira, que apresentam uma despesa anual média muito mais baixa do que a verificada ao nível nacional, destacando-se "a assimetria registada na Região Autónoma dos Açores (-17,9%). Alentejo tem -14,4% e a Região Autónoma da Madeira tem -11,7%.