Corrupção, a luta dos delfins, maioria ou não. Assim foi o segundo dia
Deve o PS pedir ou não maioria absoluta nas próximas legislativas? Como deve reagir ao caso Sócrates? na discreta, mas efetiva, luta de bastidores pela sucessão de Costa que está a ser travada entre os seus dois principais de delfins, Pedro Nuno Santos e Fernando Medina, quem está melhor colocado?
Na questão da maioria absoluta, ouviram-se pelo menos três vozes a defender que o PS a deve pedir: Manuel Alegre - um dos oradores mais aplaudidos da tarde -, Vasco Cordeiro (líder do PS-Açores) e Ascenso Simões. Todos os restantes oradores que falaram dos objetivos eleitorais para 2019 falaram apenas da necessidade de o partido se tornar no mais votado do Parlamento.
Já na batalha dos delfins, percebeu-se que o partido dá claramente vantagem a Pedro Nuno Santos face a Medina. Este recebeu aplausos frios enquanto Pedro Nuno foi aplaudido de pé (algo que só aconteceria depois com Alegre). Pedro Nuno Santos estipularia com clareza as matérias em que o PS não pode falar com a direita: direitos dos trabalhadores e direitos dos pensionistas.
Já a questão da corrupção mereceria referências expressas de Ferro Rodrigues, Carlos César e, como se esperava, Ana Gomes.
Enquanto Ferro disse que o PS não deve nem teme nesta matéria ("o combate à corrupção está no ADN do PS"), César advogaria a necessidade de o partido continuar a lutar pelo reforço das condições de transparência do exercício da política e do seu escrutínio pelos cidadãos.
Já Ana Gomes fez o discurso que tinha anunciado - e a direção dos trabalhos permitiu-lhe que fosse no "prime time" dos telejornais. "Errámos ao baixar exigências éticas, errámos deixando que o pântano rejeitado por Antonio Guterres em 2002 atolasse o país na captura do Estado por indivíduos que se sentiram donos de tudo isto" - afirmou, num discurso em que, no entanto, o nome do ex-líder do PS (e agora ex-militante) não foi pronunciado.
Leia o "filme" do congresso: